É assim que tem que ser?
Manhã cinzenta, clima londrino. Mas não importa. Seja lá ou no Rio, eu estava sendo apunhalado por uma canção, mas sentia compaixão. Eu seguia. Ia a qualquer lugar. Sem rumo, sem norte; sem Deus, sem lar; à própria sorte. Andorinhas voando, soltas no ar; de longe voltando, fugidas em par; órfãs de mãe e pai, Perdidas em meio ao concreto sujo. Em volta, tudo feio; nojento; caminhos, muitos se cruzam sob vento fedorento. Minha Cidade e Cor: angústia, medo. Vida incolor: dor logo cedo. Contudo, há beleza Notei na canção Ela que soava. Me acariciava. Ritmos e melodias, o coro dos enlutados e a letra mortuária; fria como o clima; - bucólico adro. Ó canto acappella! E lamentos. J unto ao soar do sino, acima da cama de cimento, aos pés da bela capela, de magnífico altar. Vivamente percebi, ao longe senti, ali, todos uníssonos, em seus goles de saliva imbricando-se - e o nó na garganta; as lágrimas rolavam como chumbo abalavam. O chão verde tremia. Sobre ele, pessoas, de preto, vestidas. De