segunda-feira, 20 de maio de 2024

O Outono se foi



Outono, impunha-se um Sol resplandecente.
Céu límpido, explodia em azul bem nítido.
Brisa fresca nos abraçava envolvente.
Andorinhas voavam perto do ninho.

Do céu a noite a se notar
as lágrimas das estrelas;
A Lua mais perto a brilhar,
do beijo se expondo mais bela.

Contudo, nada mais adianta,
ó, Outono! Tudo arde.
Joguem fora suas mantas!
A brasa vai embora tarde.

Ora o verão, ora o inverno.
À sombra, o céu,
fora dela, o inferno.
O caos lá fora, e nós ao léu.

Nos áureos tempos, havia Outono
Hoje, somente nos calendários.
Pois, ou se está o verão no trono,
ou o inverno em solo mortuário.

Hoje, não temos controle.
Por sorte, sobre o passado temos um norte.

Não é saudosismo frugal.
Foi-se uma época descomunal.
Havia-se maior ensejo
com a bela estação autunal.

O tempo, eterno presente.
Nós que mudamos, envelhecemos.
O tempo fica, não vai adiante.
Nós que partimos, perecemos.

O Outono sempre será.
O inverno, o verão…
Nós temos que mudar
e respeitar cada estação.

Portanto, antes de partir
olhe para cima.
Reflita-se sobre um espelho d’água.
Perceba-se neste atual clima
e não deixe a natureza com mágoa.

2 comentários:

  1. Impecável seu letramento
    SIMONE, passando aqui

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  2. Acertou em cheio sobre as mudanças da natureza, não por querer dela, mas por imposição dos malefícios humanos.

    ResponderExcluir

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