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Mostrando postagens de fevereiro, 2019

Alguém se importa

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Vidas importam negras, muito mais O que eles suportam? O que há no lugar da paz? Quem se importa? Quem vai abrir sua porta àquele negro que implora Vendo tanta gente morta Os seus, os nossos negros, jovens, pobres Pobres jovens bondosos do olhar triste, da mente nobre mas quem se importa? E veja como ela se comporta? Sob os privilégios da pensão Por sobre o direito das cotas O Rio de Janeiro de Bantus e Nagôs de Janeiro a Janeiro de Yemanjá, Odė e Xangô ...Ogum, Oxum, Oxalá, Erês, Exu, Oyá, Salve a negritude, Salve todos os orixás Vidas, almas, culturas Negras e edificadas Belas esculturas Livres, escravizadas Instituíram o Brasil Deram sangue e cor Em condição servil plantaram as sementes do amor Mas quem se importa? (Com essa bela horta) Quem liga pra isso? Para essa “linhagem torta” Ancestrais, da fidalguia Outrora, belos e abastados Filhos da monarquia Hoje ainda são açoitados no supermercad

O Samba é foda

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O Samba é foda! Até em tempos difíceis. Contudo povo abre a roda, é a celebração dos ilês. O Carnaval, as Escolas, os Sambas de Enredos... Sentimo-nos como crianças com novos brinquedos. Hoje uma irmã disse assim: "Me sinto uma passista vadia. Sem endereço fixo. No desfile, uma luz que irradia, de alegria e tristeza, um misto. Ora sambando aqui, acolá… Várias paixões, vários amores. O cavaco que faz chorar bem no ritmo dos tambores." O Samba é foda! Ele faz desabrochar. Dá vida, eleva. Esnoba. Porém sem esculachar. O samba é inteligente, é pura atitude. Ancestrais de um continente, Marca da negritude. De Áfricas, Brasis... Diversas nações, religiões. Cultura viva, latente. Comadre, o samba é foda! Espetáculo feito para a gente, mas que a outros, incomoda. (Com Sinome Santos)

SE EU MORRER

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NÃO CHOREM POR MIM. ENFIEM SEUS LAMENTOS NAS SUAS EXTREMIDADES RETAIS! NÃO FAÇAM DESPEDIDAS, NÃO LAMENTEM MINUTOS, HORAS, OU QUALQUER MOMENTO. SE EU MORRER, MORRI! ACABOU, TCHAU! DEU A HORA! É ASSIM... BASTA ESTAR VIVO E BASTA ESTAR NESTA MERDA DE PAÍS, DE CIDADE, DE SOCIEDADE, DE MUNDO.  AQUI: EIS O INFERNO. NÃO SE SURPREENDAM. NÃO SE LAMENTEM. É ASSIM MESMO. BASTA ESTAR VIVO. BASTA ESTAR VIVENDO NESTE LUGAR INSALUBRE, DOENTIO. ONDE QUE O HOMEM É O LOBO DO HOMEM; ONDE A VINGANÇA É LOUVÁVEL, COMO SE FOSSE JUSTO; E O EXTERMÍNIO É CONFUNDIDO COM "SELEÇÃO NATURAL".  NÃO CHOREM POR MIM, EU NÃO MEREÇO. CHOREM POR SI PRÓPRIOS. CHOREM POR SUAS DERROTAS E SUAS PERDAS. PERDAS DE VALORES E JUSTIÇAS. PERDAS DE IDENTIDADES E DE LARES. CHOREM PELA FOME, PELA CHACINA E PELOS INDEFESOS. CHOREM POR EMPREGOS E POR MELHORES SALÁRIOS. ME ESQUEÇAM. NÃO SOU PORRA NENHUMA NESTA MERDA DE SOCIEDADE. NÃO FIZ MAIS POR MERECER UMA VIDA ESCROTA E BANAL, COMO A DE TODOS VÓS. NÃO CHOR

A paz que sucede a guerra

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“Não! Não era vermelha a sua vestimenta!”, “Não pode ser… Era sangue!”, “O príncipe, lutando?” - esses eram os burburinhos dos cidadãos local, que, em fuga, avistavam um alvoroço ao longe. Subindo um monte que cercava a cidade, os moradores se refugiavam para fora dos muros da cidade. O monte, rico em vegetação, também servia abrigo para estes casos. Era bastante provido de alimento. Abaixo deles, ao longe, ocorria uma batalha sangrenta. Tingido de vermelho, continuava o jovem guerreiro e, príncipe, a lutar em defesa de seu povo, de sua nação. Portava um escudo de madeira maciça; nas bordas havia um belo acabamento de prata bruta, muito bem polida, contornando o objeto de defesa na arte militar da época; no centro, inclusive, uma espécie de brasão brilhava feito a luz do Sol. Sua espada era simples, como o próprio portador, apesar de príncipe. Jovem, de alta estatura, tez negra, olhos serenos, porém carregados de fúria, ou seja, o sangue corria em seus olhos naquele momento, u

Vida de Plástico

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Tudo me é possível Basta eu querer para ter: Bens de consumo, materiais Bens não duradouros Coisas legais e ilegais Vindos dos Estados Unidos E de outros matadouros Tenho ideais Tenho amigos Todos parecem ser legais Mas não eu comigo Digo, pois: a razão morreu Assim como a fé Não há ninguém como eu Feito de barro no pé Que ignore o futuro Não lamente o passado Nem nunca diz: eu juro Mesmo quando pressionado Vida de plástico Inserida em um ideal Do grande mundo fantástico Pobre mundo real É como um grande elástico Só que firme ao peso de metal