Perdido em si
Eis que no vão das sombras, onde o ser se desvela,
Em meio à névoa do cotidiano lamento,
O homem vagueia, na angústia, na refrega,
Perdido em si, em busca de alento.
No peito, o eco do etéreo medo,
Que ronda como espectro, silente e frio,
Da morte, que se avizinha em segredo,
Trazendo consigo o derradeiro vazio.
Oh, pavor dos mortais! Oh, desespero!
Na encruzilhada da existência efêmera,
A cada passo o temor primeiro,
da finitude que nos cerca e golpeia.
Nas horas gélidas do dia que declina,
O ser se afoga na miragem do amanhã,
Na incerteza que espreita e domina,
Sob a fumaça sombria da própria chama.
Quanto mais próxima a hora derradeira,
Mais nítida se torna a face da verdade,
Somos frágeis, efêmeros, na vasta ribanceira,
Da vida que nos arrasta, sem complacência ou piedade.
E assim, entre suspiros e lamúrias,
O homem se perde em sua sina,
Na busca vã por fugidias aventuras,
Sob o olhar impassível da morte divina.
Isso é o que está acontecendo atualmente com muitos!
ResponderExcluirO desespero humano, a inquietude por não conseguir dominar o tempo.
ResponderExcluirEle segue, ele tenta, mas o tempo corrói.
O tempo não olha pra trás. Mesmo aquele que conquistou o mundo, derreteu-se diante do tempo.
E a realidade o consome, a cada segundo.