O vazio essencial do mundo




Ante a desolada vida, um grito sai de mim.
Onde a esperança se esvai com astúcia,
em um mundo hostil, um abismo sem fim,
Somos frágeis, condenados à angústia.

Venturas fugazes em estrelas cadentes,
brilham por um minuto, depois se apagam.
A frivolidade nos consome, implacável e ardente,
deixando-nos perdidos, cegos, sem afago.

Sabemos que somos frágeis, perecíveis,
Que a morte nos espreita a cada esquina.
Mas o mundo continua, indiferente e impassível,
nossa existência apenas é, e tão somente mesquinha.

Neste vazio abissal, nosso rumo se perde,
sem propósito, sem luz, apenas dor e incerteza.
E num piscar, o mundo nos mata de fome e sede,
deixando um eterno vazio, sem mais dor ou tristeza.

Pois, nosso fim não finda o mundo;
nossa existência não torna o real;
nossa importância não vale um segundo.
O mundo sem nós se torna essencial.

Comentários

  1. Cada dia o espelho nos mata um pouco mais. Demonstrando nossa vida passageira.
    O que fazer por hoje?
    Viver ou deixar-se passar?
    Que aflição.

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