segunda-feira, 20 de maio de 2024
O Outono se foi
quarta-feira, 8 de maio de 2024
Perdido em si
Eis que, no vão das sombras, onde o ser se desvela,
No peito, o eco do etéreo medo,
que ronda como espectro, silente e frio;
a morte, que se avizinha em segredo,
traz consigo o derradeiro vazio.
Oh, pavor dos mortais! Oh, desespero!
Na encruzilhada da existência efêmera,
a cada passo ergue-se o temor primeiro:
a finitude que nos cerca e golpeia.
Nas horas gélidas do dia que declina,
o ser se afoga na miragem do amanhã,
na incerteza que espreita e domina,
sob a fumaça sombria da própria chama.
E quanto mais próxima a hora derradeira,
mais nítida se torna a face da verdade:
somos frágeis, efêmeros, na vasta ribanceira
da vida, que nos arrasta sem piedade.
E assim, entre suspiros e lamúrias,
o homem se perde em sua sina,
na busca vã por fugidias aventuras,
sob o olhar impassível da morte divina.
sábado, 4 de maio de 2024
O vazio essencial do mundo
Ante a desolada vida, um grito sai de mim.
Onde a esperança se esvai com astúcia,
em um mundo hostil, um abismo sem fim,
Somos frágeis, condenados à angústia.
Venturas fugazes em estrelas cadentes,
brilham por um minuto, depois se apagam.
A frivolidade nos consome, implacável e ardente,
deixando-nos perdidos, cegos, sem afago.
Sabemos que somos frágeis, perecíveis,
Que a morte nos espreita a cada esquina.
Mas o mundo continua, indiferente e impassível,
nossa existência apenas é, e tão somente mesquinha.
Neste vazio abissal, nosso rumo se perde,
sem propósito, sem luz, apenas dor e incerteza.
E num piscar, o mundo nos mata de fome e sede,
deixando um eterno vazio, sem mais dor ou tristeza.
Pois, nosso fim não finda o mundo;
nossa existência não torna o real;
nossa importância não vale um segundo.
O mundo sem nós se torna essencial.
quarta-feira, 1 de maio de 2024
A Dança da Verdade com a Mentira
Eu danço com passos incertos, sem saber o que é real.
A aparência, uma máscara que esconde a essência,
Distorce minha visão, tornando o falso natural.
Sob um véu, a mentira se disfarça,
Vestindo o manto da verdade, enganando meus olhos.
Mas em meu coração, uma chama arde,
Questionando tudo que meus sentidos alarde.
Posso acreditar em uma mentira, achando-a verdadeira,
Pois quem sou eu para julgar o certo ou errado?
Minha lupa da verdade é falha, a erros está sujeita,
e o que eu vejo pode ser apenas um reflexo alterado.
Assim, danço com a mentira, com cautela e desconfiança,
Pois sei que sua sedução pode me levar à tormenta.
Mas também reconheço que a verdade pode se esconder
por trás de uma fachada de engano, esperando ser descoberta.
Na verdade, na dança da vida, não há certezas absolutas,
Apenas sombras e luzes que se confundem entrelaçadas.
Como um viajante num labirinto de ilusões à luta
Busco a verdade, seja ela uma mentira disfarçada.
O minúsculo poder
Com ele, o poder de ocultar-me,
Um sonho antigo, um desejo divino.
Diante disso, a moralidade me reteve,
Uma questão de certo e errado.
Pois com o poder de desaparecer,
Poderia fazer o bem ou o mal sem ser notado.
Inicialmente, minha mente se agitou com uma torrente de possibilidades.
Pois bem, usei anel. Um segredo profundo,
enquanto minha mente corria idéias, sem parar.
Um dia, passei por um espelho dourado,
Com ornamentos bem detalhados, um espetáculo para ser visto.
Olhei para o meu reflexo, nada havia notado.
Apenas um vazio, um espaço que sempre me via bem quisto.
A princípio, pensei que o anel estava em minha mão,
Porém não! - percebi com espanto.
Eu era invisível, sim, mas não por um anel,
Era minha escolha, uma decisão que eu havia tomado.
Havia ali, por fora, um ser sem forma, um não-ente.
distante do mundo, angustiado e sozinho.
Um vazio ambulante, um filhote esquecido no ninho.
O anel da invisibilidade, fruto da maldade.
Um símbolo da escolha que eu havia feito.
Preferi a maldição acima da bondade.
sexta-feira, 22 de março de 2024
A centelha que move a vida
A angústia emerge como um grito da nossa pífia sensação liberdade e da consciência necessária de nossa finitude. Ela transcende o mero estado emocional, revelando-se como catalisadora de questionamentos profundos sobre o propósito da vida e sobre o confronto inescapável com nossa própria dolorosa existência. De fato, a angústia se revela como a força motriz que impulsiona a roda da vida, incitando-nos a buscar significado e compreensão em meio às complexidades do ser. A angústia, portanto, é a centelha primeira que acende a luz da vida e vai queimando até os confins da nossa existência.
quarta-feira, 13 de março de 2024
Ato primeiro: amizade colorida
Apolítica
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