Onde fica o cemitério?
Rock and Roll, músicas obscuras, sinistras, gênero musical peculiar. Death Metal, Black Metal, Grind Core, Gothic Metal e etc… Uma bela adolescente, rotulada como "roqueira gótica", inteligente, intelectual; com ar rebelde, mas bem caprichosa; boa vivant, uma mulher independente... Esta jovem moça curtia - além das músicas citadas - livros de grandes escritores existencialistas, os de terror também e filmes do gênero. Além do mais, era costumeiro passar a noite em cemitérios com amigos roqueiros em alguns fins de semana. Ela não possuía medo algum enquanto no cemitério ou medo de o que poderia surgir como sobrenatural, sombrio e etc. Afinal seu hobby era lidar com esses assuntos, seja na música, no cinema ou literatura. Tornou-se hábito.
Então, passaram-se alguns anos.
Eis, numa dessas belas noites no cemitério ela avistou algo disforme, de aparência horrenda no pé do cruzeiro das almas. O ser não refletia luz alguma, muito menos dotado sua própria (natural em visões mediúnicas, em se tratando de seres - como o nome já diz - iluminados); a aparição era muito opaca, muito escura... Se contorcia, como que movimentos parecidos de alguém sofrendo muita dor e, na medida que esvaia, paradoxalmente, se recompunha; ora como uma fumaça, indo em direção ao céu, ora como uma chama preta plasmática se retraindo para o interior da Terra.
A jovem não conseguia identificá-lo. Sequer via o que poderia ser um rosto claramente; algo como se fosse uma boca aberta como num gesto de um grito doloroso, as mãos saindo do que seria o tórax do ser; "pernas" se debatiam; assim como o que seria a cabeça também. Só a jovem roqueira conseguia ver tal cena, de fato. Ninguém mais. Por mais que ela apontasse, explicasse o que se apresentava a ela, seus amigos não conseguiam enxergar nada além do cruzeiro das almas - que permanecia solitário, solene. Então, ela desmaiou de tanto medo que sentiu. Seus amigos se atentaram à gravidade da coisa, deixaram o lazer no meio da madrugada e levaram-na para casa.
Enquanto no seu quarto, após muita reflexão, adormeceu como um anjo. Acordou beata. Queimou tudo o que foi discos, camisas e livros. Largou todos os seus costumes, sua ideologia e foi para a igreja evangélica. Só que a coitada ainda permanecia vendo tais fenômenos parecidos com o que viu no cemitério, até mesmo dentro da igreja; ou dentro das igrejas católicas, nos terreiros de umbanda ou candomblé que ela passara a frequentar depois de ter largado a igreja evangélica achando que não solucionaram seu caso. Por onde ela ia, volta e meia, se deparava com cenas e fenômenos de tal natureza. Não só em locais de cunho religioso.
Por fim, o “problema” não era a música, filmes ou os livros - pensava a jovem - muito e seus amigos. Puta da vida, voltou a comprar suas camisas de rock, ouvir suas músicas "pesadas”; voltou a ler seus livros prediletos, assim como os filmes do gênero de terror, suspense… Readotou sua filosofia de vida de outrora, qual era muito feliz e sentia-se viva. Então a pergunta que ficou no ar, por conta dos amigos, foi esta: Vais frequentar cemitérios conosco? Ela respondeu: E por que não? Dentro e fora dele para mim agora é tudo uma coisa só.
Todo sentido...do quw adianta largar o quebte faz feliz???
ResponderExcluirPARABÉNS, SILVIO!
ResponderExcluirE mais ou menos o acredite e aja!
ResponderExcluirPenso, logo, existe!
ResponderExcluirPenso, logo, existo!
Penso, logo existe!
Penso logo, existe?
Penso logo, existo?
As percepções são diversas, o imaginário borbulhante do ser.
Até aquele que não é tão livre no pensar, ainda assim divaga com seus devaneios deslumbrantes.
Bela menina que passou a entender a podridão da carne humana, com seus desejos insaciáveis. Voltou ao ponto de partida e abraçou o seu entendimento.
Que tudo seja tão leve quanto nossos sonhos.