terça-feira, 24 de julho de 2018

Do que eu estou falando?



Ela ainda permanece uma obra prima
Complexa, contudo muito poderosa
De nós ela fica bem acima
Não se compara a nenhuma joia preciosa


Tanto potencial
Mãe de toda criação
Muitos a julgam mal
Por causa de uma leve depressão


Não devemos nunca condená-la
Muito menos torná-la nossa inimiga
Com amor devemos serenamente observá-la
Com o maior respeito de nossa vida


O maior desejo, o ímpeto, afeição
Ou tudo deveria se dar somente à razão?


Sentimentos aprisionados
Não podemos controlá-la com facilidade
Ora como um trem desgovernado
Ora a ela se ajoelham todas as faculdades


Apenas deixemos ser, estar…
Com ou sem razão
Com ou sem emoção
Sentimento, movimento
Inerte, vazio...

Como poderemos saber quem é?
Seria o grande mistério do Universo?
Com ela pode-se ter fé
Ou simplesmente ser o reverso


Iluminada como uma vela:
As vezes fraca, imóvel, quase que apagando
As vezes, agitada, maravilhosamente, imensamente, ela
Uma forte chama a tudo iluminando


Não podemos vê-la, nem tocar
Apenas ser, estar:
Ela mente, engana, distorce, desequilibra
Ela é sincera, autêntica, lúdica, brilhante
Insanamente, lucidamente...
Fria ou quente...
A mente

A viagem



No espaço sideral flutuando
O corpo inerte, solto, lentamente girando
Não está de lado, nem de ponta cabeça
Não existe posição, no espaço vagando


Um misto de frio e calor
De luz e escuridão
O tempo passa como um vapor
Bilhões de estrelas, corpos celestes, mas solidão


O silêncio é violento
Não há peso, não há matéria alguma
Exceto a consciência, como saco de cimento
Produz ideias sem sorte nenhuma


Houve-se somente as batidas do coração
Harmonizada com uma forte respiração
O vácuo impera solenemente
Vosso corpo obedece ao pai da criação


Num piscar de olhos tudo muda
Avanças de um planeta a outro
Para se mover não precisas de ajuda
Pois a sensação é a de estar morto


Contudo a vista do espaço é linda
A sublime visão do paraíso
Todas estrelas lhes dão boas-vindas
Fazem qualquer um abrir um belo sorriso


Toda infinitude, a escuridão e a solidão
A falta de odores, sabores e audição
Nada se aproxima do espetáculo que é “lá em cima”
O complexo de brilhos e cores despertam a paixão


O tempo, o espaço, o infinito
Realmente não há nada mais bonito
Numa eterna inércia, o corpo vai...
Viajando, à imortalidade de um espírito

De mãos dadas


  1. Isso foi um sonho! Eu estava em uma festa com pessoas bem familiares ao meu cotidiano, umas bem conhecidas e outras não. Mas todos da mesma classe social. Era um salão de festas em um playground, em algum condomínio. Dado momento me encaminhei para o banheiro e encontrei uma porta bem rústica, pesada, de ferro maciço, que estava entreaberta, num corredor ao caminho.
  2. Eu olhei para atrás da porta e a empurrei um pouco, com dificuldade, e me deparei com uma linda parede revestida de um fino tecido até a metade e na outra metade, uma sólida madeira, detalhada, em formas geométricas. Algo muito rico para estar escondido atrás de uma dura chapa de metal que abre e fecha, em um simples playground.
  3. Essa ante-sala tinha luz baixa. Percebia-se, porque no teto pendurava-se um lindo lustre de cristal, com dezenas de velas recém acesas, todas ainda inteiras e longas. Uma tonalidade dourada, um tom sépia recaia em todo ambiente. O conjunto de cores que se formou ali, contrastava absurdamente com local de trás da porta, de onde eu vim, bem cinzento e escuro. Ao fundo outra porta de madeira se erguia diante de mim. Bem mais sutil, mais elegante e mais fina em detalhes, retalhada em desenhos estilo clássico e contornos magníficos. sua maçaneta ia do ouro maciço ao fino cristal na sua ponta.
  4. Ao abri-la também, me deparei com um salão. Não era muito grande, mas era muito lindo. Para se ter uma ideia, eu chorei quando vi o que estava sob meus olhos. O lugar era tão mágico que levava a fortes emoções, somente por sua beleza. Antes de eu perceber onde eu estava de fato, e do que se tratava, encontrei uma amiga. Na verdade, uma mulher qual eu era muito apaixonado e ainda reservava tal sentimento. E a reciprocidade era a mesma. Ela também me viu e ficou estupefata. Nos cumprimentamos como duas crianças, correndo, um em direção ao outro com sorrisos gostosos no rosto. Gargalhávamos, enquanto corríamos de braços abertos - alegria jamais vista de fato. Até que nos chocamos, um contra o outro, fortemente, e o abraço foi o mais longo e apertado que eu pude sentir em toda vida.
  5. Mas antes de eu, realmente, me ater ao recinto e a minha especial amiga, antes de qualquer palavra e olhar mais atendo ao redor, percebi um anfitrião. Um homem idoso, com feições dóceis, em um traje tão impecável! Um terno preto, clássico de gala, que mais parecia uma pintura. Ele sorriu e me deu boas vindas - fez o mesmo com minha amiga. Nós recebeu muito bem. Nisso, pude sentir que ele ficara com uma leve inveja ao se deparar com um jovem casal de amigos que se gostava tanto, que se abraçava loucamente a sua frente, de forma descontraída, sem modos ou boas maneiras. Seu olhar aprovava nossa informalidade toda. Era um bom senhor, tinha um bom coração.
  6. Via-se imediatamente que o lugar era para poucos. Inclusive para eu e minha amada amiga de tantos anos. Parecia que o salão era daqueles a quem se detinha alto grau de reconhecimento na sociedade; uma elite não somente feita de dinheiro, mas homens e mulheres dotados de sabedoria, doutores, a grande nata do pensamento humano, quiçá! Eis aquele salão nobre para célebres senhoras e senhores. Mas não havia ninguém no  momento, “e nem tão cedo” - avisou o anfitrião.
  7. Havia outra parte fora deste salão. E pude ver um enorme teatro - "Theatro" escrito com "th". Então, onde eu me encontrava com minha amiga, mais o anfitrião, dividia-se em duas partes. A primeira, onde cheguei de pronto e que encontrei-me com a amiga e ali também estava o anfitrião, que era como se fosse um local de palestras, um auditório, onde se tinha um palco pequeno, para uma pessoa somente e um imponente púlpito de mogno escuro, bem envernizado, também rico em detalhes; ao fundo cortinas, de cor vermelha ocre, num tecido tão grosso que dava sensação de ser muito pesada - estava ali surpreendentemente enriquecendo local dando ar de que logo viria um belo espetáculo; as cadeiras, todas alinhadas perfeitamente, cobertas de veludo vermelho, tão lindo, tão vivo! - parecia que ninguém nunca havia se sentado ali; seus pés e seus braços e seu encosto eram folheados a ouro, então, com as luzes de velas refletindo, a sala se tornava um pequeno céu vermelho de estrelas douradas; o carpete em grená degradava suavemente equilibrando o ambiente fazendo o cérebro receber um confortável conjunto de cores formando uma bela imagem; um longo carpete cobria toda essa primeira sala - era tão fofo quê os pés afundavam quase que todos - parecia, realmente, estar caminhando sobre as nuvens e ao mesmo tempo sob elas também, pois o teto todo branco, puramente detalhado, como se Michelangelo o tivesse feito, mas não em pintura, e sim em esculturas e retalhos, desenhos à mão impossíveis de se imaginar; ornamentos foram gerados em um teto de gesso, no seu centro e nos cantos arredondados; acima de onde ficava o orador no pequeno palco, havia desenhos esculturais, mas em madeira, com formas de anjo nas nuvens, alguns instrumentos musicais, como violinos que se esvaiam às nuvens, harpas que se ligavam aos cachos dos anjos etc... eram desenhos em formas sacras em tudo: no teto anjos, rosas, formas arredondadas, todas, milimetricamente perfeitas; nas portas e outros móveis, detalhes clássicos folhados impressionantes; ao fundo desta primeira sala, quando todos ficavam sentados, de costas para uma abertura, havia uma vista tão linda, tão magnífica e esplendorosa que tudo lá fora se harmonizava com o interior desta primeira sala. O Sol estava se pondo e a cor do céu estava vermelho-alaranjado; a vegetação que se estendia depois da imensa janela, estava à sombra, e brotava, também, um verde-oliva bem escuro, quase que marrom, combinando com os móveis de mogno do interior da magnífica sala. Os tecidos, todas as cortinas, o carpete, se apraziam, combinavam com o pôr do sol. A vista desta janela imensa sempre mirava o pôr do sol. Isso se podia perceber quando as cortinas estivessem abertas. Então a visão, o que se tinha do Sol, era sempre suas últimas horas de seu ciclo na Terra, o fim de tarde. Depois, somente 24 horas, tornaria, o Sol, a aparecer nas suas últimas horas dominando o interior da sala e harmonizando tudo.
  8. Não posso me esquecer das centenas de flores diversas e as reluzentes rosas de cores rosas e vermelhas, deixando o local ainda mais prazeroso e relaxante e, - não somente - mas um lugar realmente perfeito, o paraíso em algumas dezenas de metros quadrados.
  9. Enfim tomei as mãos da minha amiga qual nutria em mim uma grande paixão e demos umas três voltas em torno de nós mesmos apreciando a sala. Cada detalhe cada trabalho manual feito nas cadeiras, nos móveis, no teto... Tudo feito à mão! A costura do estofado, da cortina e o tapete; as madeiras trabalhadas, talhadas, enfim… Até o elegante terno anfitrião era impecável e um traje, apesar de um terno, parecia jamais ter sido visto.
  10. Sentamo-nos, eu e ela, nas cadeiras luxuosas, confortabilíssimas e trocamos olhares. Nossas mãos não se desgrudavam e ela usava uma delicada luva de rendas branca e um chapéu pequeno rosa bem clarinho estilo anos 30. Dois brincos de pérolas, delicados também, nada exagerado. Ela era uma mulher discreta. Porém seu olhar era uma estrela em seu brilho máximo, em noite de outono, refletida numa serena lagoa, num belo manto de água pura e fresca; seu sorriso estimulavam todas as minhas sensações, todas as moléculas do meu corpo se prendiam ao seu sorriso, tão perfeito, tão simétrico, tão sensual. Uma magia advinda de seu corpo, de seu olhos, a ponto de eu esquecer toda aquela luxúria do salão e a natureza lá fora. O sorriso dela ofuscava luz do Sol, tomava as cores e o brilho do Ouro. Permanecemos nos olhando e o que era tempo, tornou-se eternidade. O que era simples, tornou-se complexidade. O que era humildade, tornou-se opulência. O que era a morte, ganhou o vida. Eu que era um ser quase que inanimado, um moribundo disfarçado, me tornei o homem mais feliz, mais rico; do ócio, transmutei-me em excitação; da deprimência, à perfeita e plenitude felicidade.
  11. Ela olhou para cima apreciou os desenhos feitos no teto, olhou para os lados, para baixo, para aquelas cadeiras enfileiradas ao longe com seu ouro e seu veludo nobre vermelho e exclamou, olhando nos meus olhos: “Mas que lindo! Nunca vi tanta beleza, tanta nobreza, tanto amor”. Eu olhei para ela, no mais profundo que pude alcançar em seus olhos marejados e, com minha voz embargada, não me contive: “é o dia mais feliz da minha vida eu nunca pude imaginar estar tão perto da perfeição, do paraíso, da emoção e do amor.” Choramos! Nunca havíamos estado em um lugar tão lindo e nem nunca sonharíamos algum dia estar em um lugar daqueles, ainda mais juntos, apaixonados.
  12. A outra sala, na verdade era um teatro, como alguns teatros de Viena, só que o luxo potencializado mil vezes. O primeiro recinto ficava alguns andares acima do segundo salão que se abria diante de nós. Estávamos como se fosse no balcão nobre. Duas portas separavam os dois lugares e entre essas portas completamente ricas, ornadas ao estilo clássico, e pesadíssimas, havia um corredor. Este corredor um pouco mais moderno que o salão anterior. Seu chão, de mármore, paredes extremamente brancas, estilo colunas e decorações romanas. A junção da parede com teto tinha uma arquitetura mais simples, mais retilínea, como se formando degraus de cabeça para baixo. A cada 10 metros tinha as colunas também de mármore, detalhadas, esculturalmente, com folhas e cachos de uvas, na parte superior. Entre essas colunas, nas paredes, penduravam-se quadros com pinturas que não se dá para descrever de tão ricas e lindas em detalhes entre luzes, cores e sombras, além de outras esculturas tanto em madeira, quanto ferro e mármore, feitas à mão e ferramentas de corte. Era impressionante a riqueza que havia naquele lugar.
  13. De mãos dadas ainda, eu e minha paixão, andamos pelo corredor de ponta a ponta, como duas crianças num parque de diversões, apreciando todas as obras, todos os movimentos artísticos e todo sentimento daquele local. Cada centímetro era admirável. O teatro, o palco, a vista que tínhamos era incrivelmente bela. Havia um silêncio de enorme magnitude, instigante e uma imponência incrível todas aquelas cadeiras, a cortina fechada, os andares e balcões que completavam o teatro. Não havia e nem tão cedo haveria espetáculos naquele teatro, segundo o anfitrião.
  14. Paramos na varanda, que dava de frente para o teatro todo. Era realmente o melhor local para se ver algum concerto. Abaixo de nós as cadeiras, acima de nós o teto que se levaria uns quinze dias para apreciar apenas parte dos desenhos folheados, anjos, e outros trabalhos feitos nele. As luminárias tão magníficas quanto a da primeira sala só que ela carregavam triplo de dezenas de velas. Eram mais imponentes e mais esplendorosas.
  15. Naquela varanda, com vista privilegiada e maravilhosa para o interior do teatro, pedi a minha linda amada que me desse sua outra mão e fechasse seus olhos imaginando comigo uma orquestra tocando uma obra de Mozart. Não nos contentamos e começamos a dançar. Estávamos realmente ouvindo Mozart e toda uma orquestra com maestro estava executando a obra Andante, do mesmo. Ao bailar parecíamos que não estávamos mais com os pés no chão.
  16. Flutuávamos! Mas não mais dentro do teatro e nem em nossa atmosfera terrestre. Já tomávamos o espaço sideral. Ao fundo, bem ao longe, o “braço” da nossa galáxia, a Via Láctea, nos envolvia e mais próximos a nós, alguns planetas passavam, nos entrelaçavam, como que nos embalando em movimentos sutis e graciosos. E estrelas, hora brotavam aqui, hora brotavam ali, iluminando os nossos rostos em cores diversas. minha eterna amada, que já era linda, ficou excepcionalmente bela ao ponto de ser o astro mais luminoso, mais brilhante, mais apreciável do espaço. Nem o sol conseguia brilhar mais que ela ou muito menos iluminá-la. Ela irradiava luz, ela me enchia de luz, me tornava também um ser iluminado. Sua áurea me banhava e me fazia também um pequeno astro brilhoso no céu.
  17. Ainda de mãos dadas, e iluminados, sob uma chuva de estrelas, à contemplação de planetas e à presença de toda a galáxia, dançávamos como se nada tivesse ao nosso redor, como se o universo inteiro fosse só nós dois, ou melhor, com se o universo fosse somente nós dois. Nada mais importava na terra, todo aquele luxo, aquela beleza, aquela imponência, aquela riqueza. Nem o belo pôr do sol, nem as obras de arte, nem em qualquer obra da inteligência humana ou até mesmo da natureza, valia aquele momento a sós com minha amada.
  18. Nossas mãos estavam sempre unas. Nossos corpos estavam sempre conectados. Mas faltava uma coisa para que pudéssemos explodir de emoção e paixão em vida: o beijo. E quando isso aconteceu o choque entre os nossos lábios transmutou todo o universo e, como que num vácuo, toda matéria foi sugada por nossas narinas. Cada matéria desde macro até o micro foram consumidas por nós, por nosso amor: mas nada é maior do que ele e nada é menor também. Nossa língua se falava, se explorava, trocava sentimentos, organismos, vida, estrelas… Estávamos no nada. Éramos tudo! Nossas mãos dadas comprimiam uma paixão única. Jamais sentida por qualquer ser. Nosso beijo teve início, mas nunca terá Fim. Foi um instante. E o instante só deixará de ser quando o outro o substituir. O que é impossível, um instante se tomado por outro, segundo o maravilhoso pensamento de Aristóteles. Portanto o nosso beijo eterno, imutável, completo e vivo. Não é passado, não é presente e nem futuro. Nosso beijo é a personificação do nosso amor, eterno amor. Faremos um novo universo, novas galáxias, novos planetas, novas formas de vida. O dia que pararmos de nos beijar, que soltarmos nossos lábios, um milésimo de segundo sequer, mudaremos o curso das coisas, de tudo. O eterno passará a não mais existir e o tempo retornará trazendo a monótona rotina à vida.
  19. Numa noite escura qualquer, ao olhar para as estrelas, pode até estar de manhã, em pleno Sol de meio-dia, ao olhar para o céu, esteja ele azul claro ou completamente escuro, verei nós dois, eu e minha paixão, meu amor, num beijo apaixonado dançando ao som da mais bela obra musical já composta, envoltos aos maiores planetas, aos menores seres fragmentos, de luz e de escuridão; tão longe dos confins da galáxia, tão próximos da Lua prateada... Estaremos lá, nós dois, eternamente juntos de mãos dadas.

Eu torno a vida muito complicada...



Na psicanálise, em consulta, recebi um choque de realidade. Esse confronto, que tive de mim mesmo, do meu “eu” para comigo, foi tão grande, que, ao descobrir que EU era o “problema” (e ainda o sou) fiquei mais deprimido que no primeiro dia. Ou seja, fui me tratar e fiquei mais doente. O que pensar de um remédio que, ao invés de curar, adoece? Contudo, a vida segue. Mas a consulta, deixou-me um legado: a ciência do pessimismo. É uma dialética entre favorável x desfavorável. As vezes é bom ser otimista. Sim, só às vezes. Porque, quando o pessimismo está com a razão, e o otimismo cai… É uma queda violenta e dolorosa! Dói mais que a “pancada” advinda da frustração, quando se descobre que se é pessimista. Prefiro ser feliz e pessimista a ser um otimista iludido, cheio de dores. Quase nunca o otimismo é o guião da minha vida. Basta seguí-lo para me frustrar. Por isso, para qualquer situação, “entro logo com pé atrás”. Desconfiado. Visto que, otimismo demais, o mundo conspira contra. Digo isso, pois algo não gosta de mim nesse mundo e só de raiva, – ou por pura diversão – ele me contraria e acaba com minhas esperanças, dando razão ao avesso, sendo contra tudo o que eu possa imaginar. Então tenho tipo uma superstição às avessas: se eu pensar que tudo vai dar certo, dá o contrário. Assim, inteligentemente, eu penso o contrário a fim de conseguir um resultado até certo ponto, positivo, agradável, próspero e, também, que me satisfaça nesse conflito diário. E assim sigo em frente, um passo de cada vez. Às vezes, dois passos para trás e um bem cauteloso à frente.
Um bom exemplo que posso dar aqui é que quando essa tempestade paira por sobre minha alma acontece algumas coisas tão incríveis! Tipo, eu nunca sou visto. Sou uma pessoa pacata, discreta e simples. Às vezes até demais. Simplicidade não atrai a ninguém neste mundo em que vivemos. As pessoas buscam o luxo, o belo, o reluzente, a visibilidade, ter, ostentar e tudo o que há de mais fútil. Devido a isso, com meus modos, meu sistema de vida, quase que subterrânea, passo batido. (Óbvio!). Sem olhares atentos ou coisa qualquer. Por mais que eu queira, deseje muito, citando exemplos: uma conversa legal, conhecer alguém, uma paquera, atenção… Nada acontece. Nem um sinal sequer! Um fantasma, sou. Muitos dizem: “Ah, tome atitude! Você tem que se permitir. Saia da toca!”. Ok! Me dou por vencido e o otimismo desperta. Sigo os planos dessas caridosas almas, e… Nada! É só derrota.
Entretanto, nos dias em que desejo visitar infinitamente o inferno, aqueles que minha âncora abarca, que tento me transferir àquelas terras inférteis de solos pútridos, acontece a surrealidade: eu recebo milhares de sorrisos, cantadas; pessoas puxam conversa; olhares que brilham feito estrelas; rosas desabrocham quando passo, exalam perfumes. Encontro todo tipo de charme e almas interessadas, surge sempre algum contato. Ah! Carinho, atenção e compreensão, também… Eventualmente, nos períodos obscuros de minha consciência e da minha própria vida, surgem pessoas para me oferecerem empregos, algum tipo de caridade, para iniciar um romance, e todo tipo de sortilégio. Mas, relembrando o segundo parágrafo quanto a isso tudo, seria como contradizer-me, em respeito a “conspiração do mundo contra mim”. Então, o que quero dizer, neste caso, é o seguinte: o mundo sorri para mim quando estou péssimo e não quando estou com certa dose de otimismo. Logo, seguindo o raciocínio, quando há otimismo, há desgraça; quando não, graça. Provavelmente o mundo está de palhaçada comigo. Deve ser bem hilário para ele quando me vê com um sorriso sincero, largo, com a áurea resplandescente, bem aparentado, bem vestido, perfumado, com a auto estima lá no céu. O que ele, (mundo) faz? Produz o revés. E ri de mim. Tudo bem, não me importo mais… Mentira… Fico puto sim. Até “par ou ímpar” no espelho dá derrota pra mim.
***
Já na segunda consulta psicanalítica choquei-me mais ainda. E parece ter-me despertado uma nova consciência, um novo eruditismo! (Ou, na verdade, apedeutismo). Desse ponto entrarei em um assunto embolado, (tão escroto que nem sei como consegui pensar tanto esta merda): Pois bem, saí da consulta com sentimentos e reflexões de coisas como: Por que é que eu existo? Por que eu “sou”? Sei que todo mundo estuda o fenômeno da morte, todos falam sobre a morte. Religiões, Filosofia, toda essa sabedoria e/ou ciência existem por causa da morte. Mas ninguém quer saber do propósito da existência, do nascer, o devir. “Por que eu sou”? Fala-se muito pouco sobre isso, o que antecede à vida, a causa, o que gera a vida, – não material –  mas o sentimento, o propósito, a natureza do ser. Poucos, senão ninguém, fala do porquê da existência, do que nos levou a existir de fato.
A priori, religiões de cunho espiritualistas podem até elucidar o porquê de existirmos agora, mas explicam nossa atualidade justificando-a a um pretérito. Mas se “voltarmos a fita” até a primeira existência, como explicaremos uma existência anterior? O que aconteceu antes do nosso primeiro instante? Nada? Tudo tem um começo, ok? Portanto, antes desse começo o que havia? Nós podemos ter tido um milhão de vidas passadas, reencarnações, segundo o espiritismo kardecista, ou até mesmo crenças budistas, mas se voltarmos tudo até a primeira vez, até o primeiro milésimo de segundo do primoroso dia em que passamos a existir? Poderíamos ter uma conclusão ou, uma resposta, do que éramos antes disso? Não éramos nada? Se não, assim sendo, pergunto: sempre existimos? Somos eternos?

Primeiramente, há milhões de explicações para a morte. Todos falam sobre a morte, sobre a vida após ela, sobre o além-túmulo, ressurreição, reencarnação, vida no inferno, vida no céu… Tudo isso após a morte. Isto é, tudo isso após uma vida encarnada, que, uma dia perece. Mas e o antes dessa vida? O que dizer do motivo do nosso nascimento? O que pensar sobre existir ou, qual o propósito da nossa existência primeira? Por certo, o espiritualismo diz que reencarnamos porque devemos ter uma vida de provas e expiações; que devemos concluir uma coisa a que prometemos no plano espiritual; missão ou algum débito. Mas antes de prometer, antes de termos realizado alguma coisa, no passado, antes de ficarmos devendo algo, antes de existir para ter plantado e colhido a isso tudo, já pré-existíamos? Ou seja, contraímos dívidas desde a nossa primeira chegada? Suponhamos que sim. Mas antes dela, o que fazíamos, o que éramos? Seres adormecidos? Se dormíamos, éramos, logo, éramos alguma coisa. Caso contrário… 

Segundo, sobre essa resposta sobre o “nada” é que devemos nos atentar. Se nada éramos, por qual motivo “virmos a ser”? Por qual propósito passamos a nos tornar algo? Assim… Simplesmente passamos a existir!? Do nada! Por quê? Certamente, é interessante pensarmos não no fim, mas no começo. Ou, mais ainda: antes do começo. No nada. (Mas não se pensa no nada, rapaz!). Porém, seria de suma importância saber quem ou o que nos deu início. Ou o nada agora possui atributos para criar vida? Se o nada cria, o nada também destrói. E destruição nos remete ao efeito à alguma causa. Portanto o nada é, existe. Isso seria um contrassenso.
***
Alguns seres viventes, têm ciência de que são, respondem ao meio, possuem sensibilidade e etc. Já os animais racionais são os únicos a saberem que morrem. Nós, seres humanos, somos os únicos que evoluímos (nem parece) e a cada dia adquirimos conhecimento, saber. A inteligência é obtida em nosso curso de vida e arrisco a dizer, cada dia melhor do que outrora. Então, pensemos: nada disso existia antes de nos tornarmos algo, de sermos criados. E nessa não-existência, quem foi o canalha que nos criou? Nos pôs a uma rotina doentia, um curso a ser seguido cheio de entraves, desgraças e incertezas? Eu iria achar o termo “vida” diferente e coerente se, somente houvesse a plenitude. Mas não. Existem anomalias, falhas, doenças e infortúnios. E se nos criaram sem a nossa compreensão, sem o nosso “aval”? Poderíamos reclamar a nossa existência!? Mas, estranho! Como iríamos reclamar sobre algo, se não existíamos? Ou reclamar de algo que nuca existiu? Mas salvo essa situação, já depois de possuir vida - ter nascido, crescido, evoluído... - o que nos fez e o que nos mantém presos aqui a ponto de não querer largar esta vida? E por fim, realmente, se nos criaram não nos deram nem a opção de escolha. Crueldade!
***
Alguns têm ciência de que depois da morte existe continuidade, a nossa consciência permanece viva. Outros não têm essa ideia do ser infinito. Algumas vertentes religiosas pregam que a vida continua sim, mas elas estarão fadadas ao sucesso ou ao fracasso dependendo da vida atual. Bonito! O ser humano após sua morte, poderá desfrutar de infinitos dias, no céu ou no inferno. Ou seja, alguns ainda têm a “sensibilidade” de prever o eterno futuro… Apontam seus dedos para seus próximos, julgando-os, cheios de falsos moralismos e pregações irracionais.

Vejamos uma coisa então... Supondo que haja vida após a morte e, que a vida não tenha fim, – pensando ainda como os espiritualistas - pergunto: a vida teve um começo? Supondo que sim, volto a perguntar: quem disse que eu quis existir? Quem achou que podia me fazer a seu modo, me tornar algo, me criar? Será que eu existo contra própria vontade? Muitos irão dizer que não. “Toda a vida é criação de Deus, Ele assim o quis; ou, se tu és, então foi porque quiseste e etc…” Porém indago à essa nossa criação aos céus: por que Tu, oh Criador, me criaste? Não foi por mérito. Fato! Porque antes de todos nós existirmos, nada existia, éramos todos iguais. Ou melhor, nem éramos. Não existíamos. Logo, não havia comparativos, nem melhores, nem piores. E creio, a escolha não ter sido aleatória… É o que costumo refletir: “Bem aventurado aquele que não foi criado. Louvemos o nada! O nada não sofre, não morre, não mata, não fica doente…” Mas infelizmente, uma coisa é certa e empírica: nós somos, ponto final. Só que a questão é: por que passamos a existir? A quê, passamos a viver? Há respostas? Claro! Por exemplo, a que nós fomos criados para evoluir. Mas reafirmo: para que evoluirmos se nós viemos do nada antes de nascer e - seguindo este raciocínio - iremos para o nada após a morte? Isso não tem muita lógica no caso de a vida ser finita. Pense! “Surgir do nada e seguir um processo de evolução para um dia se findar, voltar a ser nada novamente, não mais existir em essência?”. Tá bom, você insiste, a vida é eterna, ok! Então viemos do nada e passamos por um processo de evolução, de perfeição, por toda eternidade, tudo bem. Tipo assim, qual o intuito de ser perfeito eternamente? Isso não teria fim… Por que ser um eterno perfeito, um perfeito eterno? Perfeição é bom, é salutar, mas não tem sentido essa “perfeição” “evoluir” eternamente. Sempre haverá algo mais perfeito do que se já é, – a não ser que a vida tenha um fim. A perfeição então não nunca seria alcançada de fato: se eternamente tentamos buscá-la, por mais perfeitos que sejamos, sempre haverá uma perfeição maior e melhor. No que daria a outra coisa sem fim. Logo, a vida não tem fim, se partimos desse princípio? …

Completamente vazio

Eu odeio ter de odiar
Mas amo ter de amar
Odiar não me faz amar
Amar para não odiar


O vazio me preenche
O completo me enche
Para adquirir a plenitude
Desocupo por completo a mente


Ser eterno, imortal, é o anseio
Melhor amar a odiar
Fugir desse grumado devaneio


A solidão inimiga da esperança
O ócio, de toda a razão
Liquefazem-se com intensa paixão

Se as vacas tivessem religião, Deus iria ter cara de vaca?



Eu não sei por qual motivo adotei o título para o texto que segue abaixo, mas... O que importa? Eu poderia tentar explicar por outro viés, religioso, de fato, mas não estou afim, - e não estou atacando a nenhuma religião, diga-se de passagem (risos). É que hoje eu quero vomitar; quero rasgar um bloco de mil folhas com uma caneta feita de pena; estourar atmosfera terrestre apenas com uma única expiração, ou com um simples sopro. Explodir um vácuo! Tudo por causa de algumas reflexões. Hoje pensei mais do que respirei; pensei mais do que pisquei os cílios; pensei mais que o ato de pensar. Devido a essa energia toda, essa meditação impregnante na alma, cheguei a uma aporia. Eis: Seria a culpa da vaca, por dar, ela, a Deus, uma cara de vaca, ou seja, dela mesma? (Ah, a vaquinha se chama Belinha).
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Contudo, mudando de assunto... Vejam, que injusto e cruel para com os humanos as coisas são. O mundo, o universo que nós enxergamos, não foi feito para nós, exclusivamente. (Olha! Que curioso, não é? Eu fiquei até com sono quando cheguei a esta conclusão. A energia foi embora). A matéria, desde o macro até ao micro, todos fenômenos, não são para nós. O físico o metafísico... Nada nosso. Muito menos "para nós". Tudo é. Eles apenas são. Por si só. Nós somos apenas espectadores desta obra, desta natureza. Então, esse mundo, em que estamos inseridos, - e não operamos - que é visto por nós, sentido por nós, obviamente, é o mundo qual interpretamos, ou melhor, apreciamos. O nosso ideal. Algo pessoal e muito subjetivo. Não temos o poder de transformá-lo, - apenas em nossa mente. Podemos sim é alterar apenas o curso de nossas vidas. Agora, a natureza, o tempo, o tudo, são o que são. Não mudam por nossas vontades, nossos sentimentos e quereres. A tradução é livre, diversificada, única, de cada indivíduo. Temos interpretações de mundo; criamos um mundo em nossa mente, ao longo da vida. Por mais que estejamos inseridos numa comunidade, numa sociedade, ou num país, qual temos a mesma visão do todo, ainda assim, cada qual, tem um olhar peculiar. Ou seja, vejam isso: resumimo-nos como a um fiapo de seda que foge à corda: a cultura de massa, o senso-comum, são essa corda; e há aqueles que são os fiapos. Mas o mundo, ainda, por nós - sejam os fiapos ou as cordas em si - é criado, é moldado mentalmente à nossa maneira, pois estamos nele inseridos. O mundo ganha forma, mas para quem o vê. O mundo real, não se altera, nem se distorce ou se finda, se o faz é por si só, devido ao tempo, ao seu universo físico. Mas suponhamos que o mundo, a Terra, tudo o que tocamos, sentimos e enxergamos, por onde quer que andemos, ficamos e morremos, tudo… Enfim, caso possamos moldá-lo, alterá-lo, definitivamente, fisicamente, inclusive, seu espírito, sua essência, se tudo isso fosse possível, poderíamos fazer algo tão perfeito, ideal e pleno assim? Pensemos! O ser humano é falho, isto é fato. Não atoa, não se enxerga direito, não se vê como um ser social, não se lhe dá em comunhão para com nenhum outro ser vivente... Seria falho, portanto, este mundinho criado por nós, obviamente. Assim... Tenho uma pergunta melhor, veja bem: o que é um mundo ideal e perfeito, criado por pessoas idiotas, doentes e egoístas?

Nós, os vermes

“O verme pisado se contorce. Eis aí algo inteligente. Assim é que ele diminui a possibilidade de ser pisado novamente. Na linguagem da moral: humildade.” (NIETZSCHE, Friedrich. O crepúsculo dos deuses. Editora Vozes de Bolso. 2016. p. 13).
Perfeita comparação ao ser humano e suas atitudes, seus feitos, quando não condizente com alguma moral, ou, até mesmo o respeito ao próximo, ou mais além, alguma conduta ética. Por falar em ética e moral, o ser humano não é livre – o animal, não é um ser livre. Todos os seres estão fadados a algum tipo de “coerção natural” à algum fim. Por exemplo: vermes, seres orgânicos, tendem a se reproduzir e só. Buscar abrigo para tal, somente isso. Se instalar e reproduzir; as aves, possuem asas – o sonho de qualquer humano – mas isso não lhes dão liberdade alguma. Estas estão fadadas às condições climáticas, a distâncias, áreas urbanas ou a regiões florestais, etc… E mesmo com o céu aberto às suas frontes, ainda assim, as aves vivem para se reproduzirem, se alimentarem e evitarem de serem servidas como alimentos.
Nós humanos, seres sociais, possuímos uma coisa que nos diferem de todo o grupo de outros seres, que é a linguagem articulada; possuímos a razão. E quanto mais razão, mais o ser humano se eleva à classe social em que vive. Há seres humanos que se intitulam semideuses, mutantes, extra-humanos. É incrível! Em relação ao verme pisado, um super-humano desse não vai se contorcer nunca, – jamais! Pelo contrário, uma pessoa desse nível, irá atacar, como que um leão, o rei da selva, quando, por exemplo, vir alguma “ameaça” numa área delimitada por seus sentidos.
Ai uma pessoa que pensa um pouco questiona: “Mas o ser humano possui liberdade, então…” Sim, realmente todo mundo é livre para fazer o que bem entende, mas há muitas vírgulas após a palavra liberdade. Parece contraditório ao que disse no primeiro parágrafo. Mas a liberdade que nos é imposta acaba nos mantendo presos. Somos prisioneiros de um sistema; temos de seguir regras; “temos que…”,  senão acabaremos como os vermes em contorção evitando o pior, ou muito mais, a dor.
Àquele que é desprovido de humildade, por exemplo, que está no topo da cadeia alimentar – se comparado a outros seres – ou que esteja no topo da pirâmide social, esse jamais se contorce, pelo contrário, se mantém rígido, ereto e possuído de irá. Ai de quem o encarar! Vai virar verme pisoteado. A pessoa que por descuido pisa em outra, tem como retorno uma outra pisoteada, mas bem mais pesada e dolorosa. O que é recíproco na vingança vem à cavalo. Dói mesmo. “Deita ai verme, e se contorça!”
Conforme o tempo vai passando a palavra humildade vai se esvaindo. Se se tirasse cada letra desta palavra, hoje restaria somente a letra H, – de homem, de humano. O que mantém as duas palavras em comum, na verdade é o que as separa naturalmente. O humano não possui humildade. Em sua grande maioria.
Se uma pessoa erra com outra, ela não se desculpa, diferente disso: vocifera e faz com que a vítima, se sinta culpada. Isto, através da força, da ameaça e do poder é casamento feliz e duradouro. Oprimir, ofender, agredir, culpar… Nós vemos isso no trânsito, nos jogos de futebol, na padaria, no trem, no trabalho, em todo lugar. Não há quem assuma: “Errei, me desculpe. Não o farei novamente”. E se outra pessoa questionar, eis uma resposta lúcida: “Por quê? Porque me contorci, me declinei, tomei uma atitude humilde e com isso a resignação”.
A vergonha caminha alheia à soberba, ao orgulho. Quem erra não assume; quem erra morre de medo de passar vergonha; não se suporta ao se deparar, sob olhares alheios, seja de pena, de repreendimento, ou até mesmo de candura, de compaixão. Todo mundo quer ser o leão, a raposa, o tigre, a cobra, a águia. Ninguém quer ser um verme, se rebaixar, se pôr em um “estado abaixo”,  em uma situação inferior, para que, assim, desta forma, tome ciência de que existe humildade e que, com ela, existe uma forma de se rebaixar, servindo de trampolim, ou seja, uma meio para elevar-se. Para que se dê um salto, é necessário elevar os pés para baixo, contra o solo, se preciso pisar no buraco mais fundo, para que se alcance um salto maior.
Se elevar de forma lúcida e não agressiva, nem irracional eis o ponto central da questão. Se contorcer, se rastejar, é um ato muito feio, muito horrível, mas é assim que muitos conseguirão se elevar, e estar digno na sociedade, vivendo em comunhão para com todos, – desde um verme ao rei da selva. O coração de quem se declina sabe a importância de um inseto, de um animal qualquer e, também, vê a si mesmo como essencial nesse processo de caminhada, “contorções” e (r)evolução.

ATUALIZAÇÃO BETA v.5.7.0: AGORA MEUS ELETRODOMÉSTICOS SÃO PÓS-ESTRUTURALISTAS

Dizem, os pós-estruturalistas , que a linguagem constrói a realidade. Isso é ótimo, exceto nos dias em que eu preferiria que minha realidade...