A viagem
No espaço sideral flutuando
O corpo inerte, solto, lentamente girando
Não está de lado, nem de ponta cabeça
Não existe posição, no espaço vagando
Um misto de frio e calor
De luz e escuridão
O tempo passa como um vapor
Bilhões de estrelas, corpos celestes, mas solidão
O silêncio é violento
Não há peso, não há matéria alguma
Exceto a consciência, como saco de cimento
Produz ideias sem sorte nenhuma
Houve-se somente as batidas do coração
Harmonizada com uma forte respiração
O vácuo impera solenemente
Vosso corpo obedece ao pai da criação
Num piscar de olhos tudo muda
Avanças de um planeta a outro
Para se mover não precisas de ajuda
Pois a sensação é a de estar morto
Contudo a vista do espaço é linda
A sublime visão do paraíso
Todas estrelas lhes dão boas-vindas
Fazem qualquer um abrir um belo sorriso
Toda infinitude, a escuridão e a solidão
A falta de odores, sabores e audição
Nada se aproxima do espetáculo que é “lá em cima”
O complexo de brilhos e cores despertam a paixão
O tempo, o espaço, o infinito
Realmente não há nada mais bonito
Numa eterna inércia, o corpo vai...
Viajando, à imortalidade de um espírito
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