domingo, 21 de dezembro de 2014

À espera do nunca




Foi nefasto o que aconteceu.
Já senti muitas dores na vida.
Mas a que mais doeu,
Foi a dor da tua partida.

Tudo desabou.
No abismo, à beira fiquei.
A última pedra que rolou.
Levou o amor que conquistei.

Não tenho mais nada.
Sentimento, sorriso ou alegria.
Pular não me custa nada.
Falta de mim ninguém daria.

Só tu podes me resgatar.
Onde estás agora?
Distante do sistema solar?
Ou no resplandecer da nova aurora?


sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Oxaguiã, o guerreiro das vestes brancas



Ele é o silêncio que precede o caos.
É sinônimo de vitória e plena harmonia.
O guerreiro puro, luta contra o mal,
Desconhece a derrota, lúcido ou na rebeldia.

De branco, és lindo! Jovem viril, se alimenta de inhame.
O brilho das estrelas, carrega sua nobre espada.
Seu pesado escudo lhe protege dos infames.
É vitorioso àquele que se junta à sua caminhada.

Muitos reinos conquistou, é a luz da manhã.
Perante sua imponente presença, tudo progride.
Oh, enérgico Ajugunan!
Felizes são aqueles sob sua égide.

Anda Ogum, em sua companhia;
Irmãos de campanha, conquista.
Sua cabeça por ele foi moldada um dia,

E ao general, tornou-o mais idealista.

À sua inteligência, tudo prospera.
Luta com fervor em nome da paz.
É a energia que renova as eras,
Com sua mente brilhante e tenaz.

Das vestes brancas, jovem Oxalá;
Sexta-Feira, à nós vem iluminar;
Deixe-nos sob tua paz, h
armoniosos, 
Para que o melhor caminho possamos trilhar.

Feliz eu sou, desde abian.
Sei que me guias desse céu azul celeste.
Não lhe desapontarei, meu Pai Oxaguian.
A ti sou grato pelo amor que me destes.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Pequeno Rap



Não sei o que foi essas letras abaixo (rs), mas me parece um Rap. Fui escrevendo e... Eita, quanta coisa! Então, em homenagem aos Rappers brasileiros, eu deixo por conta dessa levada bacana. Viva o Hip-Hop nacional e suas letras furiosas, protestantes e dramaticas!

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Indo trabalhar, naquele sol de lascar.
O trem lotado, sem ar-condicionado, cheio gente humilde.

Todo mundo em busca do seu valoroso trocado.
É sangue e suor pra tudo que é lado.

É o simples proletário, trabalhador.
Deixando de lado seu sofrimento, sua dor.

Largando em casa sua linda família.
Em busca do valioso pão nosso de cada dia.

Pelos trilhos de aço, corre a grande lata de metal.
Vai rasgando bairros sinistros direto à Central.

Levando geral pra ganhar a pobre vida.
No inferno de concreto onde brota a sua lida.

Por falar em inferno, o que é que está havendo?
Só vejo mulher parindo, criança órfã nascendo.

Culpa de quem? Lula, Dilma... Do Brasil?
Dá vontade de mandar todo mundo pra puta que pariu.

A super-população é uma realidade.
O que eles vão fazer com essa nossa verdade?

Não podemos, também, esconder o que está acontecendo:
O que tem de gente, de bobeira, morrendo?

É o tráfico acolhendo e a polícia varrendo.
Essa é uma guerra sem fim, que sorri pra você e pra mim.

A criança hoje em dia nasce com ódio no coração.
Mãe cracuda e pai ladrão. De onde vem e para onde vai a sua educação?

Seus pais não têm culpa por, também, serem assim.
A tal da elite foi quem criou esse estopim.

O pobre vive intocado na favela, que nem um burro.
Do outro lado vive o playboy. Só falta o muro!

Doze mil brancos se formam em medicina.
Doze mil negros favelados caem mortos em chacina.

Cotas nas universidades, não!
Mas cotas nos presídios, ninguém dá atenção...

Para cada mil médicos brancos, há cem mil presidiários negros.
O negro tem livre acesso às carceragens e a elite, BMW na garagem.

O miserável só pode ser gari ou trabalhar na padaria,
E o burguês vira doutor e se forma em engenharia.

Ninguém dá oportunidade para o pobre favelado crescer.
Daí reclamam quando alguém pega uma Uzi para sobreviver.

Um ato é consequência de outro,
Daquele que vive no luxo, ao que vive no esgoto.

Nessa pátria mãe gentil, o racismo ainda pulsa.
Muitos fingem não vê-lo e ainda negam sua culpa.

Não importa se o cara trabalha ou se está quieto.
Tem sempre um engomado superior pra lhe estourar o reto.

Aquele que consegue um ofício honesto,
Sofre o mesmo e nojento preconceito funesto.

Do seu patrão, da sociedade, ou na sua empresa...
O cara humilde, coitado, sofre que é uma beleza!

E caminhando lado-a-lado, há aquele que vem do gueto: o favelado.
Sofre o mesmo ódio, oriundo daquele engravatado.

Trabalhando ou não, o pobre coitado não tem perdão.
É sempre confundido pela polícia como um ladrão.

Você trabalha, se lasca todo, corre e luta...
Mas não adianta, maninho, serás sempre tratado como uma puta.

E essa que também merece meu respeito.
Não apenas por ter peito - para qualquer deleito.

Mas pela sua foda labuta.
(Muitas são honestas e das suas vidas não têm culpa. Se liga, filho da puta!)

Trocadilhos à parte, pule esse trecho.
O trem chegou, vamos ao desfecho.

Central do Brasil! A estação lotada. Cada qual com seu perfil.
É um mar de cabeça pensante numa onda febril.

Vamos trabalhar, deixar de blá blá blá, vamos ganhar.
Deixar de perder, deixar de se foder, sei lá!

Nem dinheiro, honrarias e nem ostentação:
Isso tudo é bobagem!
Valho muito mais do que isso, meu irmão,
E nada compra a minha dignidade.

É isso que nos resta: Honestidade gera respeito, cidadão.
Ninguém pode arrancar, do peito, o nosso grande coração.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Otário



Quer atenção, meu irmão? Estude e vá ganhar o prêmio Nobel.
Melhor do que essa vida de merda, cheirando pó e catando papel.

Reclama da sociedade, mas está ai financiando o tráfico.
Fala que policial é verme, mas vive no morro pelando um saco.

Dando de graça pra bandido, arma e munição.
Até o dia deles usarem uma dessas no teu pai, na tua mãe e teu irmão.

Lhe ver nessa situação, é lamentável, é osso!
Pior vai ser quando eu lhe vir com buracos de calibre grosso.

Capeta vai ter pena de ti, vai mandar rezar missa o dia inteiro.
Ficarás tão deplorável que nem os porcos, no inferno, vão lhe querer em seu chiqueiro.

Chora não, otário. Engole o choro, vagabundo!
Você teve todas as oportunidades do mundo.

Mas preferiu canudar o nariz, rodeado de glock, vagabunda e fuzil.
Eu só tenho uma coisa a lhe dizer, muleque: VAI PRA PUTA QUE PARIU!


Abstração.


(Tema sugerido pela amiga Kelly Lopes)

Não sei o que há comigo, meu amigo.
O caos está me causando desatenção.
Ando por esse pequeno mundo perdido.
Me desanima essa tamanha abstração.

Parecemos todos perdidos em nossos caminhos.
Percorrendo, vagando, alheios à perdição.
Me falta usar uma coroa de espinhos,
Com uma pesada cruz se arrastando pelo chão.

Estou perdendo a minha humilde crença.
Oh quimera, que me frustra a cada dia!
Esse terrível devaneio vai me levar a doença.
Estou farto dessa pobre esperança vazia.

Há um êxtase mórbido no ar.
Sombria energia que emana da terra.
Sem fé, rogo a Deus, para arrebatar,
A causa que está gerando em mim essa guerra.

Não sei mais o que fazer, nem o que pedir.
Mas com todo vigor vou lutar como um leão.
Da vida não vou desistir, até ver você cair,
Desconheces minha força quando ajo com razão.

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Somos todos iguais.

Branco, negro, índio, oriental, albino, nordestino, latino, americano, mexicano, muçulmano, aborígene, rico, pobre, feliz, infeliz, bonito, feio, deficiente físico - mental, perfeito, ateu, juiz, religioso, músico, ator, homem, mulher, viado, lésbica... 

Mas tem uma coisa que os tornam todos iguais...






Apolítica

Um ato de violência política não revela apenas um crime de uma ação isolada. Ele expõe a fragilidade de nossas crenças políticas. Depois dos...