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Dia cinza, dia em paz

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Eu gosto de dias cinzentos, Chuva, trovoadas, vento... Reclusão, quietude, solidão, Sigo fugindo de todos pela contra-mão. Do silêncio, ouvir. Os ruídos, não mais escutar. Faz-me refletir, relaxar, Consigo até sorrir, me animar. Esses dias tão monótonos, Ora pacíficos, ora contundentes. Crio meus  diálogos  próprios, Misturo o frio com o quente . Aos olhos trazer belas escritas: De S hakespeare , Jung à Tolkien , Aos ouvidos belas melodias: Bach , Tocata e Fuga ; e Mozart , Réquiem . Olho para dentro de meu ser, Vejo um vasto e colorido universo. Voando conheço as belas estrelas, Mas volto ao mar azul e lá fico submerso. A morte é senão um alívio do corpo, Vou onde quiser, nada a me impedir. Na vastidão grito como um louco, Não vejo problemas em coexistir.

Se eu soubesse...

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O silêncio ensurdece. O barulho enlouquece. De amor a alma carece. Mais uma vida que perece. Tudo isso só acontece, Com aqueles que se esquecem, De olhar para si, s implesmente , Quando seu mundo enlouquece.  A dor volta quando anoitece. Os prantos ganham vida, crescem. É aqui onde tudo acontece, Todos gabam suas próprias preces, Bonitas palavras e belas vestes, Faceiramente nesta falsa quermesse.

Não, obrigado!

Não sou obrigado: Nem a agradecer, E nem a ser agradecido. Queria, a tudo esquecer, E também ser esquecido. Não sou obrigado: A seguir teus passos. A pensar como você. Livre de qualquer laço, ou estar a mercê. Não sou obrigado: A ouvir o que tu ouves. A concordar com tuas iras. Nem um ser que se louve. Nem que narre mentiras. Obrigado: Eu agradeço tua gentileza, Teu carinho e bondade. És digno da nobreza, Sempre seguirei tua amizade. Obrigado: Eu sou um ser pensante. Que preza o próximo, À harmonia, sou consoante, Pela paz me dedico ao máximo. Obrigado: Do amor e caridade, sou nato. Rico como a primavera, Sou feliz! Por ti sou grato, Por tudo, por toda era.

Imóvel Escuridão

Não consigo mais sorrir, E também, chorar. A vida se foi em vão, Sem tempo para amar. O que eu posso fazer? Me acovardar e me esconder? Seguir em frente, e simplesmente, Olhar pra frente e deixar tudo pra lá. Hoje eu machuquei, magoei, feri. Amanhã vou chorar, lamentar, me redimir. Sofrerei justamente aquilo que causei. Mas será que com os erros aprenderei? Eis a analogia do bumerangue: Da mesma forma e intensidade... Lentamente, ele vai, e volta.  Quando atinge, tira sangue. Causa a vítima uma terrível revolta. O tempo não passa. Minha cabeça, presa está. Sou um pássaro numa pequena gaiola, Sem poder bater asas e nem cantar.  Olho para o céu e nada vejo. A escuridão me domina, apavora. Minha vida anda como um caranguejo, No vasto inferno que me domina agora.

Uma velha história

Conversando com uma amigo de longas datas, ouvi sua velha história e pelo que percebi o tempo não passou para ele: "Tá Silvio, eu confesso... - Continuou ele - estou carente. Sozinho, sinto falta de uma companhia, do calor do corpo, da delicadeza feminina, do carinho de uma mulher. Sinto falta. Já tem um bom tempo que eu não sei o que é um bom beijo. Eu até que tentei, mas não me deram oportunidade e também não gostaram de mim. Seja fisicamente ou intelectualmente sei la...  Quando saio a noite, por exemplo, eu vejo muitas mulheres bonitas, belas, mas só vejo. Não ouso em perturbá-la ou ficar "xavecando" ninguém por que as pessoas estão em certos lugares para diversão, geralmente já estão acompanhadas etc... Não há nem uma troca de olhares segura a ponto de eu me sentir a vontade para chamá-la para uma conversa. Nada! Ai numa bela noite, no Rock In Rio, show da Rihanna, eu vi uma mulher tão linda, mas tão linda que eu me encantei. Acho que fui enfeitiçado. A

És marcante

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A mais linda do universo é ela. O sangue é nobre; a cor, negra. Rainha da Africa, a mais linda donzela. Olorum fez-lha toda rica em beleza. No Aiê, vive na terra da garoa, Mulher, apaixonada e também guerreira. Teus sonhos são como aves que voam, Divertindo-nos com ingênuas brincadeiras. Em meio aos cinzentos concretos, Sutilmente, distribui belas cores e leva riqueza. Briga contra os inimigos certos, Pobres, que zombam de sua beleza. Sua doce voz, sinto enorme prazer, Com ela, fico horas a finco no telefone. Sem ela sinto saudades "de morrer", Toda vez que ela some. Negra linda! Tão doce, tão fera, Tem um abraço e beijos gostosos. Parece poesia dos sambas da Portela, Encantam-me suas mãos e jeitos manhosos. Ela vive também em meus sonhos. Sua beleza interior e seus contos risonhos. Desejo tê-la, por ela ser abraçado, E ter minha vida e sentimentos encantados.

Ódio não!

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Em relação ao ódio, confesso que: Não sei seu formato; Nem sua grandeza; Nem esperteza possuo, Para decifrar tamanha estranheza. Não sou nenhum santo, disso eu sei: Mas quando ajo irracionalmente, Ao menos digo: "sei que errei". Logo recorro a uma oração. E torno a entoar: "Crux sacra sit mihi lux; Non draco sit mihi dux; Vade Retro satana". Ainda tem ódio que persiste, Resiste! E se diz: nada vai mudar. Isso é muito triste... (ou revoltante?) Não sei, doravante, Nada será como antes? Na crença ou não, tentarei mudar. Irei Lutar! Caminharei, normalmente, Como uma serpente, Lentamente, rastejando-se pelo chão. Sou frágil, bobo e pequeno, Mas não queira provar meu amargo veneno. Ódio, eu? Jamais! Apenas faço. E digo mais: "Sou da paz". Hipocrisia? Ah... Sorria! Falso, seremos algum dia. Quem sou eu? Quem eu sou? O pobre cordeiro? Ou o lobo enganador? Sonso ou honesto? (muitos dizem que não presto). Isso me co