sexta-feira, 4 de maio de 2018

Hoje eu menti

À uma escultura não me declarei.
Nada fui capaz de dizer, eu sei,
o quanto ela é bonita, estática!
Espirituosa, maravilhosa, estética.
Devido a essa incapacidade eu menti.
A mim mesmo, enganei.
Disse então em tom de ilusão:
Não me declarei por um motivo;
um motivo fútil, bobo, sem noção.
Tramei uma escultura bruta;
indigna de qualquer exposição.
E passei a acreditar nesta burla.
Que pecado!
A loucura mora ao lado (ou dentro).
Não, melhor dizendo:
A loucura sou eu!
Me ludibriar, e achar salutar...
A que ponto cheguei?
Por que fingir?
Por que mentir?
Declarar-se é saudável,
é viver!
Neste mundo espúrio,
revolucionário é ser autêntico.
Porém hoje, só hoje,
eu menti.
Há veracidade em minha confissão,
pelo menos.
Mas a confusão, tenho em mente.
Amanhã mentirei novamente?
Serei sincero?
Não há uma resposta lúcida agora,
mas não mentir, espero.

domingo, 29 de abril de 2018

Sem nome

Infância;
uma época;
alegria.

Amadurecimento;
outra época;
melancolia.

A tristeza atual se deve a um passado magistral.
Visto que, quando criança, a tudo se detém;
dona do mundo, do céu, do Sol e das estrelas.
Porém não se discerne o que é perder;
não se sabe, que as coisas perecem;
nem possui o tato para as diversas mudanças.
Mas chega uma hora...
E a sensação é sempre de que algo fora arrancado.
Fica aquela saudade;
é sempre doloroso largar a inocência.

Infância;
uma época;
melancolia.

Amadurecimento;
outra época;
alegria?

Pode-se existir júbilo se há um passado mau?
Visto que, quando criança, nada se tem;
dona do mundo, do céu, do Sol e das estrelas?
De fato, sabe-se somente o que é perder;
não só, também, que todos perecem;
nem possui o tato para as diversas mudanças (óbvio).
Mas chega uma hora...
A sensação é sempre de nenhuma bem-aventurança.
Surge, então, um leve desapego (eis a questão):
É sempre doloroso largar a infância?

domingo, 22 de abril de 2018

Nietzsche, um soneto diante de tudo




Não preciso abrir os olhos para ver Nem para chegar tão cedo, correr A bruta consciência não sou eu O leve pensamento não é meu O que é que na verdade eu sou? O suave som que desliza pelo ar? O revolto rio que encontra o mar?
No tempo, a potência no apogeu Nenhum céu ditoso sobre mim paira Ou sob uma terra infausta piso Que a Terra suba ou que o céu caia O que é o bem, o que é o mal? Quem está acima de um ou de outro? Ninguém é mais digno por sua moral

quinta-feira, 19 de abril de 2018

Sempre a essa hora



Sei que é noite porque está escuro
Sei que está silêncio porque não há barulho


O céu chora gotas de diamantes
O tempo suspira como dois amantes


Tudo se encontra estático
Parece o mundo estar inativo
Desde a uma criança sem brinquedo num pátio
A um apaixonado coração partido


“Eppur si muove”, sabemos Galileu
Porém, agora, nem se move uma folha
Será que o tempo morreu?
Ou nos encontramos dentro de uma bolha?


Essa quietude não amedronta
Nem a nada, também, ela anima
Não a considero como uma afronta
Tendo como prova esta rima

segunda-feira, 16 de abril de 2018

Porre nº 4



(É o porre nº 4 mesmo? Acho que sim… Estou um tanto bêbado, mas dá pra levar).

Hoje o porre vai ser um porre! Por quê? Está frio, chove, e é domingo! Não pela chuva ou o frio, mas é que odeio o domingo. E esse porre, na verdade, é mais em homenagem aos camaradas russos, que derrubaram 71 dos 103 mísseis de cruzeiro lançados pelos EUA e seus aliados (Reino Unido e França), contra a Síria, na sexta-feira à noite. E que não haja mais um tiro. Nem na Síria, nem aqui no Brasil, nem em lugar algum. Igualmente em guerra, nós, a Síria, EUA, Reino Unido, Rússia e etc, morre-se centenas de inocentes. Este circo todo armado ai pela superpotência é uma tragédia fantástica. Lamentável! O foda é que tem-se ciência de que a investida da galera do ocidente é puro e somente interesse próprio. Ou seja, lucro e demonstração idiota de poder. Escravizar mais um estado-nação, mais um território, mão de obra barata e etc.

Além, também, da necessidade de embebedar seus brinquedinhos de quatro rodas e foguetinhos que vão ao espaço tirar foto, o Tio Sam, busca ficar bem no "selfie" e intimidar todo o resto do mundo. Quanto ao petróleo, este ouro preto, não serve somente para encher os tanques. Há o gás, entre outros derivados. O que é mais ainda motivo de invasão, expropriação e destruição.

Lá nos EUA se embebedam os automóveis, aqui no Brasil se embebedam os pobres. E já que estamos no quarto porre, que tal, mais um gole de vodka? Saiba, tu, camarada, que na Rússia também, é alarmante o caso de alcoolismo. Sim, pessoas lá bebem mais que os automóveis americanos. Hoje há uma forte campanha do governo russo. O Presidente Putin tenta seguir o caminho de Mikhail Gorbachev para diminuir o grande consumo de álcool que, lamentavelmente, assola as vidas dos camaradas.

Infelizmente, vai ser mais fácil o presidente russo acabar com a porra do frio, a dar fim ao alcoolismo. Eles devem beber dessa maneira por causa do frio, so pode! Não posso precisar, é um hipótese. Se não for a principal causa, com certeza está entre as maiores.

Sendo assim temos algo em comum com os russos, no quesito virada de copos. Porém, olha a loucura: aqui no Rio, 21º C, é considerado frio. Na Rússia, o bagulho chega a ficar abaixo de 0º C. Beber vodka russa aqui com 21º C, é a mesma coisa que fumar crack. Lá no país dos antigos socialistas beber vodka, é como beber água. No entanto o governo têm a ciência de que é preciso enfrentar uma indústria multibilionária que só lucra. Mas ainda assim, os barões do álcool encontram formas de continuar lucrando mesmo com as limitações estatais. Enquanto que aqui, o que fazer? Foda-se, continuar bebendo, é Brasil porra!

Pausa para respirar e filosofar: O que mais me assusta não é o fato da luz se apagar sozinha, mas sim ela acender sem motivo algum. Estou em casa de boa, no breu, incenso indiano soprando mágicos aromas, Tchaikovsky rolando, bebendo aquela vodka russa e de repente… A LUZ ACENDE!? Porra é essa?!

Enquanto bebo, vejo aqui uma foto, do meu celular, em uma matéria de revista, de um menino muito jovem (uma criança), que está vendendo doces na rua. Na entrevista o jovem conta que sua vida é difícil, mas que seu trabalho é compensador. Porra! Trabalho nenhum, em nenhuma época supera a mínima dificuldade de vida. Se a vida está difícil, ainda que se esteja trabalhando, porra… Fazer o que? Trabalhar mais? Trabalhar até adoecer? Ou ganhar mais dinheiro para devolver ao patrão na compra de Iphones, smart TVs, drones? Isso, de fato, é motivo de felicidade, a vida melhorará junto a obtenção destes objetos? Ao invés de o boleto todo mês a ser pago, irá se gerar mais lucro na conta corrente? Se apesar do trabalho, a vida ainda permanece difícil, a tendência é piorar mesmo.

Além do mais, a tal foto já foi parar nas redes sociais. Está lá, estampada! E não só. A própria edição da revista online também foi muito comentada. Os comentários sempre os mesmos: Dignidade! Que exemplo! Trabalhador! Esse é o verdadeiro herói! Etc. Sim, concordo com alguns adjetivos, mas a realidade é triste. Os valores estão invertidos e isso se tornou tão normal que, quem é capaz de ver com outros olhos os contrários alheios, acaba se passando por louco ou até uma pessoa desleal. Confesso que não vejo nada legal nesta foto. Um adolescente se orgulhar de vender doce a 2 ou 3 reais e achar isso digno e libertador… Não!

Primeiro porque o jovem daquela idade deveria estar numa escola. Não é moralismo. Mas é bem notório que a educação fundamental é inegável. É fácil para algumas pessoas olhar a foto de uma criança negra, moradora de uma comunidade, vendendo bala ou doce na rua e achar que o que ela vê é um trabalho digno. Digno é aquela criança, ou aquele adolescente, estar em uma sala de aula resolvendo questões de Matemática, resolvendo fórmulas Física, formando cadeias de carbono, discutindo Filosofia, Sociedade, Cidadania, Política e Economia. Ou vocês acham que só ricos, ou filhos de ricos é quem podem/ devem fazer isso? Um negro, morador de comunidade não deve sair das ruas. Ele deve permanecer lá vendendo a você biscoito à 3 reais, ou uma bala à 1 real. Entregando pizza, lanche no condomínio do engenheiro, do médico… Não é? Agora, diga quão digno é um menino desses, que veio de uma situação de miséria, de subsistência, vestir um jaleco e salvar vidas, criar uma nova vacina para cura de algum mal; viajar de ônibus, espacial, trazer do universo perspectivas novas para nossas vidas. Pensa-se que essas coisas é somente para filhos de coronel, senhor do engenho. É surreal imaginar um negro, um pobre, mesmo que um branco em situação de miséria (que é quase raro), atuando nas altas camadas da pirâmide social. Sem contar que o recalque geral, advém, da visão de que negro, pobre, na faculdade é mais uma vaga de um filho rico ocupada.

Segundo, entendo que o trabalho informal não é de todo o mal. As pessoas sim tem de trabalhar. Trabalhar até nobre sim, é bonito reformulador, renovador, revolucionário. Trabalhar enobrece o cidadão. Não estou dizendo que não concordo com o adolescente na rua vendendo bala ou doce, infelizmente é uma necessidade. Mas, paradoxalmente, por isso mesmo, por esta necessidade, é que eu concordo que uma criança deve estar uma sala de aula desenvolvendo mais. Caso o jovem seja maior de idade, que ele esteja formalmente trabalhando, recebendo salário, tendo a certeza de que amanhã vai comer alguma coisa, de que vai comprar alguma coisa no mercado, que vai poder ter uma vida melhor; a certeza de que receberá assistência médica quando tiver um problema de saúde, o bem-estar quando que no fim do mês ele terá na sua conta o seu salário; quando um jovem desses, negro, baixa renda, morador de comunidade, estiver cruzando os corredores da Universidade da Federal, ou da Estadual, tratando assuntos da sociedade com propriedade, falando como um doutor, isso sim é digno e louvável. Mas coisas assim ninguém aplaude. Ninguém ninguém se quer dá valor. Mas um negro, pobre, vendendo a 2 reais, algo que nem ele mesmo produziu, que é uma desgraça social, se torna objeto de grandes dissertações e os mais belos sonetos. Agora, a sociedade se inferniza mesmo é quando se depara com a relação candidato/ vagas por cotas para negros e índios. Ah! Para criticar isso daí a pessoa vira até PhD, Doutor em Ciências Sociais…

Não me atento somente à criança da foto, da imagem aqui das redes sociais. E quantos milhões de crianças e adolescentes estão na mesma situação? Não devemos aprovar isso. Lugar de criança e adolescente é na escola, e não nas ruas vendendo bala ou seja lá o que for. Devemos olhar com mais sensibilidade para essas coisas. Repito não é moralismo. Cada qual sabe onde o calo aperta. Seja o chinelo de dedo do “menor”, seja o sapato do nobres, do clero, ou a bota dos combatentes. Contudo, todos os pensadores, filósofos, sociólogos concordam que a educação é a base de tudo; que é a grande fonte emancipadora, é o grande elixir da vida e não há mal nenhum em se embebedar desta fonte. Todavia é uma grande falta não matar a sede daqueles que estão desprovidos.

Alguns passam por necessidades, é muito explícito isso. Não têm o luxo de escolher se vão estudar ou trabalhar. A vida lhes impõem. Infelizmente. O Brasil carece desta atenção para com os seus filhos. Não pode ser normal o índice de analfabetismo que temos atualmente (e ainda há aqueles que reclamam das cotas). Não pode ser normal o dia-a-dia de um adolescente hoje: trocar uma sala de aula por uma caixa de isopor cheia de “cervejaaaaa, águaaaaa, refrigeranteeeee…”

Quanto será que um jovem desses fatura? É o mínimo para sua sobrevivência? E tem escravocratas que aplaudem, que exaltam e exclamam: “É melhor estar trabalhando do que está roubando”. Isso é uma desgraça infernal de um preconceito impregnado nessas pessoas. Quem raios é capaz de olhar para um jovem, humilde, e pensar que ele estaria roubando se não estivesse vendendo doces na rua? Quem raios de pessoas são capazes de achar normal uma criança ganhando R$ 10 por dia para sobreviver? Isso não pode ser normal. Há outros jovens, grupo bem menor, claro, que estão trabalhando formalmente ganhando 200 vezes mais sem contar os privilégios e benefícios. Por mais que o que ganha R$ 2000 por mês esteja infeliz e, o que ganha R$ 500 por mês esteja muito feliz, não esconde a injustiça a desigualdade social e o preconceito de uns e outros ao se depararem com este cenário. A miséria, a pobreza não são sinônimos de felicidade. A riqueza também não. Mas a injustiça social não pode ser perpetuada…


Boa noite!

quinta-feira, 12 de abril de 2018

Porre nº 3


Hoje foi tão bizarro que eu me flagrei extremamente compenetrado, imaginando-me, sentado na Lua, assistindo a Rússia metendo míssil nos norte americanos. Em resposta aos camaradas russos, a mãe das guerras, lançou também toda a sua ofensiva destrutiva pelos ares. O louco foi ver o líder russo, gargalhando, ao perceber que os mísseis americanos, de tão potentes, deram duas voltas no globo terrestre, perdendo seu rumo e caindo: um na Coreia do Norte, o segundo em Israel e o terceiro acertou ao próprio Estados Unidos. O planeta Terra, visto da Lua, ficou irreconhecível em meio às diversas luzes que se destacavam, explosões em toda parte, mísseis desenhando os céus, e o nobre presidente russo sentado, no Kremlin, jogando “Angry Bird” com seu "tablet", de fabricação nacional. A Terra, de azul ficou cinza. Bizarro! No lugar do verde, foi acrescido o vermelho. Mas não, não é uma alusão! Mesmo porque a Rússia nunca foi comunista e nem sequer está perto de ser. E não, também! A Rússia não venceu esta guerra. Nem os E.U.A., nem ninguém. Nós perdemos. O ser humano perdeu, se destruiu e, não só, levou consigo o planeta Terra.

E por falar em planeta, Terra e vida, cá estou. Agora pensando, (e não delirando... Sera?), em algo que acontece conosco desde o nosso nascimento: a guerra. Já nascemos em meio à disputas, combates, conflitos e etc. Tudo nos é imposto. Penso: não seria a nossa própria vida, uma imposição? Quem caralhos achou que eu queria nascer? Quem raios me tornou à existência sem a minha permissão? Então nascer já é uma batalha, conclui-se. É uma experiência a contra-gosto, pode-se dizer que há uma força maior que venceu, nos empurrando à uma vida sem perspectiva, aliada ao sofrimento cercada de tentações que, com certeza serão-nos cobradas. E após isso, no nosso primeiro instante, a tudo é imposto o nosso esforço. Sim, compreensível. Não nascemos para procrastinar, viver inerte, também não. Mas o que nos é exigido é uma luta sem necessidade alguma, e o pior, luta de uns contra os outros, quiçá contra nós mesmos.

Isto posto, na verdade, não temos "querer", não temos liberdade e não possuímos nada. É assim quando nascemos. Salvo raríssimas exceções, (já até elucidado nos porres anteriores). Pois bem, uma pergunta: para que a vida, então, se nascemos sem nada do que deveria nos ser peculiar? Nossas faculdades, conforme vamos vivendo, nos levam a "querer", a "ser", a "poder". Mas nada disso nos é dado assim de forma gratuita, benevolente. Na verdade não temos querer. Para se ter, tem de se conquistar, óbvio! Tudo se é conquistado (a própria palavra “conquista”, já nos remete à ideia de disputa). O que eu passo a ter, foi, por mim, conseguido. Mas de que forma, qual método, qual meio, o que eu fiz para merecer, ou melhor, para conquistar tal coisa? Foi através de méritos? Outros também tentavam obter o mesmo que eu? Ficou implícito, desta forma, que eles perderam, uma vez que eu tenha adquirido algo? O que na verdade se ganha em um duelo: a glória ou o objeto, alvo da disputa? Sobre o poder, principalmente, este último, não se é doado, ou recebido. Ele é conquistado, ou melhor, algo que se é apoderado. Essa conquista é dura, penosa, requer muito esforço, muita luta. Vide a história, perceba os detalhes de uma conquista, da chegada de alguém ao poder. Onde que, para tal, por outro lado, uma pessoa, ou muitas, até uma nação, saem muito magoadas, feridas e derrotadas.  

Vejamos… Pense no que quiser, até em coisas abstratas, como a felicidade ou o amor. A felicidade, (lembrando a pirâmide de Abraham Maslow, citada no primeiro porre), pode se realizada por conta de um prato de comida, ou por uma boa noite de sexo. Diferente disso, uma pequena experiência, a felicidade existe, simplesmente, por se estar em algum lugar qualquer. O lugar ou, apenas a imagem deste lugar, seja lá qual for, nos remete a extremas sensações de satisfação e bem estar. Acontece, isso é real. Tente! Pense em um lugar, ou vá, de fato, a um lugar que lhe é aprazível e saberás. Já o amor… Bem, o amor… Sinto -lhe informar, mas ele não existe. O amor é uma fantasia do humano. Sim, olha aqui… Claro, existir, existe! Porque, se o amor é uma fantasia, ele existe, pronto. No imaginário. Mas não do modo como nos é ensinado, ou qual achamos ser de fato. Então o que fazer para encontrá-lo? Uns dirão: basta te olhar no espelho que encontrarás o amor sublime. Eu complemento: o amor é uma espécie de egoísmo que se fermenta, vez ou outra, em nossa consciência. Não sentimos "amor" pelo próximo, sentimos "amor" por nós mesmos. Isso nos trai. A caridade - que dizem ser irmã gêmea do amor -, que é feita para com o semelhante, na verdade, ela é para nós; feita em nós mesmos; na mesma forma e intensidade que se diz que é para o próximo. Você não ama "aquela pessoa": você ama a vontade em estar com essa pessoa; você quer satisfazer teu desejo, o arbítrio, ou suprimir o tesão que lhe arde em estar próximo à pessoa em questão. É por si, e não pelo próximo.

Ademais, surge o tema: o amor pela própria vida (basta olhar-se diante do espelho, não é?). Não exatamente! Há outra hipótese fortíssima que, verdade não possuímos o amor pela vida, pois a vida já é. É uma vontade por natureza, é uma potência. É um sentimento meio que involuntário. O que nos ilude e acaba por nos passar essa sensação de amar é, de certo, o medo da morte. Esse medo é combatido, diariamente, é vencido, é aniquilado. A todo instante. Senão, que caralhos ia ser de nós se vivêssemos, a todo segundo de nossa vida, com medo? Nenhum ser vivo ia ter estômago para passar 24 horas com medo extremo. Nesse caso, derrota-se esse medo através da razão, o que nos dá a falsa sensação de amar a vida. Somos apenas racionais, só isso. Pense que glória: todo dia uma vitória! Ou seja, “venci a morte, estou vivo e saudável”. Todo santo dia você vai dormir dizendo: “Venci! A missão de hoje foi cumprida”. A sensação desse triunfo é quem move a vida e vagueia por ai enquanto vida existir. É o medo de morrer que nos faz dar valor à vida. E esse valor é quem nos dá, aparentemente, a sensação de amar a esta amarga vida, transbordada em tragédias com dose cavalar de sofrimento. Quem estiver livre disso, por favor, levante a mão, se  apresente ai, porque... Você é uma divindade na Terra.

Portanto, conforme dito nos primeiros parágrafos, estamos sempre em uma disputa, em guerra. Eu comecei o porre com intuito em falar da desgraça da vida que nos agride todos os dias, mas no meio do caminho, sem querer, guinei ao triunfo, ao sucesso. Tudo bem que de uma forma extremamente pessimista (em virtude de amar Schopenhauer [risos] e ser feliz por causa da morte. Quanto paradoxo!), mas expondo a superioridade da razão sobre o medo (da morte) e a sua supremacia sobre a quimera qual todos acreditam ter consigo: o amor. O amor, no sentido de relacionamento, a paixão entre pessoas, já se é costume dizer que tudo começou com uma conquista. "Conquistei minha/meu namorada/namorado”; “seduzi fulano, ou fulana”. Ou seja, alguém teve de ceder, não resistiu. Se, caso essas condições aconteceram, havia, assim sendo, um embate naquele momento da conquista/rendição, portanto, há guerra!

***

Mas voltando, então, à disputa, à luta do dia-a-dia. O que dizer da minha pífia posição na sociedade? Se hoje eu estou, se eu possuo, com certeza foi porque alguém teve de ficar para trás. Se eu consegui tal emprego, se eu me alimento, foi porque outros foram derrotados. Não tiveram dinheiro para tirar o alimento das prateleiras. "Só lamento, cheguei primeiro e com poder de compra". Ou não? O que dizer da oferta e demanda? Será que esta existe em prol de todos, atendendo a todos? Não me refiro somente a 1 kg de arroz, ou feijão. Aponto minhas armas à cultura da indústria e da mídia. Pois é desproporcional, por exemplo, em um país como o Brasil, subdesenvolvido, receber violentas cargas de informações sobre bens de consumo extremamente acessíveis, mas à população de países desenvolvidos. Tudo bem, já se tornou normal... Mas que é surreal é! A pessoa em casa, na humildade, às vezes sem saber o que fará para o almoço do dia seguinte, se deparar com ofertas de produtos cujo seu valor daria para alimentar um bairro inteiro. Não é somente na TV. É via rádio, jornais, revistas, internet... Tudo que nos cerca é voltado a este consumo esquizofrênico. Isso gera guerra!

Contudo, há outro exemplo simples: uma entrevista de emprego. Na verdade isso é um coliseu (colisão) entre quatro paredes, com uma mesa, algumas cadeiras e um responsável, RH (RECURSOS HUMANOS) tsc... O que é o “Big Brother” (“reality show”), senão um conflito entre os participantes, a todo instante? O que é um desfile de escolas de samba, senão uma disputa pelo título de melhor do carnaval, Sendo o mesmo um espetáculo multicultural, considerado um dos maiores espetáculos áudio-visuais do mundo? Se mantêm das rivalidade entre si. Não só isso, veja que para alguém ser o melhor, toda a galáxia tem de ser pior, segundo, isso nos é imposto diariamente. O que é meu “smartphone”, senão o melhor aparelho? O que é a ganância, senão a disputa por serter o melhor do universo? E não somente, o que dizer das brigas para entrar no trem? (Chega a ser violento!). Disputa para quem faz e/ou termina mais rápido; duelo para ver quem é o melhor/ mais belo/ "mais perfeito". Tudo é tão banal - e normal... A vida se tornou um Fla x Flu, com direito a briga de torcida, tiro porrada e bomba, após um fatídico zero a zero no placar. Banal... Disputas sem necessidades, guerras desnecessárias. Vida inútil.

Enfim, o mundo corre, o tempo voa, tudo passa muito rápido, por causa de rivalidades, guerras, embates por pequenas coisas, a todo instante. A luta move, o diferente faz girar o planeta, a dialética, Heráclito de Éfeso (risos), os opostos. Seria maravilhoso se tudo fosse de uma forma salutar e compreensível. Sem vencedores e sem derrotados. Sem o biscoitinho após a tarefa, sem o biscoitinho como prêmio e, por acaso, se for para distribuir doces, guloseimas, que o seja para todos e não para transformar um bombom, por exemplo, num motivo de combate e todo o tipo de barganhas e meios injustos de conquista. Se tudo é possível, ou melhor, se vale tudo, para se conquistar um doce como prêmio de melhor "alguma coisa", imagina o que se faz por dinheiro, fama e poder? Precisa-se, urgentemente, de um planeta pacífico por meio da igualdade e justiça social. Um lugar horizontal e não vertical. Poderíamos, nós, olharmo-nos sem ter de abaixar ou levantar a cabeça. Sem ter de correr para chegar à frente do próximo, podendo ao seu lado caminhar. Poderíamos muito mais. Uma vida bem mais saudável e prazerosa. Daria sim para se criar um mundo maravilhoso, sem disputas malditas e criminosas. A maioria ainda não despertou, ainda não olhou para o alto da pirâmide para perceber que lá existem poucos, dezenas, quiçá. Entretanto ninguém percebeu que a base desta pirâmide, feita por milhões de cidadãos, é quem sustenta todo o resto, que é irrisório. E para esta equidade acontecer, não precisa de armas, ou mortes, guerras, disputas, golpes, trapaças... Para isso é fundamental, é extremamente necessária a educação. Já Étienne de La Boétie diz que basta não fazer nada. Se lhes derem ordens, não obedeçam. Apenas não façam nada. Pois como pode um tirano tecer a vontade de milhões? Apenas obedeça a si, obtenha conhecimento e não o sirva. Aqui no Brasil, como já dizia Brizola "A educação é o único caminho para emancipar o homem"; Darcy Ribeiro, Paulo Freire, entre outros também apostavam na educação. Educação para todos. Isso seria como se entrar numa guerra que não existe, com armas imaginárias e fazer sentir, o então adversário, idêntico a ti. Na verdade, todos estando em pé de igualdade, elimina-se a ideia de adversidade. Consequentemente de guerras, disputas e etc. Todos, sem privilégios, sem benefícios. É através dela que haverá o despertar da inteligência, da cultura, da elevação do homem no sentido de superar-se como tal. É como se fosse um meio que acelerasse a capacidade de aprender, de compreender melhor os fatos. E a inteligencia é algo que não se toma, se arranca; pode-se apontar todas as armas, detonar todas as bombas, a educação não se arranca de ninguém.  Ela é naturalmente flexível, ou seja, pode-se alcançá-la e aperfeiçoá-la de alguma forma, trocando e não subtraindo do próximo. Sendo assim, não haveria motivo para se ter nada dos outros, tendo cada um a sua. É a única faculdade dada a todos, sem distinção. Basta estar vivo para que ela surja. Desfrute-a!

domingo, 8 de abril de 2018

Porre nº 2


Este porre vai ser um paradoxo em relação ao primeiro. Um porrezinho suave, nada além da conta. Enquanto assisto aqui o velho sabiá indo pra gaiola; coleiros cantando a razão; bem-te-vi jogando alpiste fora; e o patinho nadando no lixão. Se liga só! O espaço qual vivemos está se alterando. O pássaro está indo para a gaiola, as cobras estão soltas. Alguns répteis, e outros insetos, apresentam-se contra toda fauna. Algo perdeu a sua essência. Existe um movimento muito forte, uma onda. Há uma guerra, seja visível, palpável ou não, ela está presente também no âmbito metafísico, na essência de cada cidadão e que essa força a tudo sintetiza. Tudo se move e se constrói. Se molda, se refaz. Tudo acontece como em um embate. Explico: Nada existiria sem uma oposição, sem as contradições. Mas a medida que o tempo passa, esse choque, essa reação, se torna mais violenta. Quer dizer, os opostos, ou estão muito distantes um do outro vindo a se encontrar numa velocidade muito grande, ou estão relativamente próximos, mas carregados com muita potência reativa.

Nada se destrói, apenas se resume, se personifica. Da mesma forma que, hoje somos, mas amanhã não mais. Nos mesclaremos a algo, seja materialmente ou em essência, em espírito. Não o espírito, segundo Alan Kardec, mas o espírito conforme definiu Hegel. A realidade como espírito, como um todo. Mas que esta não deixa, também, de ser uma parte em uma outra, formando um todo. Um conjunto contido em um outro maior, e assim sucessivamente. A realidade qual estamos é como um movimento, processos, e não somente como coisa única, estável. Hoje estamos felizes, mas acordamos tristes. Ontem consumimos. Hoje não mais.

Todavia, para isso, não pense individualmente. Pense em um mundo inteiro assim. Acordando, indo dormir, pensando, se contradizendo, se chocando. Ora consumindo, ora economizando; amando, odiando. Esse duelo, essa dialética toda, se apresenta como um organismo, um movimento, uma substância. Tristeza, alegria, vitória, derrota. O céu e o inferno. Liberdade, prisão... O que realmente nos cabe, referente a estes opostos? O que é ser feliz, ou estar triste? Estar no céu é realmente sublime? Não existe sempre um "céu" melhor do qual se está inserido? Pensando assim, o inferno vai ser sempre o agora, não é? O que nos mantém presos, e o que é liberdade? Qual a síntese nisso tudo?

Isto posto, por falar em felicidade, será que ela, de fato, existe? Por acaso, se encontra, a felicidade, em uma nota de Real? Você vai à loja e pede 1 kg de felicidade, ou no supermercado 2 metros de alegria, ou vai na concessionária e compra 3 graus de paz? E estaria realmente preso aquele que vive isolado, enclausurado, cerceado? E quem está livre, realmente pode ir e vir sem problemas? Pensar, se expressar, se realizar? Se você concorda com o “sim”, ótimo! Digo, então, que não estamos pensando matemática, filosófica e fisicamente por igual, mas respeito a tua assertividade.

Então, escrevi essa idiotice toda, porque, recentemente, li na internet, que uma jovem fez plásticas e operações, algumas mudanças, ou melhor uma reforma estética em seu corpo. Gastou uma fortuna para ficar parecida com uma modelo famosa. A jovem menina fez muito sucesso com isso e, inclusive, foi convidada para aparecer com todo o seu charme e sua beleza em uma revista. Ou seja, ela fez um audacioso e lucrativo investimento. Bingo! O investimento certo, acarreta em lucros. Lucros, para alguns, é sinônimo de alegria. Ou simplesmente a felicidade, a realização da moça em exibir-se, isso também conta. Mas existe pessoas que não conseguem, não só ver alguém feliz, como também, ficam desesperados ao se depararem com alguém que ascende social e financeiramente.

A felicidade baseada em bem material é supérflua, é rasa. Mas será mesmo que ela existe? Não estou aqui para dizer que sim, ou que não. Cada qual que seja feliz com o que quiser, como quiser. E se quiser ser infeliz também, maravilha! Mas o que leva a uma pessoa a sentir ódio por outra que está feliz, ou com grana? Seria egoísmo, tipo “se ela conquistou, então está tirando o que no futuro poderá ser meu"; "se ela tem, então é algo que na verdade me foi tomado”. É uma hipótese superficial? Não sei, não fiz pesquisas, estou no segundo porre.

Retornando, então, ao caso da jovem modelo, ainda na rede social, que dentre os milhares de comentários, eu parei meus ardidos olhos em um destacado que pareceu-me poesia: “Ela gastaria muito menos se fosse em uma biblioteca estudar, e ficasse parecida com alguém inteligente [...] e porque não encara uma louça pra lavar, ou uma pilha de roupas pra ficar igual a uma mulher digna [...] ela podia “subir uma laje”, suar seu “corpito” por um salário honesto”. Nessas horas vejo Nietzsche se contorcendo no túmulo, como se placas tectônicas quisessem fazer embaixadinha com uma bola de futebol.

E por acaso estou pensando aqui, tentando imaginar, Nietzsche jogando bola. E o mais fantástico: este belo filósofo alemão, marcando o oitavo gol no Brasil, na copa de 2016. Realmente fiz uma viagem. Humano, demasiado humano... Seguindo essa "viagem", fui ao século 19, época do querido filósofo. Tão logo, me aprofundei mais no tempo e, lhes digo, um tempo não muito legal na nossa história. Muito pior que o "7 a 1". Não no Mineirão, ou Maracanã, não! Foi na Vila, mas não a Belmiro. Século 16, Vila de São Vicente. Por quê? Para explicar os tempos atuais.

Sabe-se que a escravidão ainda existe, nos moldes modernos. Mas como os casos do Brasil Colônia (1530 - 1822), nem tanto (será?). E o Brasil foi o último país no mundo a frear esse modo escravista e o fez por puro interesse de classes abastadas. Por lucros. Foram 300 anos de… Sei lá! Não tenho adjetivos. Nos dias que correm, ainda há pessoas (que são meros escravos dos modos de produção capitalista), que possuem a doce alma de senhor do engenho. Ouve-se: “por que não vai capinar um terreno? Vai catar latinha, isso sim é ganhar dinheiro honesto!". O brasileiro não esqueceu o período colonial, e o período colonial não esqueceu o brasileiro. E o pior quando se ataca às mulheres, pensamentos tão nefastos quanto qualquer modo de escravidão: “Por que ela não vai lavar uma louça para se tornar uma mulher digna?”

Eu vejo muitas pessoas dignificando coisas tão violentas... Não é legal você sofrer para trabalhar, não é legal você trabalhar para sofrer (tá, isso foi papo do primeiro porre). É que tem-se mania, ainda hoje, em achar que o carinha lá suado, carregando peso, martelando uma parede ou catando latinha, como subsistência, é digno e nobre. O machismo entoa: "uma mulher, para realizar um trabalho honesto, tem de ser na cozinha". (Onde parece que é a sua especialidade, prática de magnânimo orgulho). Ademais, aquela que vive da arte, por exemplo, reforçam os machistas: "não é uma pessoa lá tão admirável assim, porque deve ser tudo drogada, de vida fácil. Trabalham à noite, com vagabundos...".

Degustar as “corretas” palavras de pessoas “maravilhosas” que “entendem” tudo sobre trabalho e dignidade, moral e ética, quando dizem que “fazer trabalho sem suar, não é trabalho. É a inutilidade de um salafrário”, é indigesto! Desses ofícios que citei acima, não me refiro a eles sob o olhar de não se orgulhar em fazê-lo. Não! Pelo contrário! Deve-se realizá-lo com um propósito maior, salutar, com amor, ao coletivo e não como um meio de se ganhar um trocado do "sinhozinho", ou em troca de um prato de comida, ou somente para mostrar a uma parcela da sociedade que está trabalhando para não ser tido como bandido. Ninguém precisa provar nada a ninguém. E volto ao papo do porre número 1: Prato de comida, é obrigação estar na mesa de todo e qualquer ser humano, ou melhor, alimentar-se é um direito sagrado, natural a qualquer ser vivente.

Qual prazer o camarada sente quando se depara com outro, carregando saco de cimento debaixo do Sol, catando lixo, capinando um terreno? Tudo bem, isso é trabalho, ok? Não estou aqui para dizer o que é digno ou não; o que é o trabalho perfeito, ou um trabalho desmerecedor. Não! Cada qual sabe o que faz. Acrescento que qualquer trabalho nada mais é do que a venda de sua força. Mas não é isso… Pois me flagro em situações, provenientes de algum desalmado, incitando a um coitado, muitas vezes desempregado, geralmente baixa renda, pobre, desocupado, que este vá varrer um quintal, lavar um carro, ou um banheiro. Que caralhos a pessoa tem de pensar que trabalho é modo de servidão? E o pior: lavar, varrer, martelar, sofrer debaixo do sol, em troca de que? Em troca de nada, óbvio! Pagar bem ninguém quer? Contratar, CLT, sindicatos, benefícios, qualidade de vida, ninguém oferece, né?

Tirando o fato do camarada estar sem fazer nada, ou se faz algo que lhe convém, ou da menina que quer se expor e fazer disto um meio de lucrar, o trabalho sem receber nada justo em troca é uma oportunidade da classe social abastada anotar na sua agenda de que estes são vagabundos. Daí surgem as poesias "vai trabalhar, vai encarar um tanque cheio de louça; por que não varre um chão?". Então, trabalhar de graça é digno, é honroso e ficar sem trabalhar, ou ficar parado é coisa inútil? (Estou vendo que não saí do porre nº 1). Assim sendo, a servidão é o dilema da escravidão moderna. Ou seja, servir a outrem é um ato de pura integridade. Agora, receber por isso... "Bem. Veja bem... Eu posso lhe oferecer almoço como forma de pagamento ou, lhe dou direito ao consumo de algum serviço" e etc.

Concluo que, quem pensa assim é o verdadeiro preguiçoso, desgraçado, capitão do mato. Se o carro está sujo, o dono do carro que o lave, oras! Não se precisa de um despejado para isso. O mato cresceu? O dono do terreno que o capine, ou limpe, oras! E não uma mulher que está sem fazer nada. Pois ordenar qualquer caboclo dar um trato no quintal, acaba sendo o preguiçoso, na verdade, o mandão. E ainda possuem a petulância: "Não estás fazendo nada! Tá reclamando de que? Pelo menos está 'trabalhando'". Na verdade a veia escravista desse desumano, em estar vociferando a alguém sem trabalho, estafado, como se fosse um coronel tratando com seu escravo de estimação, está exposta e jorrando sangue azul. Se vê o racismo e o escravismo estalando na alma de pessoas assim, infelizmente. Atualmente, se deparar com comentários desse tipo é repugnante. Comentários tão normais, para quem o produz, de subserviência, de humilhação ao próximo, que chega doer os ossos. E tal atitude, geralmente, é voltada a um negro, à mulher, ou alguém das camadas mais baixas da classe social, desprovido de qualquer fortuna. Lamentável!

ATUALIZAÇÃO BETA v.5.7.0: AGORA MEUS ELETRODOMÉSTICOS SÃO PÓS-ESTRUTURALISTAS

Dizem, os pós-estruturalistas , que a linguagem constrói a realidade. Isso é ótimo, exceto nos dias em que eu preferiria que minha realidade...