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Seja aqui e agora

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Ele parece feliz, sabe fingir. Felicidade é categoria máxima que alguém pode sentir. Apenas um predicado, que vem numa caixa. Lá está! Tão só em meio a um lugar repleto de gente Cheio de tantas colocações, cheio de si, de emoções, que a si mesmo nem sente. Vai ele… Perdido em caminho reto. Vive escorado em muletas; confunde céu com teto. Desfila em sua categoria perfeita. Belo dia, um espelho. Encarou-se de repente. Pensou num conselho. E o fez a si carente: Amigo eu, meu íntimo, Exponha-te, apareça! Cadê o você legítimo? Surja, antes que eu me esqueça. A ti não vejo, meu eu. Por que não te refletes? Não és um espelho meu? Queres uma prece? Seria isto um espelho? Por que esta vastidão? Não queres meu conselho? És uma quimera, ilusão? Medo eu não tenho, portanto. Sinto que agora me encontrei. Olhei para meu ser de pronto, assim que das facetas larguei. Agora me noto, acordei do sono. Sou o númeno, não mais fenômeno. O mundo é real. Tudo é aqui. Eu sou aqui. Eu sou real. Sou único, sou d

Terror noturno

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O que eu sinto? O que me toca? Talvez um certo instinto, um medo que me corta? Um abrupto pesar Porém intenso medo Não consigo respirar, nem guardar segredo Tudo me corrói, me alucina Medo que destrói Terror que me atina Não tenho coisas bonitas pra contar Por mais que as tenha, é possível me sabotar Não há paciência que me detenha Meu pavor acordaria os mortos O grito ecoaria nos confins Deterioraria os corpos Os anjos fariam motins Já estou acostumado Sonhos, nem tenho mais Dessa dose estou viciado Pavor, ao invés de paz O vento me confunde lá fora Parece passos, traços, anúncio Ouço coisas ou está silêncio? De lugar nenhum quero ir embora Sim! Quero fugir, mas de que? De todos, do meu próprio ser? Eu não estaria livre, certamente A solução seria não nascer Depois do breve espetáculo Uma mão invisível surge Me põe num receptáculo E a passageira paz urge Nesse eterno ciclo resido Nesse breve embate sigo Ora surge o anjo Clonazepan Ora me vejo eu comigo Não há luz no fim do túnel Não h

Ferro de Madeira

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  “Para mim não faz diferença que o tipo de homem mais míope, talvez mais honesto, certamente mais ruidoso que hoje existe, nossos caros socialistas, pense, espere, sonhe, principalmente grite e escreva mais ou menos o contrário; pois o seu lema para o futuro, SOCIEDADE LIVRE, já pode ser lido em todos os muros e mesas. Sociedade livre? Sim! Sim! Mas sabem os senhores com o que ela é feita? Com FERRO DE MADEIRA! Com o famoso ferro de madeira! E nem sequer de madeira…”.  (Nietzsche, A gaia ciência, §356, trad. Paulo César de Souza, São Paulo, Companhia das letras, 2001).   O termo "FERRO DE MADEIRA" foi a expressão usada por Nietzsche para se referir a algo que parece sólido, forte e confiável, mas que na verdade é fraco e pode se desfazer facilmente. Em outras obras ele usa o termo "pés de barro" - como na Gaia Ciência e, salvo engano, no Crepúsculo dos Ídolos - como mesmo sentido.  No entanto, no trecho citado acima, Nietzsche usa a expressão para criticar a noção

Rede da Vontade

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  A vontade move toda uma rede interconectada que também nos impulsiona. Cada nó representa uma singularidade ligada a outras através de conexões simbolizando interações e afetos mútuos. Essas conexões podem ser de dependência, competição, cooperação, entre outras. A Rede da Vontade está constantemente em fluxo, com os nós se movendo e se rearranjando à medida que os desejos e impulsos singulares são afetados. Os nós podem representar desejos específicos, como a fome, a sede, o desejo sexual, a busca por poder ou qualquer outra motivação que impulsiona os seres vivos. Ademais, a Rede de Vontade é caracterizada pela cegueira e irracionalidade. Os nós e as conexões não possuem uma compreensão consciente das implicações de suas ações. Eles simplesmente respondem aos impulsos e desejos que emergem, buscando atender às suas necessidades imediatas, sem racionalizar. Essa Rede faz emergir comportamentos tanto conflituosos como afetivos. Por um lado, os nós singulares competem por recursos, bu

Saudade

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A saudade é sofrimento, sentimento bem amargo, De um súbito afastamento, ou apenas um embargo. A saudade é um paradoxo, um misto de dor e alegria, nos faz lembrar do que foi vivido, e daquele que se foi um dia. É um sentimento complexo, que mexe com nossa emoção, às vezes traz alívio, outras, solidão. Embora haja sofrimento, há beleza na saudade, nos lembra do que é importante, e nos faz buscar a felicidade. Então, abrace a saudade, e deixe-a te guiar, pois ela é parte da vida, e pode nos ajudar a continuar.

Porre 2023: Escolas de Samba, meu Carnaval

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"Nos confins do submundo onde não existe inverno/ Bandoleiro sem estrada pediu abrigo eterno/ Atiçou o cão cá-trás, fez furdunço/ E Satanás expulsou ele do Inferno O jagunço implorou lugar no Céu/ Toda santaria se fez de bedel/ Cabra-macho excomungado de tocaia no balão/ Nem rogando a Padim Ciço ele teve salvação [...] Eis o destino do valente Lampião" Parabéns GRES Imperatriz Leopoldinense! 🇳🇬🏆🎉🎊 . Festa em Ramos, Olaria e adjacências. Depois do jejum de 22 anos a Imperatriz volta ao topo. Sempre luxuosa, exuberante, pompas dignas de uma imperatriz realmente. Que Samba, que Enredo! Que desfile! Fantasias e alegorias impecáveis! Comissão de frente uma das mais belas também (embora este ano veio nivelado por baixo heim. Quase nenhuma apresentou-se bem neste quesito - além de quase todos os outros - devido às muitas notas com perdas de 2 décimos em grande parte). O carnavalesco Leandro Vieira é outro gigante. Ganhando vários títulos com trabalhos riquíssimos e com uma assi

C A R N A V A L

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  Foto do desfile da GRES Beija-Flor de Nilópolis, 1989.   “E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música” ~ Friedrich Nietzsche. Eu li e vi ontem no UOL uma matéria numa espécie de manual (ou sei lá o que posso dizer daquilo), ou algo policialesco mesmo, do que NÃO PODE e do que PODE usar no C A R N A V A L. "Carnaval" com letras em caixa alta e separadamente para reforçar-nos o significado disso. Por que, o que querem pessoas ou grupos com o Carnaval? Algo que é do povo, feito pela diversidade do povo, por todos e para todos? Qual o intuito pegar uma festa que é popular, múltipla, e querer tornar sui generis? Sei la, carnaval é o avesso, o profano, "o que não pode", a descarga mental e completa manifestação corporal (tanto é que a nudez, ou a quase nudez, é muito comum), as expressões musicais, a irreverência, o humor e tudo mais que nos faça desligar do cotidiano, da nossa vida desmascarada pelo resto dos 3