sexta-feira, 18 de novembro de 2022

Tudo bem?



Você pode me ouvir?
Eu sei que pode
Quem melhor pode me ouvir
que eu mesmo?
Sei que tem horas
que não se escuta nada

Deixe a chuva cair
O vento soprar
Atente-se aqui
ao que tenho a falar

Vendo nossa flor murchar
O que é força, relaxar:

O desatino jaz
Está acomodado
Não nos deixa em paz
Se sente coroado

Aquele nosso sono pesado
Só há parede para amparar:

A angústia predadora
Nos caça todo dia
Das atitudes pecadoras
dos corações que ela partia

Precisas me ouvir,
precisamos conversar
Agora que você me ouviu
É a tua hora de falar

Cadê você?

 


Byung-Chul Han: “O celular é um instrumento de dominação. Age como um rosário”


“Filósofo sul-coreano, uma das estrelas do pensamento atual, se aprofunda em sua cruzada contra os ‘smartphones’. Acredita que se transformaram em uma ferramenta de subjugação digital que cria viciados. Em uma entrevista exclusiva ao EL PAÍS, Han afirma que é preciso domar o capitalismo, humanizá-lo”.


***


Já dizia David Hume, filósofo escocês do século 18: “O homem é um ser racional e, como tal, recebe da ciência seu adequado alimento e nutrição”. Porque o homem é, além de racional, ativo; afetivo, sociável. E Hume diz mais, “‘Satisfaz tua paixão pela ciência’, diz ela, ‘mas cuida para que essa seja uma ciência humana, com direta relevância para a prática e a vida social’”. As citações estão em sua obra, Investigação sobre o Entendimento Humano. UNESP. 2004. O contexto se refere às diversas ciências que estavam brotando no seu tempo, umas bem claras e objetivas – com o advento do iluminismo -, outras obscuras e nada benéficas ao homem – tratadas como supersticiosas, abstrusas. No entanto, e hoje? O que nos afeta de modo prejudicial e o que nos traz progresso?


***


Em tempos de TikTok, Kwai, Snapchat, Facebook, Instagram, a obsessão por si mesmo faz com que não existam mais o “próximo”, o vizinho, o amigo, o outro. “Os outros”, na verdade, se tornaram apenas Dados, Informações, uma conexão estabelecida, um usuário online. E assim o somos também para o outro, e para o outro, e para o outro… Essa é a Rede.


Com isso, o mundo, a realidade que nos cerca, não passa de um reflexo de nós mesmos. Porque, não existe o próximo, ou alguém vivo e real que emite sons, imagens da mesma forma; bem como emoções reais e vivas, na via de mão dupla que chama afeto. Não afetamos, não somos afetados. Não há mais relações. Há somente alguém isolado, absorto em seus próprios pensamentos e apreensões virtuais.


Por isso, só existimos nós mesmos: ilhados, sozinhos diante de nossas lisas telas de caríssimos (em duplo sentido) smartphones. Tudo o que aprendemos – cada um em sua bolha exclusiva – são, nada mais, que o labor de nossas mentes que captam e interpretam tudo o que está do outro lado de uma outra telinha: geralmente não sincronizado; geralmente irreal; falso (fake). O que tempos diante de nós é um monte de coisas inexistentes, produzidas para nada, em meio ao nada: o virtual.


Portanto, onde se encontra, hoje, o contato íntimo, o cotidiano, o erotismo, o romance, a socialização ao vivo e à cores? As diversas horas conversando com amigos e família, se entretendo… Cadê? Ora vendo e sendo vistos, ora tocando e sendo tocados – mas sem nenhuma “AMOLED” transmitindo algum MP4, MPEG, GIF, MP3; sem nenhum filtro ou likes, views… Não! Não precisamos de nada entremeando nossas relações. Entre um indivíduo e outro, deve-se ter ar e não vidro.


Enfim, cadê “nós”? Cadê os seres humanos – antes dos filtros, das máscaras, de tantas identidades e maquiagens virtuais que estão em criação atualmente? Como nos comunicamos, como sentimos afeto, como amamos, nos dias atuais? Dias onde nos encontramos afogados em Nada, através dos Dados, da Alta Tecnologia, do Virtual. Cadê o ser humano?


Observações. (i) Não que eu seja completamente contra o avanço tecnológico, contra toda a Tecnologia da Informação ou a Internet, não é o caso. Porém, a forma como aproveitamos essas coisas, a forma como usufruímos-na, além de os benefícios que, talvez, estejamos disperdiçando com tudo o que nos cerca, de tecnológico, isso é o que está deixando a desejar, está muito banalizado. (ii) Além do mais, há a crítica do Byung, contra o mercado, contra o capitalismo. Porque, mesmo que estejamos alimentando os nossos próprios carrascos, digo das empresas/ indústrias do ramo e, com isso, fazendo a economia girar, o capital circular – que é muito bom por sinal -, estamos, também, é nos envenenando na mesma proporção. (iii) Deveríamos pensar numa “dieta” para consumir a tecnologia, a Internet? Quais atitudes tomarmos, visto que nossa saúde é, nototiamente, afetada por esses produtos todos? Por outro lado, em se evitar o consumo dos produtos tecnológicos, por exemplo, qual impacto na vida do mercado financeiro tais atutides trariam? Isso, com certeza, iria refletir também na nossa vida, quer queiramos ou não. Iríamos, com esse jejum, definhar, perecer. (iv) Então, como resolver esse, vamos dizer, impasse



PK, o filme

 


Hoje lhes trago o filme da excelente produção indiana, de Bollywood, “PK” (2014). Este gostoso e divertido filme foi dirigido por Rajkumar Hirani e escrito por Hirani e Abhijat Joshi. Além de divertido, bem animado – como de costume bollywoodiano, ter musical também – o filme é de cunho altamente filosófico, principalmente sobre questionamentos sobre Deus, Filosofia da Religião, da Linguagem e… sobre nós mesmos, inseridos nos contextos supracitados.


O filme trata de um alienígena que veio estudar a Terra, mas aqui fica preso porque seu comunicador foi roubado e vendido a um guru salafrário. A partir daí, solto “no mundo”, o “Tonto” – como passa a ser chamado na Índia – experimenta muitos aspectos da humanidade, incluindo toda a nossa cultura e costumes – nisso aí, há críticas, bem como, situações muito ilárias. Em sua “estada” aqui, ele acaba conhecendo algumas pessoas bacanas, entre elas a repórter Janani Sahni.


Pois bem, sobre a chegada desse extraterrestre o filme propõe questionamentos muitos reais sobre nossas diferenças, nossas diversas sociedades e formas de se viver em comunhão e, as ácidas críticas de se valorizar cultos religiosos ao invés da solidariedade humana. Com isso, vos digo “Em nome do céu, nega-se a terra”. (Parafraseando Nietzsche, em Crepúsculo dos Ídolos).


Sobre a fantástica Índia, é um país repleto de religiões e com pouquíssimos ateus/ agnósticos. Obviamente, sabe-se que lá predomina o hinduísmo – mas há cristianismo, Sikhismo, islamismo, etc e gurus diversos – e o filme sabe explorar e brincar muito bem com isso. Tudo sem ofensas ou julgamentos sobre a fé alheia; sabe-se, também, que a Índia possui uma das maiores populações do mundo. Portanto, eis um caldeirão cultural gigantesco – pouco acessado por nós, aqui, ocidentais – de uma cultura vasta, antiguíssima e muito rica. Vale a pena conhecê-la, mesmo que por detrás de uma tela, assistindo ao “PK”, e as aventuras de um “tonto”.


Nesse ritmo, o filme leva uma proposta muito desafiadora, que é o questionamento da religião, ou de Deus, propriamente, em plena Índia!, e isso de forma muito engraçada, inteligente e ácida, certas vezes. Ademais, não só o questionamento da religião, mas das ações humanas ante a isso tudo. 


Por conseguinte, para que os questionamentos do ET (ou “Tonto”) surtam efeito, jus à população indiana, a produção do filme (estou conjecturando) achou viável recorrer à imprensa. A partir da particiapação maior do Telejornal nota-se, ora um grupo agnóstico/ ateu, ora religiosos que desejam desmontar falsos profetas e deturpadores religiosos. Isso me remete ao “Não olhe para cima” (2021), só que no lugar da ciência é o Telejornalismo indiano; no lugar dos negacionistas atuais, os falsos profetas e cegos religiosos.


Outras obras cinematográficas me vieram à lembrança enquanto eu via “PK”: “A Vida de Brian” (1979) do grupo de comédia inglês, Monty Python (disponível também no Netflix), por seus momentos de fazerem chorar de rir, inteligentíssimos, com suas sátiras religiosas, porém sem ofender qualquer religião, e o filme “Deus não está morto” (2014) – tendo, esse último, um erro conceitual sobre a questão trazida por Nietzsche, que é “Deus está morto”. (Ignorem Nietzsche, por enquanto, porque o filme traduziu a questão erroneamente).


Contudo, os debates se, sim, Deus “morreu”, ou não, entram em “PK”. Sobre a fé, sobre essa “conexão” entre o divino e o mero humano, há uma referência usada, analogamente, como “chamada telefônica” (pequeno spoiler, rs), além de tantas outras questões que ora nos brota na consciência, ora o filme nos injeta propositalmente.


Diversão garantida! Protagonistas simpatissíssimos, demais atores excelentes, produção maravilhosa e diálogos interessantíssimos – conforme explorado acima -, um excelente filme. Recomendo! Além do romance que é o filme em si, há uma paixão. O que é inevitável entre nós, humanos, me parece que, também, o é entre os seres extra mundanos, Ah! O amor… 


E, por fim, se Deus existe mesmo ou os homens são mentirosos que inventaram-No para pôr-nos em rédeas e/ou conquistar riquezas as nossas custas, recomendo atentarem-se ao final do filme. Não que se deva concordar, ou não, mas é a tese do filme.


Obs: “PK” não é uma obra um tanto dura em seus questionamentos. Além disso, ela tipo não se mostra perder a fé tanto Nele (“Neles”, rs, porque são vários deuses) quanto na humanidade – repito, embora questione muito tudo isso inteligentemente



Amor e anarquia




É… Divertida, descontraída e engraçada. A série europeia é passada em Estocolmo (Suécia) e, embora tenha alguns dos mesmos “blá blá blás” previsíveis das comédias românticas, em linhas gerais, esta possui um encanto suficiente, a sui generis. É capaz de surpreender aos apaixonados pelo gênero.
Não tem muito apelo erótico (pelo menos não achei rs), bem como não é muito moralista, ou politicamente correto.

Os capítulos são curtos, caem muito bem e deixam gostinho de… quero mais! 

Eis o que se verá em Amor e Anarquia: “Uma consultora casada e um jovem da área de TI se desafiam em um jogo que questiona as normas morais e que leva a consequências indesejadas” (e um tanto cômicas).

93% gostaram desse programa de TV na Netflix. Em breve segunda temporada

Amor e anarquia 2

 


– Foi daí quando decidi que não ia acabar como você. Desde então toda minha vida tem girado em torno disso. Cada passo, cada pensamento, tudo o que eu faço é para você…

– Eu sei disso, eu entendi. Eu sei disso…

– Você desapareceu nos seus próprios pensamentos e em fantasias em vez de ficar comigo. Você achou mais importante ficar preocupado com a situação política do mundo do que ficar comigo. Como pode fazer isso?

– Eu queria me rebelar, eu acho. Mas sabendo que podia fazer isso, fiquei preso em algum lugar no meio de tudo isso.

– Eu nunca vou ser como você…

– É… Eu também torço por isso. Eu ficaria muito chateado se você fosse como eu.


Um diálogo da série “Amor e Anarquia”. Netflix.

Nele, tal pai, tal filha, dialogam: suas rebeldias são da mesma estrada, porém de “mãos” opostas.

Além do mais, mais uma lição, atentem-se: O que muito promete libertar, aprisiona. O que oferta muito progresso, limita ou regride.

Vejam, geralmente os lados extremos das ideologias políticas partidárias são tão prejudiciais – expostas no diálogo – a ponto de um pai esquecer que tem uma filha e (não sei o que pode ser pior) de ele vir a terminar em um centro psiquiátrico por conta de sua ideologia, que o aprisiona, que o impede de ver quão belo é o mundo e as pessoas – inclusive sua família.

Lhes digo, vivam! Mas apenas as suas maneiras. Sem ordens, sem hierarquias, sem ideais superiores que buscam um mundo perfeito e belo em um lugar desconhecido – quiçá inexistente -, através de promessas surreais, incompatíveis com vossas realidades.

Vivam aqui e agora. Vivam para vocês. Para suas famílias, seus próximos. Sejam leves consigo mesmos, livres, estejam bem.

Além do mais, não procurem ninhos de vespas ou covis de lobos como aperfeiçoamento intelectual ou como prática caridosa do dia a dia – de boa intenção o inferno está cheio! Você mesmo(a) pode fazer isso sozinho, por si só e, melhor, sem nada em troca; sem o peso de chumbo da moeda de troca que lhe cobram em cada sua investida.

Todavia, tudo bem que o façam, que pratiquem caridades, que ajudem ao próximo, que se ajudem também. Mas que isso tudo seja como em Mateus, versículo 6: sem trombetas, ou de pé nas sinagogas fazendo anúncios, buscando “likes”, “hastags”, reconhecimentos coletivistas e ou plaquinhas como aquelas de funcionários do mês… O mundo não precisa de vocês se autopromovendo através de “caridades”, ninguém precisa saber que você é bom. Apenas você. E o seja!

Por fim, vivam somente do seu jeito, sem mais! Busquem-se, aceitem-se por si só e não pelos outros. Deste modo, encontrarão, assim, de verdade, a liberdade e o progresso em vosso íntimo: o seu mundo perfeito interior, o seu mundo interior perfeito.



Trechos e contextos

O que está em jogo na questão das identidades?


[…] uma situação concreta e do que está “em jogo” nessas contestadas definições de identidade e mudança, vamos tomar um exemplo que ilustra as consequências políticas da fragmentação ou “pluralização” de identidades.


Em 1991, o então presidente americano, Bush, ansioso por restaurar uma maioria conservadora na Suprema Corte americana, encaminhou a indicação de Clarence Thomas, um juíz negro de visões políticas conservadoras. No julgamento de Bush, os eleitores brancos (que podiam ter preconceitos em relação a um juiz negro) provavelmente apoiaram Thomas porque ele era conservador em termos de legislação de igualdade de direitos, e os eleitores negros (que apoiam políticas liberais e questão de raça) apoiariam Thomas porque ele era negro. Em síntese, o presidente estava “jogando o jogo das identidades”.


Durante as “audiências” em torno da indicação, no Senado, o juiz Thomas foi acusado de assédio sexual por uma mulher negra, Anita Hill, uma ex-colega de Thomas. As audiências causaram um escândalo público e polarizaram a sociedade americana. Alguns negros apoiaram Thomas, baseados na questão da raça; outros se opuseram a ele, tomando como base a questão sexual. As mulheres negras estavam divididas, dependendo de qual “identidade” prevalecia: sua “identidade” como negra ou sua “identidade” como mulher. Os homens negros também estavam divididos, dependendo de qual fator prevalecia: seu sexismo ou seu liberalismo. Os homens brancos estavam divididos, dependendo, não apenas de sua política, mas da forma como eles se identificavam com respeito ao racismo e ao sexismo. As mulheres conservadores brancas apoiavam Thomas, não apenas com base em sua inclinação política, mas também por causa de sua oposição ao feminismo. As feministas brancas, que frequentemente tinham posições mais progressistas na questão da raça, se opunham a Thomas tendo como base a questão sexual. E, uma vez que o juiz Thomas era um membro da elite judiciária e Anita Hill, na época do alegado incidente, uma funcionária subalterna, estavam em jogo, nesses argumentos, também questões de classe social.


A questão da culpa ou inocência do juiz Thomas não está em discussão aqui; o que está em discussão é o “jogo de identidades” e suas consequências políticas. Consideremos os seguintes elementos:


* As identidades eram contraditórias. Elas se cruzavam ou se “deslocavam” mutuamente.


* As contradições atuavam tanto “fora”, na sociedade, atravessando grupos políticos estabelecidos, quanto “dentro” da cabeça de cada indivíduo.


* Nenhuma identidade singular – por exemplo, de classe social – podia alinhar todas as diferentes identidades com uma “identidade mestra” única, abrangente, na qual se pudesse, de forma segura, basear uma política. As pessoas não identificam mais seus interesses sociais exclusivamente em termos de classe; a classe não pode servir como um dispositivo discursivo ou uma categoria mobilizadora através da qual todos os variados interesses e todas as variadas identidades das pessoas possam ser reconciliadas e representadas.


* De forma crescente, as paisagens políticas do mundo moderno são fraturadas dessa forma por identificações rivais e deslocantes – advindas, especialmente, da erosão da “identidade mestra” da classe e da emergência de novas identidades, pertencentes à nova base política definida pelos novos movimentos sociais: o feminismo, as lutas negras, os movimentos de libertação nacional, os movimentos antinucleares e ecológicos (Mercer, 1990).


* Uma vez que a identidade muda de acordo com a forma como o sujeito é interpelado ou representado, a identificação não é automática, mas pode ser ganhada ou perdida. Ela tornou-se politizada. Esse processo é, às vezes, descrito como constituindo uma mudança de política de identidade (de classe) para uma política de diferença.


HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Laparina. 2015



33 anos depois – um número bem simbólico – Exu é vingado! Parabéns à G.R.E.S Acadêmicos do Grande Rio

 


Em 1989 – data marcante em comemoração dos 100 anos da República no Brasil -, a G.R.E.S Beija-Flor de Nilópolis fez um desfile revolucionário. Este desfile histórico, com o enredo “Ratos e urubus, larguem minha fantasia!”, falava sobre o lixo, críticas sociais, favelas, moradores de rua e tinha como seu principal – vamos dizer – protetor, Lebara, ligado a Exu. Por uma infelicidade, os jurados justificaram “palavras de outras línguas” e “incompreensibilidade” na letra do samba e tiraram nota da escola dizendo não haver contexto. A Beija-Flor amargurou o segundo lugar. Uma pena… Bastava saber que Candomblé lidava com isso e quem era Lebara e o seu significado (em yorubá). Ou seja, o refrão “Leba larô ô ô ô ô / Ébo lebará laiá laiá ô”, tirou o título da Escola naquele ano.


Em contrapartida, a campeã, G.R.E.S. Imperatriz Leopoldinense trazia o “luxo e a nobreza” do Império e a passagem para a República; a abolição da escravidão sob a lei assinada pela princesa Isabel e uma nova vida de liberdade e alegria para os ex-cativos. (Contestadíssimo, atualmente, esse fato. Mas não vem ao caso). Com o samba “Liberdade, liberdade! Abra as asas sobre nós”, bravamente, a Imperatriz foi a campeã daquele disputadíssimo ano.


Particularmente, achei um resultado injusto. A Beija-Flor deveria ter ganhado. Para mim, com todo respeito à gigante Imperatriz, o título deveria ficar em Nilópolis. Até hoje se comenta aquele desfile. Quem narrou, ficou em êxtase; quem estava lá, viu algo surreal, viu uma história sendo contada se transformando em história. Que carnaval! Acompanhei, com meus 10 anos de idade, mas em casa, pela TV.


Hoje, enfim, temos Exu novamente em destaque, mas agora ocupando o título máximo da festa popular, o único rei em sua coroa por direito. Sua celebração vai ser regada à cachaça, acaçá vermelho, farinha de milho amarelo mergulhada no dendê (rs), pimenta, cebola, muita carne e muita alegria! Eis o mínimo que se deve ter como celebração, hoje, na GRES Grande Rio. Lindo desfile, linda homenagem, justíssimo título! Salve Exu, Salve Lebara, Salve o Candomblé, a Umbanda e todas as demais religiões de cunho africano.



ATUALIZAÇÃO BETA v.5.7.0: AGORA MEUS ELETRODOMÉSTICOS SÃO PÓS-ESTRUTURALISTAS

Dizem, os pós-estruturalistas , que a linguagem constrói a realidade. Isso é ótimo, exceto nos dias em que eu preferiria que minha realidade...