Amor e anarquia 2

 


– Foi daí quando decidi que não ia acabar como você. Desde então toda minha vida tem girado em torno disso. Cada passo, cada pensamento, tudo o que eu faço é para você…

– Eu sei disso, eu entendi. Eu sei disso…

– Você desapareceu nos seus próprios pensamentos e em fantasias em vez de ficar comigo. Você achou mais importante ficar preocupado com a situação política do mundo do que ficar comigo. Como pode fazer isso?

– Eu queria me rebelar, eu acho. Mas sabendo que podia fazer isso, fiquei preso em algum lugar no meio de tudo isso.

– Eu nunca vou ser como você…

– É… Eu também torço por isso. Eu ficaria muito chateado se você fosse como eu.


Um diálogo da série “Amor e Anarquia”. Netflix.

Nele, tal pai, tal filha, dialogam: suas rebeldias são da mesma estrada, porém de “mãos” opostas.

Além do mais, mais uma lição, atentem-se: O que muito promete libertar, aprisiona. O que oferta muito progresso, limita ou regride.

Vejam, geralmente os lados extremos das ideologias políticas partidárias são tão prejudiciais – expostas no diálogo – a ponto de um pai esquecer que tem uma filha e (não sei o que pode ser pior) de ele vir a terminar em um centro psiquiátrico por conta de sua ideologia, que o aprisiona, que o impede de ver quão belo é o mundo e as pessoas – inclusive sua família.

Lhes digo, vivam! Mas apenas as suas maneiras. Sem ordens, sem hierarquias, sem ideais superiores que buscam um mundo perfeito e belo em um lugar desconhecido – quiçá inexistente -, através de promessas surreais, incompatíveis com vossas realidades.

Vivam aqui e agora. Vivam para vocês. Para suas famílias, seus próximos. Sejam leves consigo mesmos, livres, estejam bem.

Além do mais, não procurem ninhos de vespas ou covis de lobos como aperfeiçoamento intelectual ou como prática caridosa do dia a dia – de boa intenção o inferno está cheio! Você mesmo(a) pode fazer isso sozinho, por si só e, melhor, sem nada em troca; sem o peso de chumbo da moeda de troca que lhe cobram em cada sua investida.

Todavia, tudo bem que o façam, que pratiquem caridades, que ajudem ao próximo, que se ajudem também. Mas que isso tudo seja como em Mateus, versículo 6: sem trombetas, ou de pé nas sinagogas fazendo anúncios, buscando “likes”, “hastags”, reconhecimentos coletivistas e ou plaquinhas como aquelas de funcionários do mês… O mundo não precisa de vocês se autopromovendo através de “caridades”, ninguém precisa saber que você é bom. Apenas você. E o seja!

Por fim, vivam somente do seu jeito, sem mais! Busquem-se, aceitem-se por si só e não pelos outros. Deste modo, encontrarão, assim, de verdade, a liberdade e o progresso em vosso íntimo: o seu mundo perfeito interior, o seu mundo interior perfeito.



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