terça-feira, 20 de dezembro de 2016

São quarto...


O prazer,
Sensação que se deve esquecer.
É baixa: é o “problema”; é o “querer”, é o “ter”.

A felicidade,
Muda conforme a personalidade.
Algo passageiro, sem novidade.

A alegria,
Um estado melhor, eu diria.
Pode durar poucos dias.

A plenitude.
(Ah, a plenitude!)
Detém a todas as virtudes.
É a soma da razão com a emoção, resultando a quietude.
É o pensamento correto antes de qualquer atitude.

A plenitude é tudo:
Não é nem ser, nem estar.
É sim receber e não buscar.
Buscar algo é "esforço", é "querer".
Esforçar-se é: a paz não receber.
Não faça esforços, apenas seja.
Abra os olhos, apenas veja.
Sinta-se.
Permita-se.
Não corra atrás,

Fique parado, em paz.
Tudo chegará a ti,
O amigo para a caminhada.
O amor que lhe fará sorrir,
Ou ambos na mesma jornada.

O que não vier tudo bem.
Nada lhe afetará,
A plenitude o fará zen,
O amor próprio não perecerá.

Portanto não se esforce, não se desgaste;
Seja leve, esteja consigo, não se arraste.

Caminhe contra o revés,
Deixe que se torne uma diversão.
Aí sim, sinta o mundo aos seus pés,
E viva sem medo e sem ilusão.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Deixar voar, libertar os sonhos

Há cercas, arames farpados,
Esse perculso lado a lado
Uma ancora, forte raiz
Um peso que não condiz
A ladeira molhada
A laje vigiada
É o morro todo
Não é chuva
São tristes lágrimas
O trabalhador
A molecada
Dona de casa
É paçoca, ou cocada?
Coca da vovó?
Ou apenas pó?
O que vende mais:
O bananada ou sacolé?
Qualé?
O luxo aqui carece
Digna é a nossa labuta
Era dia, agora anoitece
Era recatada agora é puta
Tem-se dignidade
O respeito à divindade
Pobre, contudo bem feliz
Em busca dessa tal liberdade
Beber e não ser alcoólatra
Ser religioso e não ficar fanático
Não se torne refém
Nem de si mesmo
Nem de ninguém
Livre-se de tudo
Ate de seu pensamento
Tente em nada pensar
(Fácil não será)
E perceba o livramento
No alto do morro estás
O ponto mais alto
Pássaros
Nuvens
Deus
Acima Dele talvez a liberdade
Talvez o fanatismo
(Não se sabe)
De repente a vontade
De repente o abismo
Melhor da laje descer
Na ladeira correr
Voar baixo
Pois queda alta leva a morrer
Isso não seria voar
Nem sonhos libertar
Correntes para si trazer
Ancoras, raízes
Arames, cercas
Desprazer
Desgraça
Pobreza
Tristeza
Enfim
Liberte-se
Viva até o fim
Seja o senhor de ti
Voe sem asas
Corra sem pernas
O pensamento livre é
Viaje nessa estrada eterna

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Os caminhos...


Eu não falo com Deus
É Ele quem fala comigo
Mostra a mim os religiosos e ateus
Também o pão e o abrigo

Não ando com Deus
É Ele que anda comigo
Exibe-me o caminho dos fariseus
Também o perdão e o castigo

Buda, Deus, Oxalá, Zambi, Alá...
Amém, axé, Namastê, Por nós orai
Não deixemos nosso amor falhar
Pois todos os caminhos levam ao Pai

domingo, 27 de novembro de 2016

As vezes, eu.


Grandes nuvens carregadas:
Este é o meu pensamento
Chuva, muito vento, trovoada
Cada gota um arrependimento

Um peso enorme cai do céu
Porém limpo, pequeno e transparente
Me cobre como um pesado véu
Pingos me ferem conscientemente

O passado não volta mais
Também parar lá não queria
O que fiz a mim, aos meus, aos animais
São coisas que novamente não faria

Eu não sou Santo
Diabo também não
Para eles apenas canto
Sacro, profano ou pagão

Isso não me atormenta
Também não me deixa feliz
Sou mesmo “oito ou oitenta”
Sou réu, sou juiz

Sei das minhas penas
Sei dos meus méritos
Pago o que devo apenas
Se me devem não faço inquérito

O hoje é o meu eterno amanhã
Se eu pudesse nem dormia
Ficava deitado no divã
Brincando com a psicologia

O que passou, passou
E do futuro não quero saber
Hoje sou o que sou
Estou aqui para todos ver

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

É... Madrugada.

E àquela madrugada que acordei
As cordas do meu violão ainda vibravam
Talvez por que com você eu sonhei
Ou se mãos invisíveis o tocaram

Um aroma de gardênia inconfundível
Uma brisa solta a passar por mim
Meu corpo estava bem sensível
Vi meu quarto como um lindo jardim

Minhas dúvidas me ensinam
Mostrar sabedoria demais só subtrai
Quanto mais observo mais leve fico
Dizer que sou sábio demais o corpo cai

Penso o mal, o som se distorce
Penso o bem, violinos se despem
Maus pensamentos, até às flores contorcem
Aos bons sentimentos, à natureza obedece

Quero atraí-la; essa hora, longe estás
Penso voar; até a ti ir atrás
Não me importo com o caminho a percorrer
Do sonho que sonhei, acordar não quero mais

terça-feira, 22 de novembro de 2016

Malum

A SOCIEDADE DOENTE ESTÁ.
DECADENTE, INDECENTE, NÃO QUER PARAR...
O DESCONTROLADO USO DO FAMOSO "RIVOTRIL",
EQUIPARA-SE AO DO "MELHORAL INFANTIL";
EM QUANTIDADE, ÀS MAIS DIVERSAS NECESSIDADES.
É VERDADE!
A SOCIEDADE PERECE.
JÁ ERA MANO!
DEITA AI E ADORMECE.
NÃO QUEIRA NUNCA MAIS ACORDAR.
NEM O SOL HÁ MAIS DE RAIAR.
VIVEREMOS EM COMPLETA ESCURIDÃO.
UNS DE BERMUDA, OUTROS DE TERNO;
MAS DE MÃOS DADAS, NA MAIS PERFEITA UNIÃO,
CANTAREMOS HINOS NO INFERNO.

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Quem é o inimigo?

O ser humano necessita de um culpado
Temos que condenar um coitado

Tem que haver um culpado para tudo no mundo
A quem vamos pegar? O playboy ou o vagabundo?

Essa é a nova e viciante droga
“Pega um pra Cristo” e joga na roda



É como uma necessidade
Como se fosse um ato de caridade

“Preciso culpar algum coitadinho”
“Alguém tem de pagar! Quero justiça!”
“O meu achocolatado veio sem canudinho”
“Tem-se que culpar alguém, mesmo com injustiça”


“Gente, vamos culpar alguém!”
“Isso não pode ficar assim”
“Quero justiça também”
“Mesmo que para você seja ruim”

Dessa forma as coisas vão evoluindo
Inocentes tornar-se-ão culpados
Satisfazendo prazeres, de porcos fingidos
Da elite, carregada de sentimento amaldiçoado

Seria a alta sociedade a culpada?

A elite, os verdadeiros criminosos?
Vivendo nos condomínio, escoltados
Comemorando linchamentos odiosos

Qual bandido tu defendes?

O de farda, de terno ou de chinelo? 
Aquele que lhe bate ou que lhe prende?
O do cifrão, ou o da “foice e o martelo”?


Tem aquele que fala bonito, e o que fala errado
Há o que rouba rindo, e o que rouba calado

"Eu defendo aquele que me convém"
"Quem me é apraz e me interessa"
A consciência de classe está muito além
E continuamos a creditar em quem nos despreza

Nosso maior inimigo é o próprio estado?
Na verdade quem dá as cartas?
Sabe-se que o pobre trabalhador é o coitado

Inocente, morre como baratas

ATUALIZAÇÃO BETA v.5.7.0: AGORA MEUS ELETRODOMÉSTICOS SÃO PÓS-ESTRUTURALISTAS

Dizem, os pós-estruturalistas , que a linguagem constrói a realidade. Isso é ótimo, exceto nos dias em que eu preferiria que minha realidade...