segunda-feira, 2 de maio de 2016

Com tempo, sem tempo...


O tempo é algo imenso;
Sem início e sem fim;
É apavorante, intenso!
Têm aqueles que temem o passado,
Tem gente que só vive dele.
O futuro para uns será um duro fardo,
Outros, esperanças veem nele.
Escrituras falam em vida eterna,
Duras penas, perpétua solidão.
Por outro lado, também falam de amor;
Divindades, anjos e mansidão;
Comunhão entre todos os seres;
Todos uníssonos em louvor!
Já faz tempo que se ensina isso:
Uns aprendem,
Outros entendem;
Muitos o ignoram;
Com isso choram.
E o tempo passa,
Ora lentamente, devastador;
Ora tão rápido, indolor. 
Um piscar de olhos e pronto!
Tudo já mudou,
Nada permanece imóvel,
Tudo envelhece,
Tudo perece.
Outras coisas renascem,
E com o tempo crescem.
(Não existiríamos sem ele).
E esse ciclo se segue, assim é a vida.
Assustadora, mas também linda.
Não dá para esperar,
Porém não podemos nos apressar.
É tudo no seu tempo.
E cada instante é diferente.
 As quatro estações não são as mesmas, infelizmente;
Os meses não são iguais;
E no mesmo dia, a noite é diferente da manhã.
Os anos que se passam não têm semelhança;
Mas caminhando junto ao tempo,
Não perdemos a esperança.


domingo, 1 de maio de 2016

Surrealismo platônico doloroso

Oh meu amor!
Por onde andas?
Passas frio ou calor?
De felicidade transbordas?
Ou sentes apenas dor?
Meu pensamento vagueia o universo,
Atrás de ti percorre sem se cansar.
Deixando todos os livros abertos.
E neles cada lágrima secar.
Os melhores autores;
As mais belas palavras;
Nada disso faz sentido,
Nem um rastro sequer do teu cheiro,
Ou uma ligeira imagem do teu sorriso.
Nada! E agora?
Volte, minha amada!

Já não sei mais contar as horas;
Mas sei que já vem uma nova aurora.
Meus cílios não param de se chocar.
Não querem repousar, travar essa batalha.
Os olhos não cansam de contemplar.
Procurar no céu, em cada estrela,
O brilho do teu olhar.
Minha amada, oh Deusa do amor,
De mim, você nunca se foi;
Para dizer a verdade...
Você nunca nem chegou.
O que mais dói é a ciência disso.
A ilusão, a paixão, o amor,
Juntos se traduzem em dor.
Ter o pensamento voltado para ti,
Mas sequer saber que tu possas existir.

sexta-feira, 29 de abril de 2016

O nosso sorriso aberto

Hoje pela manhã liguei o celular e vi algumas mensagens da minha amiga e um link para uma música. Dizia ela:
“Silvio, ouve isso. Olha que lindo! Letra linda! Eu choro ouvindo essa música. Muita energia. Algo curador para nossa mente. Comecei a sambar...”.

Conversamos sobre o que significa a canção (que segue abaixo), a letra a melodia... Enfim. Ela faz-nos olhar para nosso âmago, nosso passado, ou presente e sempre nos identificamos com algo. No meu caso o violão. Já a minha amiga, o seu tamborim. E assim a vida caminha, o curso segue, como cada segundo dessa música, cada ritmo, cada melodia.

Resumimos a conversa dizendo: "Na verdade o Samba é triste. É temperado com certa tristeza".

É minha amiga Simone! Vamos que vamos, juntos nessa caminhada. Sambando, rindo, chorando, fazendo nosso ritmo.

Obrigado Simone, minha amiga, por me presentear a manhã com esta Pérola! Está jóia maravilhosa que nós temos.

“É
Foi ruim à beça
Mas pensei depressa
Numa solução para a depressão
Fui ao violão
Fiz alguns acordes
Mas pela desordem do meu coração
Não foi mole não

Quase que sofri desilusão

Tristeza foi assim se aproveitando
Pra tentar se aproximar
Ai de mim
Se não fosse o pandeiro, o ganzá e o tamborim
Pra ajudar a marcar (o tamborim)

Logo eu com meu sorriso aberto
O paraíso perto, pra vida melhorar
Malandro desse tipo
Que balança mais não cai
De qualquer jeito vai
Ficar bem mais legal
Pra nivelar
A vida em alto astral”


(Jovelina Pérola Negra)

quinta-feira, 28 de abril de 2016

Aparentemente...

Muitos escondem o choro. 
Mas o sorriso, dizem valer ouro.
Demonstram-no demasiadamente.
Saibam que ele é mais susceptível a falsidade.
Muito mais do que às lágrimas de verdade.
Muitos dos que pedem desculpas são afortunados;
Reconhecem o erro, aprendem. Afinal, quem nunca errou?
Pobre daquele que só diz obrigado,
Não age, só observa e vive pedindo favor.

segunda-feira, 25 de abril de 2016

Não ousaria tocar em uma flor.


Com o esplendoroso surgir da alvorada,
Uma flor delicada em minha vida brotou.
Tão pura, tão bela, tão singela,
Um ser iluminado que Deus tocou.
Não quero magoá-la.
De qualquer forma machucá-la.
Meu jeito duro e difícil;
Insensível, incompreensível.
Temo em dirigir-lhe a palavra;
Muito menos olhá-la
Jamais, sequer tocá-la.
Não ouso me aproximar,
Nem permanecer diante de tal.
É a essência da natureza,
A real beleza, completa riqueza.
Ai! Se eu pudesse ao menos senti-la,
Um milionésimo de segundo, mas não...
Seu aroma, sua tez, seu calor...
Minha aproximação causar-lhe-ia pavor.
Apesar de ela não possuir espinhos,
Descortês, arrancar-lhe-ia de vez.
Pô-la-ia em meu pequeno jardim.
Perderia-me facilmente,
Em tentação iria cair minha mente.
Minhas mãos ousariam tocá-la;
Meus lábios beijá-la.
Meu coração iria bater tão forte,
Que o impacto machucaria-a.
Eu não iria provar o sabor do mel,
E sim o gosto amargo do fel.
Mal eu posso lhe fazer.
Afastar-me é o bem a saber.
Me dói em pensar nesta ação.
Nefasto para mim será:
Tanto lhe possuir,
Quanto de ti desistir.
Só me resta por ti rogar.
Suplicarei para sejas cada dia mais perfeita,
Mais ainda que já és, de certo.
És a admirável, encantadora, verdadeira;
Flor maior que já brotou neste universo.

domingo, 24 de abril de 2016

Anjo quase obscuro.



Hoje vi um cara estranho.
Se auto intitulava Anjo da Morte,
Não possuía nenhum rebanho,
E sua espada, sem fio, não fazia corte.

Era um cara sinistro sim e solitário.
Gostei de suas asas e trajes cinzentos.
Ele curtia ficar a sós no calvário,
Recitando longos mantras de lamentos.

Até que seu timbre de voz não me assustava,
Sua face sem expressão também não.
Parecia que um efeito sonoro o imitava,
Em lugar de seu rosto havia um borrão.

O cara era cômico e tinha um papo legal.
Articulava sobre a morte, a vida; céu e inferno.
Distinguia bem o carnaval do Natal,
E dizia que enquanto vivo só andava de terno.

Eu ri, pois o achei melhor agora do que em vida,
 Porque estes não valem uma xícara de café.
Geralmente os de terno têm uma vida bandida,
E são exímios ladrões ou negociantes da fé.

O pobre anjo concordou e riu também.
Lembrou de um humilde senhor carpinteiro.
Quando tentou instruir a todos da Terra e do além,
Dizendo que, para tudo, o amor vem primeiro.

O estranho anjo de cinza se despediu.
Educadamente me felicitou e foi-se embora.
Dentre muitos fui o único que para ele sorriu,
Deixando-o intrigado com nossa breve prosa.

O não-amor existe?





Tem gente perdendo a crença no amor.
Tem autores que declaram ele não mais haver.
Como um misto de sofrimento e dor, seja lá o que for.
Quase sempre tira até a vontade de viver.

Amor e dor? Seria um contrassenso!
Sim, para aqueles que nunca amaram.
Há os que já viveram algo intenso,
E ainda assim se machucaram.

O amor é! Ele é um estado.
Não foi criado, nunca terá fim.
Todos os dias deve ser procurado.
E sancionado por anjos querubins.

ATUALIZAÇÃO BETA v.5.7.0: AGORA MEUS ELETRODOMÉSTICOS SÃO PÓS-ESTRUTURALISTAS

Dizem, os pós-estruturalistas , que a linguagem constrói a realidade. Isso é ótimo, exceto nos dias em que eu preferiria que minha realidade...