Não ousaria tocar em uma flor.


Com o esplendoroso surgir da alvorada,
Uma flor delicada em minha vida brotou.
Tão pura, tão bela, tão singela,
Um ser iluminado que Deus tocou.
Não quero magoá-la.
De qualquer forma machucá-la.
Meu jeito duro e difícil;
Insensível, incompreensível.
Temo em dirigir-lhe a palavra;
Muito menos olhá-la
Jamais, sequer tocá-la.
Não ouso me aproximar,
Nem permanecer diante de tal.
É a essência da natureza,
A real beleza, completa riqueza.
Ai! Se eu pudesse ao menos senti-la,
Um milionésimo de segundo, mas não...
Seu aroma, sua tez, seu calor...
Minha aproximação causar-lhe-ia pavor.
Apesar de ela não possuir espinhos,
Descortês, arrancar-lhe-ia de vez.
Pô-la-ia em meu pequeno jardim.
Perderia-me facilmente,
Em tentação iria cair minha mente.
Minhas mãos ousariam tocá-la;
Meus lábios beijá-la.
Meu coração iria bater tão forte,
Que o impacto machucaria-a.
Eu não iria provar o sabor do mel,
E sim o gosto amargo do fel.
Mal eu posso lhe fazer.
Afastar-me é o bem a saber.
Me dói em pensar nesta ação.
Nefasto para mim será:
Tanto lhe possuir,
Quanto de ti desistir.
Só me resta por ti rogar.
Suplicarei para sejas cada dia mais perfeita,
Mais ainda que já és, de certo.
És a admirável, encantadora, verdadeira;
Flor maior que já brotou neste universo.

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