Anjo quase obscuro.
Hoje vi um cara estranho.
Se auto
intitulava Anjo da Morte,
Não
possuía nenhum rebanho,
E sua
espada, sem fio, não fazia corte.
Era um
cara sinistro sim e solitário.
Gostei de
suas asas e trajes cinzentos.
Ele
curtia ficar a sós no calvário,
Recitando
longos mantras de lamentos.
Até que
seu timbre de voz não me assustava,
Sua face
sem expressão também não.
Parecia
que um efeito sonoro o imitava,
Em lugar
de seu rosto havia um borrão.
O cara
era cômico e tinha um papo legal.
Articulava
sobre a morte, a vida; céu e inferno.
Distinguia
bem o carnaval do Natal,
E dizia
que enquanto vivo só andava de terno.
Eu ri,
pois o achei melhor agora do que em vida,
Porque
estes não valem uma xícara de café.
Geralmente
os de terno têm uma vida bandida,
E são exímios
ladrões ou negociantes da fé.
O pobre anjo concordou e riu também.
Lembrou
de um humilde senhor carpinteiro.
Quando
tentou instruir a todos da Terra e do além,
Dizendo que, para
tudo, o amor vem primeiro.
O
estranho anjo de cinza se despediu.
Educadamente
me felicitou e foi-se embora.
Dentre
muitos fui o único que para ele sorriu,
Deixando-o
intrigado com nossa breve prosa.
Rá!
ResponderExcluirOlha a rasteira... Hhaa