O caminho para o céu
Eu estava ouvindo uma música, "Stairway to Heaven", do Led Zeppelin, ao vivo, num show em Nova Iorque, no Madison Square Garden, em 1973. Um verdadeiro rock and roll. E fiquei pensando os integrantes tocando essa música naquela época como deve ter sido louco o show.
Então vejo outro show com a mesma música, mas agora cover. De 1973, quase 50 anos depois, viajei para outro vídeo: agora, em 2012, outros músicos homenageando o lendário Led Zeppelin, lindamente, porém com um quê de frio na barriga: os próprios integrantes da banda original estavam assistindo ao espetáculo - inclusive o então ex-presidente dos EUA, na época, Barack Obama. Imagina a sensação que devem ter passado os próprios criadores da canção original, em que, no passado eram os artistas no palco, arrasando, e ,hoje, são plateia? Deve ser uma loucura imensa. O que se passou na cabeça dos caras? O filme que rodou na lembrança de cada integrante da banda Led Zeppelin e também dos que estavam tocando no palco a homenagem. Ou melhor, de todos ali presentes e… Vou além: o que passa na cabeça daquele que acompanha a banda desde 70, por exemplo? O misto de lembranças e sensações… E na platéia o vocalista ouvindo sua música, emocionado, chorando nitidamente. Isso é banal para uns, mas complicado até para se expressar, para outras pessoas, de tão emocionante que é e o que envolve a música.
Eu fico imaginando um ser extraterrestre se, por acaso, pousasse aqui na Terra e a primeira coisa que ele viesse a ouvir fosse esta música. O que ele iria pensar, sentir, ouvir de fato?
Primeiro íriamos dizer: não ia entender nada. Ele não sabe nenhum idioma nosso aqui da Terra. Logo, não ia saber do que estava se tratando, a música.
Portanto, aí temos uns detalhes importantes no rock (e, obviamente, outros gêneros). O ET não ia compreender o idioma em inglês da música, com certeza, mas isso não mudaria o seu gosto pela parte instrumental dela. Porque este gênero não depende da composição literária, de escrever bem, falar coisas belas ou não. O rock and roll está muito além de letrinhas bonitinhas. Inclusive há experimentos e estudos sobre o conjunto da obra em si, por exemplo: a letra pode não ter "pé nem cabeça", ser cantada em outro idioma do ouvinte, mas sendo bem apresentada, bem exposta, representada, melodicamente agradável, isso não faz da música incompreensível ou ruim. Se os integrantes se dedicam e tocam com vontade, até o silêncio é espetacularmente lindo (eu sei, é paradoxal. Tá... Nem tanto, mas adoro!).
Ademais este gênero é peculiar, pois existem variados instrumentos que podem complementar sua musicalidade e torná-la maravilhosamente boa e, quiçá, eternizando-a, como no caso desta música que vos falo aqui como exemplo. Porém não é um ou outro instrumento que tem sua marca primordial que se destaca não. E quando eu falo instrumento a voz também é um deles. O rock, a música em si, é pluralidade e puramente atitude, performance. Você até pode fazer uma canção somente com a guitarra. Sem nada mais. Uma música somente com o contrabaixo ou, só com a bateria. Ok. Vai ficar horrível (risos). Salvo algumas composições clássicas, como, por exemplo, as Seis Suítes para Violoncelo Solo, por Johann Sebastian Bach. Mas aí é outra história.
Agora, algo que não podemos negar é música cantada à capela. Portanto, o conjunto da obra, no rock, o que conta é: o timbre da guitarra, a potência do contrabaixo, o ritmo da bateria, talvez um piano, ou teclado e etc. A voz, ou a composição literal têm sua importância e creio ser a qual mais os ouvintes se atentam, porém a música passa da mesma forma com ou sem sua compreensão. Nada está em evidência numa música com duas ou mais vozes. Outro exemplo, da mesma forma que um extraterrestre - não entendendo uma palavra do que esteja sendo cantada -, muitos de nós também não entendemos certos idiomas e somos levados para outro caminho de interpretação e/ou gosto musical. O que nos faz gostar desse gênero é o seu modo de expressar, repito, é a sua atitude, a sua explosão. A tal pegada que o rock possui e atrai. É um magnetismo gigantesco e de uma beleza surreal. Quando estmos ouvindo, sabemos. O corpo todo responde, age, parece que cada célula do nosso corpo fuinciona com mais perfeição; Tudo, inclusive a mente; cada batida do coração é uma resposta, em júbilo, ao que se estamos ouvindo.
Agora, algo que não podemos negar é música cantada à capela. Portanto, o conjunto da obra, no rock, o que conta é: o timbre da guitarra, a potência do contrabaixo, o ritmo da bateria, talvez um piano, ou teclado e etc. A voz, ou a composição literal têm sua importância e creio ser a qual mais os ouvintes se atentam, porém a música passa da mesma forma com ou sem sua compreensão. Nada está em evidência numa música com duas ou mais vozes. Outro exemplo, da mesma forma que um extraterrestre - não entendendo uma palavra do que esteja sendo cantada -, muitos de nós também não entendemos certos idiomas e somos levados para outro caminho de interpretação e/ou gosto musical. O que nos faz gostar desse gênero é o seu modo de expressar, repito, é a sua atitude, a sua explosão. A tal pegada que o rock possui e atrai. É um magnetismo gigantesco e de uma beleza surreal. Quando estmos ouvindo, sabemos. O corpo todo responde, age, parece que cada célula do nosso corpo fuinciona com mais perfeição; Tudo, inclusive a mente; cada batida do coração é uma resposta, em júbilo, ao que se estamos ouvindo.
Para melhor esclarecer (ou não [risos]) uma analogia: o circo. Não são as estacas, nem a arquibancada, nem a lona, o trapézio, as cordas, os malabaristas e seus instrumentos, o mágico, os palhaços, enfim, os artistas e a plateia... Não. Não são nenhum desses componentes que fazem o espetáculo, mas sim todos eles em conjunto e harmonia é que fazem o circo ser a beleza, o lúdico, a magia que é. É o todo e não suas partes que cria a atmosfera maravilhosa que é o circo. Tudo funciona como num projeto perfeito, impecável de amor e fantasia. Assim, pode-se dizer de uma música. Ainda mais executada ao vivo!
Ademais, voltando ao extraterrestre, concluo, também, que o mesmo iria gostar muito de ouvir um bom rock and roll. Ia gostar muito de Stairway to Heaven e ia amar Led Zeppelin, sem dúvidas. Mesmo sem compreender o que é uma guitarra, uma bateria, baixo e o que o vocalista está cantando, sua a composição total e etc… Este ser ia ter as maiores e melhores sensações de sua vida.
Quero abrir um parêntese aqui para explicar que estou falando de uma banda que eu gosto desde criança. Estou falando de uma música que me marca, desde a infância e, ela é mais antiga que minha existência, registrada em 1971. Obviamente é um gosto pessoal e eu não quero sobrepor este ao de ninguém. Não quero dizer que o rock ou que o Led Zeppelin é melhor do que outro gênero musical, outra banda ou outro grupo qualquer musical. O que falo por mim cada um tem em si; sua música, seu gênero, sua banda e assim por diante. O que expresso agora, provavelmente, é o que muita gente sente também quando ouve uma boa música, uma que lhe agrade. Uma boa música obviamente agrada, porém o que é boa para um não é para outro. Isso é relativo e não podemos entrar em discussão em respeito a isso. Portanto se eu estou falando em Led Zeppelin você pode transferir para o seu artista preferido; se eu estou falando em Stairway to Heaven você pode migrar para sua canção favorita, seja ela cantada, instrumental, rítmica e etc.
Por fim, a música é coisa que nos toca a alma. Explica o inexplicável; que traz a luz o incompreensível; assim como outros ramos da arte a música é a única que consegue dar vida à morte e, da morte, trazer as coisas à vida. A música realiza todos os sonhos, concretiza o que é abstrato; abstrai do todo, quando não, sintetiza distintos particulares... Quando ela nos agrada parece que sentimos uma coisa em nosso ser, uma potência, uma vontade de viver que não dá para expressar de forma alguma. Só mesmo ouvindo para entender e somente a musica para traduzir isso. É algo que sentimos em nosso íntimo. É como se fosse uma chama acesa e o que a alimenta é um combustível muito potente, consequentemente, levando essa chama às alturas e ao calor extremo: é a vida escancarada, nua, crua, plena e cheia de potência. O único momento em que eu não desejaria morrer seria ouvindo uma boa música de rock, porque, seria o cúmulo do desgosto (e da sacanagem) que, no melhor momento da vida a morte venha reaver seu lugar.
Led Zeppelin: Ex-integrantes: Jimmy Page; John Paul Jones; Robert Plant; John Bonham. Londres. 1968 - 1980 e outras reuniões até os dias atuais.
Letra de Stairway To Heaven © Warner Chappell Music, Inc. Compositores : Jimmy Page / Robert Plant
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