Soneto em dó maior
Tamanha saudades sinto de mim.
De épocas em que o céu me acalentava;
que, mesmo em terra, parecia que nele eu pisava;
quando em minha torre, a vastidão de um imenso jardim.
Hoje, só, sinto minha falta;
mergulhado estou, num momento de reflexão.
Com a baixa estima em alta,
algo segue contra qualquer comunhão.
Os pensamentos se colidem com o nada;
Ao fundo, Tchaikovsky flutua sem sentido;
sigo sem o eixo das abscissas e ordenadas.
Sinto-me como a um violino partido,
numa sinfonia bem orquestrada;
ou num pequeno soneto destruído.
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