A religião é placebo
Toda e qualquer forma de religião, - que na verdade foram criadas pelos humanos - agem de forma inerte, ou seja, sem princípios ativos. Não fazem bem, nem mal. Quem acha que sente isso, quem faz algum julgamento da vida que se vive, é o próprio indivíduo. Religião é nada além de "pensamento positivo" e oração.
Sim, tudo bem! Há excelentes resultados: pessoas que são curadas de grandes males, outras que largam as drogas, se arrependem de crimes, se aceitam e que são inseridas na sociedade com total auto-estima.
Do Latin, "placere", ou seja "agradar". O que vos escrevo, é um tipo de coisa requer que o paciente não saiba que está sendo medicado com algo inútil, ou seja, o nada. Ele precisa ser enganado, para ser curado de uma certa forma, pelo menos psicologicamente. Se ele vier a saber que, por exemplo, um comprimido que ele consome diariamente é um monte de açúcar processado e prensado, nunca iria acontecer qualquer cura, tendo ciência de que se ingere algo que não seja remédio. O religioso precisa ser enganado para achar que leva uma vida feliz. Com isso a criação de mitos e, baseado neles, o surgimento de diversas morais e costumes exclusivos a este tipo de cidadão. Como um remédio sem efeito, que age no psicológico de cada um, ou seja, placebo.
Contudo, como em toda medicação, há o risco do efeito contrário. Se dá pelo nome de Nocebo. Este é o termo para designar sintomas desagradáveis. É aquela situação em que a pessoa se encontra em estado de cegueira, bitolado, ou fanático. O efeito psicológico ao invés de "curar", ou trazer, pelo menos, um conforto, extrapola as expectativas causando algum mal àquele que consome a dose diária de religião. E além disso, tem indivíduos que entram em estado de dependência.
A partir daí vê-se um grande emaranhado de mesquinharia e egoísmo. O indivíduo que PRECISA de religião, porque quer achar que está bem, - quer provar a si mesmo que é uma pessoa boa - aplica doses cavalares dela, acaba achando-se superior e poderoso. O próprio Deus Criador, onipotente. Na verdade, Deus, é sua cria e não o contrário. Deus é invenção do ser humano. E o indivíduo que se diz religioso e aplica em si essa "dose medicamentosa", se acha na razão em se sentir desta maneira. Só que não. Primeiro, porque ele vive em comunhão com demais pessoas. Ele está inserido em uma sociedade multicultural.
Por vezes essa busca incontrolável por Deus, ou pelo fato de estar inserido em religião, possa ser a tradução de alguma fuga. Isso é normal, como já citado: pessoas que procuram apagar seu passado, se redimir perante algum crime, ou precisa enganar as drogas ilícitas, trocando-as por novas, mais salutares.
O que torna uma pessoa se achar como destaque na sociedade? A sua moral, seus costumes, fá-lo-á modelo para os demais? Qual seu poder, para tal? A religião? Tudo bem, suponhamos que sim. Podemos julgar o religioso superior somente pelo fato de ele ser religioso, ok. Porém, dentro de uma comunidade, ou numa convivência entre pessoas diferentes de seu fanatismo, como agirá um cidadão que vive de, somente, religião? E o que acha ele da vida ao imaginar que está vivo somente por causa de suas orações e seres mitológicos?
Tem fanáticos que juram estar respirando porque alguma coisa, seja lá o que for, assim o quer. Tem gente que acha que só atravessou a rua devido a uma permissão superior. Tem outros que acham que só trabalham, ou conseguiram um, por conta de algum ser mitológico. Eu me pergunto: e aqueles que não conseguem trabalhar por causa de sua cor, ou por causa de sua condição social? Há aqueles que morrem de fome, que passam por extremas necessidades… É justo eles estarem assim por “falta de Deus" em suas vidas?
Não obstante, existem religiosos, extremamente fanáticos, exemplares seguidores, que estão na mesma situação. Ou melhor, a maioria dos religiosos são humildes e estão na base da pirâmide social. Carecem de, no mínimo, necessidades básicas para sua sobrevivência; há outros que até possuem o básico para subsistir, só que carecem de segurança/ proteção, (não me refiro somente à segurança-pública, mas condições de um bom lar).
Será que isso tudo é por conta de Deus ou isso se dá devido às nossas escolhas, principalmente no dia das eleições? Deus resolveria mesmo os nossos problemas sociais? (a julgar o tempo que se passou ao longo da história e as coisas só pioram). Praticando nosso dever como cidadão, democracia blá blá blá... há corrupção, violência, maldade… Por que Deus, Jesus, ou algum outro ser celestial não atende aos nossos pedidos? E por falar em política: Toda mazela se findaria com apenas um “confirma” na tecla verde? Nós sociedade, somos o problema. Votando certo ou não. Rezando por Deus ou não. Alguém vê alguma solução para tanta violência e injustiça?
Voltando ao placebo, o indivíduo pode ser um excelente e carismático funcionário, um vizinho, ou pai de família. Porém, no tocante, quando algum assunto, ou situação se alastra para fora dos muros da lamentação, este indivíduo se torna um ser humano igual a todos; nada nele é melhor do que a ninguém. Nem sua fé é melhor ou especial, referente à qualquer outra pessoa. Não é porque uma pessoa ora, que ela vem a se tornar uma pessoa mais forte ou exclusiva. E por falar em oração: ora de um lado, mas maltrata do outro; ora de um lado, mas bate na mulher dentro de casa; ora na igreja, mas não respeita seus próximos no trânsito. Ora, ora, ora, mas comete adultério, quiçá pedofilia (Vide a que ponto chegou o Vaticano!) E também não estou dizendo que o problema da humanidade sejam os religiosos, mas que eles, com seu moralismo e toda a sua soberba, deveriam prestar maiores exemplos. Só que não. Estes mesmos religiosos quando fica sabendo de algum crime, ou de atitude errônea qualquer de um cidadão, julga como a um psicopata sanguinário, rasgando todas as páginas do seu belo livro, que ensina sobre o amor; quando vê aquele miserável ascender sua posição social, reclama que estão tirando lhes direitos e dando àqueles que nunca se esforçaram - jogando no fogo, seu belo livro, que prega a fraternidade, caridade e amor.
Placebo e nocebo… Na verdade o placebo, sendo algo positivo, é até aceitável, mas o nocebo acaba se sobrepujando ao primeiro e prejudicando àquele que o consome desesperadamente, tornando alguma coisa maléfica numa prática natural. Com isso surge mais ignorância, intolerância, mesquinharia e egoísmo. A falta de interesse sobre outros assuntos que não seja religião, para o religioso, o adoece. Um simples diálogo, por vezes, parece se tornar uma torrente batalha épica, como nos próprios livros religiosos.
O homem criou seu remédio, mas envenenou-se do mesmo, exagerando na dose. Quando não se torna um cego, fica esquizofrênico, - ou pior, se torna assassino ou suicida. Porém, então você pergunta: qual religioso mata outrem por causa de sua religião? Resposta: Vide a história. Ou, sem precisar ir muito longe, atente-se aos dias de hoje.
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