quinta-feira, 12 de maio de 2016

A montanha mágica*

*Em referencia ao nome da música da Legião Urbana, qual eu gosto muito. Particularmente uma das mais belas músicas da banda. Não tenho certeza, mas Renato Russo pode ter dado título à música, inspirado no romance "A Montanha Mágica" (1924), do escritor Thomas Mann. Mas como eu não sou nenhum poeta ao nível do Renato, ou romancista tipo Thomas, fiz algo pequeno. Mas confesso que eu escrevi ouvindo, (e pensando), na música "A Montanha Mágica" da Legião Urbana.



No alto da montanha estou.
Imóvel, cansado, mas sereno.
Ao longe vejo tudo o que restou,
Num mundo agitado e pequeno.

Sinto as coisas levemente.
Nada ouço, exceto o ritmo do coração.
Há uma guerra travada em minha mente,
Sons de batidas à porta querendo atenção.

Os uivos dos gélidos ventos fazem a melodia.
Cantam em belas palavras soprando aqui, acolá...
A natureza se apresenta em prefeita harmonia.
Levando a terra a tremer de tanto chorar.

Suas lágrimas descem numa linda corredeira.
Por onde passa floresce, faz a vida brotar.
Suavemente com sua doce água, numa brincadeira,
Lembrando-me sonhos que ainda não quero acordar.

Gigante de rocha que descansa eternamente,
Já viu todas as mudanças e também as que virão,
Sábio, permanece imóvel, atentamente;
Ouvindo comigo, alegremente, as batidas do meu coração.

Grande montanha esverdeada,
Deito-me sobre ti nesta madrugada.
Mas assim que o Sol despontar no horizonte,
Prometo deixar-te rumo a outro monte.

Não te entristeças, tenho a ti em meu pensamento,
Longe estarei, mas voltarei a qualquer momento.

quarta-feira, 11 de maio de 2016

De você eu sei

Eu não sei:
Diferenciar o lago, de uma lagoa;
A alegria, do “rir atoa”;
A névoa da neblina;
Um monte, de uma colina.

Eu não sei:
Se sei o que quero;
O que eu espero;
Da vida, uma novela;
Ou um conto de balelas.

Eu não sei:
Por que eu caminho;
Ou as vezes paro;
Acompanhado ou sozinho;
Se canto ou me calo.

Só que nada disso importa:
Se para mim se abrem,
Ou se fecham portas.
Realmente não me interessa.

Um dia a menos,
Um dia a mais...
O espírito sereno;
Sóbrio, em paz.

De uma coisa eu sei:
Sem você eu nada seria.
Você também diria.


Essa paixão que em mim brotou,
Foi o mais lindo sonho que se realizou.

É amor o que eu tenho por ti;
O sentimento mais puro, perfeito,
Que eu já pude sentir.

terça-feira, 10 de maio de 2016

Você, a flor


Apreciando tal natureza,
Seria cinza a primavera;
Sem essa flor de tamanha beleza.

É a perfeita tradução de minha vida:
A tua graça e sutileza, meu amor,
Deixam-na completamente colorida.

segunda-feira, 9 de maio de 2016

Uma trilha para a eternidade.


Vagando por uma larga trilha esverdeada,
Ela é fria e cercada de muito mistério.
Encontro uma clareira para uma estada,
Ar puro, sossego de um monastério.

O Sol do entardecer ainda reflete na grama,
Colorindo ainda mais a farta vegetação.
Ao longe um doce assobio me chama,
Uma linda e colorida arara requer atenção.

O farfalhar das folhas surge no interior da mata.
Um atinado carnívoro se mostra como uma fera,
Mas de mim se aproximou e me deu uma pata,
Respeitosamente saudei uma linda pantera.

Todos os insetos voadores passavam por mim.
Os rastejantes também me cercavam.

Um aroma inconfundível com o Jasmim,
Trazia lembranças de todos que me amavam.

Uma pedra reluzia no meio da floresta,
Recostei-me nela, ao lado da negra pantera.

A paz me tomou, uma sensação fantástica,
Fez do cinzento Outono em colorida Primavera.

Ao redor, carinhosamente notava-me toda a fauna.
Repousando minhas mãos no chão, senti toda a flora.

Quero ser o verdadeiro amor quando se ama,
E não mais a dor de uma criança quando chora.

Uma doce cachoeira corre ao meu lado,
Fonte de vida, lava nossos pesares,
Banha toda a amargura e o fardo,
Fresca e cristalina leva-os juntos para os mares.

A noite cai, o silêncio se faz presente,
Alguns grilos e sapos me contam histórias.
Em cantigas como em velhos repentes,
Em duetos com serpentes e jiboias.

Uma luz prateada brilha sobre a grama,
É a Lua trazendo seu charme, seu encanto.
Em meu coração acendeu uma chama,
E todos os animais me deram acalanto.

Após isso alguns foram dormir,
Outros puseram-se a me proteger,
Eis um lugar que não quero mais partir,
Já anseio um novo e eterno resplandecer.

segunda-feira, 2 de maio de 2016

Com tempo, sem tempo...


O tempo é algo imenso;
Sem início e sem fim;
É apavorante, intenso!
Têm aqueles que temem o passado,
Tem gente que só vive dele.
O futuro para uns será um duro fardo,
Outros, esperanças veem nele.
Escrituras falam em vida eterna,
Duras penas, perpétua solidão.
Por outro lado, também falam de amor;
Divindades, anjos e mansidão;
Comunhão entre todos os seres;
Todos uníssonos em louvor!
Já faz tempo que se ensina isso:
Uns aprendem,
Outros entendem;
Muitos o ignoram;
Com isso choram.
E o tempo passa,
Ora lentamente, devastador;
Ora tão rápido, indolor. 
Um piscar de olhos e pronto!
Tudo já mudou,
Nada permanece imóvel,
Tudo envelhece,
Tudo perece.
Outras coisas renascem,
E com o tempo crescem.
(Não existiríamos sem ele).
E esse ciclo se segue, assim é a vida.
Assustadora, mas também linda.
Não dá para esperar,
Porém não podemos nos apressar.
É tudo no seu tempo.
E cada instante é diferente.
 As quatro estações não são as mesmas, infelizmente;
Os meses não são iguais;
E no mesmo dia, a noite é diferente da manhã.
Os anos que se passam não têm semelhança;
Mas caminhando junto ao tempo,
Não perdemos a esperança.


domingo, 1 de maio de 2016

Surrealismo platônico doloroso

Oh meu amor!
Por onde andas?
Passas frio ou calor?
De felicidade transbordas?
Ou sentes apenas dor?
Meu pensamento vagueia o universo,
Atrás de ti percorre sem se cansar.
Deixando todos os livros abertos.
E neles cada lágrima secar.
Os melhores autores;
As mais belas palavras;
Nada disso faz sentido,
Nem um rastro sequer do teu cheiro,
Ou uma ligeira imagem do teu sorriso.
Nada! E agora?
Volte, minha amada!

Já não sei mais contar as horas;
Mas sei que já vem uma nova aurora.
Meus cílios não param de se chocar.
Não querem repousar, travar essa batalha.
Os olhos não cansam de contemplar.
Procurar no céu, em cada estrela,
O brilho do teu olhar.
Minha amada, oh Deusa do amor,
De mim, você nunca se foi;
Para dizer a verdade...
Você nunca nem chegou.
O que mais dói é a ciência disso.
A ilusão, a paixão, o amor,
Juntos se traduzem em dor.
Ter o pensamento voltado para ti,
Mas sequer saber que tu possas existir.

sexta-feira, 29 de abril de 2016

O nosso sorriso aberto

Hoje pela manhã liguei o celular e vi algumas mensagens da minha amiga e um link para uma música. Dizia ela:
“Silvio, ouve isso. Olha que lindo! Letra linda! Eu choro ouvindo essa música. Muita energia. Algo curador para nossa mente. Comecei a sambar...”.

Conversamos sobre o que significa a canção (que segue abaixo), a letra a melodia... Enfim. Ela faz-nos olhar para nosso âmago, nosso passado, ou presente e sempre nos identificamos com algo. No meu caso o violão. Já a minha amiga, o seu tamborim. E assim a vida caminha, o curso segue, como cada segundo dessa música, cada ritmo, cada melodia.

Resumimos a conversa dizendo: "Na verdade o Samba é triste. É temperado com certa tristeza".

É minha amiga Simone! Vamos que vamos, juntos nessa caminhada. Sambando, rindo, chorando, fazendo nosso ritmo.

Obrigado Simone, minha amiga, por me presentear a manhã com esta Pérola! Está jóia maravilhosa que nós temos.

“É
Foi ruim à beça
Mas pensei depressa
Numa solução para a depressão
Fui ao violão
Fiz alguns acordes
Mas pela desordem do meu coração
Não foi mole não

Quase que sofri desilusão

Tristeza foi assim se aproveitando
Pra tentar se aproximar
Ai de mim
Se não fosse o pandeiro, o ganzá e o tamborim
Pra ajudar a marcar (o tamborim)

Logo eu com meu sorriso aberto
O paraíso perto, pra vida melhorar
Malandro desse tipo
Que balança mais não cai
De qualquer jeito vai
Ficar bem mais legal
Pra nivelar
A vida em alto astral”


(Jovelina Pérola Negra)

Apolítica

Um ato de violência política não revela apenas um crime de uma ação isolada. Ele expõe a fragilidade de nossas crenças políticas. Depois dos...