De fato a ventura não mora em mim
Eu sou um poço de amargura
Um ser beirando a insanidade, algo sem cura
Dizem: “coisas simples, diversão sublime;
a felicidade mora nas pequenas coisas”
Então, sendo assim, eu sou muito grande
Um cego à graça da vida
Nem se dono de toda riqueza eu fosse
Há escassez de gana
Nulo desejo para sorrir à vida
É tudo ilusório, falso
Tal qual no deserto caminhar
Com tudo o que ele representa
Mas delirar, banhando-se num lago
à sombra, no conforto destinado aos reis
Se é assim num deserto de areia
o mesmo se dá nos gélidos alpes
Lá de cima, onde tudo é cinzento e congelante
Iria uma miragem me aterrissar num belo campo
Em algum lugar ensolarado, na mata, regado de flores
Mas nunca, de fato, estarei num lugar assim
Onde eu realmente quero estar, sem quimera
Não! Estou sempre no oposto, na contramão
Então por que não dirigir no fluxo?
Não seguir em boa direção?
Não seguir em boa direção?
Nada que se deseja, se faz corretamente
estando, seja quem for, privado da razão
Confiaria em alguém desprovido de sensatez?
Mas, mais uma coisa…
Não cabe a ninguém a julgar o próximo, não é?
Quem és tu, quem sois vós, quem sou eu
para tomar alguém como louco?
Pensemos…
Mas de nós mesmos sabemos
Eu, somente eu. Tu somente tu
Cada qual sabe, no íntimo, de si próprio
Logo, cabe a nós tal conjectura
Logo, cabe a nós tal conjectura
Eu sei o que sou
Eu sei o que de mal faço
De bem nada me restou
De anjo não vejo nenhum traço
Concluo escrevendo às escuras
Termino estas palavras sem nada enxergar
Ando no chão, com a mente nas alturas
Alço voos, com o chão a me esmagar
Cego à graça da vida
Impossível chegada
De uma difícil partida
Caminhos solitários.
ResponderExcluirA estação sempre aguarda o próximo trem, com alegria e tristeza.
Os que vem, os que vão.
Mas fica sempre o sabor de ter vivido seja qual for a vida.
Que não seja insípido o sabor.
Tempos estranhos que nos inspiram ��
ResponderExcluirSi,
Não sabe a força que tem!
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