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Nietzsche, o imor[t]al

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Cada período tem sua particularidade. Cada geração se transforma, se adapta; tudo flui e ganha forma no agora, no agora, no agora... A cada tempo, seja como numa fração de segundos, seja a cada mil anos, pensamentos já firmados outrora, vão brotando novamente, ora aqui, ora ali, servindo a diversos propósitos. Isso acontece quando lemos livros de pensadores, até mesmo os antiguíssimos escritos dos gregos do século quinto antes de Cristo, por exemplo, e conseguimos encaixar seus pensamentos perfeitamente no hoje, no agora, sem erros, sem ter que aparar arestas, significá-lo perfeitamente.  Sobre isso, mais ou menos, Descartes já afirmava, no Discurso do Método, que "a leitura de todos os bons livros é como uma conversa com as pessoas mais ilustres dos séculos passados [...] uma conversa refletida na qual eles só nos revelam seus melhores pensamentos". Então, aproveitando-se deles - como se numa fórmula matemática -, seria como se aplicássemos, hoje, suas sabedorias mais antiga

Porre Nº 8: Corote.

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Pensando novamente no Brasil de hoje, o que mais me surpreende, em meio a uma pandemia, não é o vírus - que na verdade é uma realidade com a qual coabitamos -, mas certas atitudes de certos seres humanos. Estou um tanto moralista, sim. Eu tentei refletir um posível “foda-se à vida” em meio a uma pandemia: a consciência pesou. A razão se sobrepôs às pulsões, à alguns desejos, vamos dizer, quase que incontroláveis. Realmente… Não consegui largar o "dane-se" e fazer o que me desse na “telha”. (Vou deixar claro, desde já, que isso é puramente fundamentado na minha opinião. Portanto é debatível, questionável tudo o que exponho aqui. Além de eu não estar querendo transformar isso em verdade máxima e, pior ainda, sobrepor-me às opiniões diversas que existem por ai). Continuando, olhando para fora agora e fazendo julgamentos pertinentes, não muito recente, notei algumas retóricas relativizando o que está acontecendo agora, com discursos "morre gente todo dia", "b

O brasileiro pode se superar e viver uma democracia racial?

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Senado e Câmara aprovaram Lei Áurea em 5 dias. Fonte: Agência Senado Pensando no Brasil de hoje fui remetido a um conceito de Gilberto Freyre chamado de “democracia racial”, na obra "Casa-Grande & Senzala". Isso fez-me refletir rapidamente sobre um ponto: por que não foi superado o regime escravista além de outros preconceitos advindos do período colonial no Brasil? Haveria um motivo, ao menos, para essa superação? Pode-se até dizer que sim, mas há uns entraves nisso aí. Primeiramente, esta é uma questão complexa e que não se pode responder simploriamente. Porém com o pouco que se possui de lembrança e conhecimento histórico dá para traçar um esboço como resposta e até mesmo introduzir mais questionamentos.  Contudo, em segundo lugar, como se pode ver, um país tão diversificado etnicamente: pretos, brancos, nordestinos, nortistas, diversos povos indígenas, região centro, sul, sudeste… Território gigantesco, país continental e cada qual com suas peculiaridad

O caminho para o céu

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Eu estava ouvindo uma música, "Stairway to Heaven", do Led Zeppelin, ao vivo, num show em Nova Iorque, no Madison Square Garden, em 1973. Um verdadeiro rock and roll. E fiquei pensando os integrantes tocando essa música naquela época como deve ter sido louco o show.  Então vejo outro show com a mesma música, mas agora cover. De 1973, quase 50 anos depois, viajei para outro vídeo: agora, em 2012, outros músicos homenageando o lendário Led Zeppelin, lindamente, porém com um quê de frio na barriga: os próprios integrantes da banda original estavam assistindo ao espetáculo - inclusive o então ex-presidente dos EUA, na época, Barack Obama. Imagina a sensação que devem ter passado os próprios criadores da canção original, em que, no passado eram os artistas no palco, arrasando, e ,hoje, são plateia? Deve ser uma loucura imensa. O que se passou na cabeça dos caras? O filme que rodou na lembrança de cada integrante da banda Led Zeppelin e também dos que estavam tocando no

A volta dos que não foram...

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O jovem blogueiro/ empreendedor pede fim de algo que nunca existiu. Como pode isso? Primeiro vamos à primeira coisa escrita que se mostra: "Economista Sincero". Que é um complexo desde já: Tendo como sujeito a palavra Economista, o que a segue é inerente a ela ou é separável? Porque, digamos, se todo economista é sincero por natureza, isso se torna um pleonasmo - como o famoso "fato real", "hemorragia de sangue", "subir pra cima" e etc. Portanto, usar pleonasmo ou até mesmo ser redundante ao adotar um nome para se aplicar a um empreendimento é horrível. Entretanto, não deve ser o caso. Além da frase “Todo economista é sincero”, vir a ser falsa - caso o jovem queira empregar a proposição dessa forma. Pois nesse caso temos que olhar o predicado “sincero” de outra forma, fazendo outra hipotese. Por exemplo: “Todo economista não é sincero - o que não pode ser verdade também. Portanto, o que nos resta, e o que é mais aceito e justo ser

A metamorfose e o perigo de se aceitar de tal maneira ou querer mudar

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Imagine que, depois de um dia corrido, nada mais que a vida atual de um mero trabalhador, nada como um dia após o outro, você acorda pela manhã em sua cama e não consegue se mover direito. Logo, percebe que alguma coisa está errada consigo. Você se observa bem, olha de novo e constata que você é um inseto. Ou melhor, uma barata. Um dos insetos mais asquerosos do mundo. É isso! A partir daí você é uma barata. Então, vida que segue e vamos de Franz Kafka, A Metamorfose (1915). Essa obra tem ao menos 3 questões a serem refletidas, ou melhor, trazidas aos sprays dos inseticidas. Primeiramente, fazendo uma analogia com algumas questões atuais - na verdade isso sempre aconteceu -, vamos tratar, nesta ficção, o que é, possivelmente, revelado de uma pessoa que está sofrendo, vamos dizer, o processo de baixa autoestima, que é intimamente ligada à dificuldade de autoaceitação, amor-próprio e a falta de autoconhecimento. Segundo, isto pode ter duas origens: da própria pesso

O amor faz sentido?

É a luz sonora, Tem som de sabor Em plena hora faz chuva descer É só tocá-lo que o aroma se sente que o tempo, com ardor Em meio ao inverno quente O distraído notou Mas nada viu O lento acelerou porém logo partiu Nada fez sentido  Do sólido amolecido a paixão se viciou Fez o inteiro fundido A Terra ficou plana A gênese retrocedeu Perseu enfim nasceu Medusa ganhou fama A mente, caso pense com a língua não fala  A derrota que vence nada que se cala Sem nexo tal expor Ouro guardado em isopor tratado com todo zelo Identicamente, o amor