quinta-feira, 27 de julho de 2017

Com o temer...

O pavor venceu a esperança
O surto faz parte do improviso
O que será dos idosos e das crianças
Num mundo onde não há mais sorriso?

O que devemos temer?
A noite escura?
O novo amanhecer?
É depressão ou tudo frescura?

O que nos preocupa?
A ansiedade, a loucura?
Em quem pôr a culpa?
No vírus ou não remédio que não cura?


O verdadeiro malfeitor sorri
Nao conseguem achá-lo
O coração há de partir
A verdade escoa pelo ralo


Quem está preso é livre
E quem está na rua detento é
O primeiro sabe mais que o detetive
O segundo vive de correntes no pé


O individualismo no solo pisa firme
Esmaga povos e seus frutos
Nao é ficção, nem novela ou filme
É a triste realidade dos brutos


Não dê tiros, dê flores
Não grite, recite amores
Pense no próximo antes de ti
Evite gerar grandes dores

Pensemos assim antes de confirmar
Reflitamos antes de a "tecla verde" apertar
O que será, amanhã, de ti e de mim
Se o que tememos, passamos a votar?

sábado, 22 de julho de 2017

Pobre rico amor

Eu queria lhe dar tudo
Jóias, carros, iates, mansões
Por você morreria, mudaria o mundo
Mas nada posso além de algumas palavras e canções

Elas brilham mais que diamantes
Que o ouro valem muito mais
Eis o mais perfeitos dos amantes
Um pobre e sonhador rapaz

É como uma estrela o meu amor
Por ti irradia intensa luz e calor
Um brilho que vive mesmo após seu fim
Depois de anos e anos de esplendor

sexta-feira, 21 de julho de 2017

Quando ele vem...


Quando vem, é de mansinho
Vem de longe, sem avisar
Tapando o Sol, redemoinhos
Está na hora do frio se instalar


Flocos de neve
Manto de nuvem, friagem
Dia cinza muito breve
Noite longa, sem estiagem


Do alto da montanha há uma prévia
Chega devagar, da o tom, anuncia
Mesmo a noite vê-se sua névoa
O frio traz sua fantasia


O frio, a chuva, esse clima
Gotas na janela, alta umidade
A serra manda o recado lá de cima
Banhando de prata toda a cidade


No inverno nada pode ser diferente
A temperatura cai carentes ficamos
Ansiamos sempre por um corpo quente
Que esta estação perdure por anos e anos

domingo, 16 de julho de 2017

A plenos pulmões, em plena madrugada



O que é uma madrugada silenciosa, leve, fresca e com um único e solitário canto de um bem-te-vi?
Sim, o pássaro, ou não dorme, ou acorda em plena madrugada e seu canto de longe há de se ouvir

O céu é de inverno, porém estrelado e com uma iluminada Lua cheia
Sua luz, que bate na terra fresca, na grama úmida, brilha no asfalto e às mentes mais loucas, clareia

Uma madrugada tão singular
Uma pena (ou muitas penas) ela tão pouco durar

Mas as madrugadas se repetem
Há nas folhas, orvalhos onde as mesmas luzes refletem

As estrelas são as mesmas, o céu e também a Lua
Toda terra fresca, a grama úmida, a paisagem, a rua

Nada muda, é tudo um ciclo
Desde o mais sensato ao mais ridículo

São assim as madrugadas
Feitas para chorar ou para rir
Na cama, corpo coberto e cabeça deitada
Sejam em silêncio ou com o canto do bem-te-vi

quarta-feira, 28 de junho de 2017

Nem sei

Nem sei

Outro dia eu li
“Nasceu com dom pra ser bandido”
Não sei se é para chorar ou para rir
Pois ninguém nasce dotes pré definidos

E mesmo que isso ocorra
Um recém nascido não vai querer
não vai escolher ser ladrão, porra
E sim um melhor caminho a viver

Mas por que se comete tanto crime?
Jovens e adolescentes estragando tudo?
Será que é por causa desse regime?
Ou apenas por falta de estudo?

A população não quer educar
dá trabalho e cansa
O Estado prefere remediar
liberando a matança

Morre vítima, morre réu
Morre a sociedade toda
Quem vai ao inferno, ou ao céu?
Ou à Sodoma e Gomorra?

Vamos “enxugar gelo”
É um bom entretenimento
Ao linchamento precisamos de um apelo
Vamos seguir nesse contínuo movimento

Hoje faz-se justiça com as próprias mãos
Amanhã sai como herói na notícia
Mas descobre-se que o justo era ladrão
E que o suspeito na verdade era a vítima

Julgar, não devemos
Condenar, muito menos
Podemos viver em harmonia
Percebam o quanto já sofremos

Há violência no bairro, na cidade
É guerra entre estados, nações
Baixas de todas as idades
Dilacerando os nossos corações

Mudemos o nosso Estado
O causador de tudo ele é
Não adianta termos um réu e um coitado
Para darmos créditos à crença ou fé

Quer assim o nosso sistema
Vivendo como gado
Sendo mal educados
Dando tiro no pé

O problema é social
Não adianta tentar dizer que é Deus
Pois ele, sádico não é.

Qual Deus se comprazeria com a desgraça?
Crianças no crime, jovens se matando?
Sua intervenção serve só a uma parcela da massa?
e àquele que o dízimo está pagando?

Os nós atados estão na sociedade
Nao vem de um mítico anjo mau, ou diabo
São centenas, milhares, na verdade
a quantidade de políticos safados

Além de políticos, empresários
“Proprietários”, “donos” da Terra
Fazendo todo mundo de otário
Fomentando em nome de Deus a guerra

Eles querem de nós a gana, a disputa 
enquanto engordam loucamente
Nos tornamos suas "putas"
Numa vida miserável, porém contente

"Eu fecho com quem me paga mais
Tenho dinheiro, mas não tenho paz"

A liberdade nos foi extirpada
Viver em sociedade hoje é impossível
Uma "doença social" está avançada
e pra piorar, o individualismo é sua cura horrível

quinta-feira, 22 de junho de 2017

É como água da fonte

Não se precisa de olhos para enxergar
Nem de boca para falar
Apenas o corpo para sentir
Quando o coração mandar

O sofrimento é certo
Mas dele dá para fugir
O amor está bem perto
É como saciar a sede com um elixir

É certa também a felicidade
Devemos sempre disso lembrar
Não importando nossa idade
Um dia ela irá também chegar

É como água que vem da fonte
Erga a cabeça e olhe no horizonte

É melhor nada saber

O que eu aprendi?
Não sei! E acabei de esquecer
Nem adianta o pensamento polir
e nem tentar de novo aprender


Não quero mais voltar
O caminho é reto, sem trevos
Para frente vou caminhar
Aprender tais coisas me dá nos nervos


Esse aprendizado não liberta
pelo contrário aprisiona
Depois que você faz a descoberta
Lágrimas você coleciona


Na verdade você aprende a aprender
É uma certa excelência à ignorância
E quanto mais disso você esquecer
Mais tua vida terá importância


A liberdade é quase que impossível
Nos aprisiona o nosso mundo
Um conselho: faça-te de burro passível
que serás rei num segundo


Conheça-te a ti mesmo
Saiba tu que nada sabes
Já dizia um filósofo grego
E use somente o que lhe cabe


Afinal, o que eu aprendi?
Não sei. Me esqueci
Não quero saber
e nem me lembrar o que vivi

ATUALIZAÇÃO BETA v.5.7.0: AGORA MEUS ELETRODOMÉSTICOS SÃO PÓS-ESTRUTURALISTAS

Dizem, os pós-estruturalistas , que a linguagem constrói a realidade. Isso é ótimo, exceto nos dias em que eu preferiria que minha realidade...