quinta-feira, 28 de abril de 2016

Aparentemente...

Muitos escondem o choro. 
Mas o sorriso, dizem valer ouro.
Demonstram-no demasiadamente.
Saibam que ele é mais susceptível a falsidade.
Muito mais do que às lágrimas de verdade.
Muitos dos que pedem desculpas são afortunados;
Reconhecem o erro, aprendem. Afinal, quem nunca errou?
Pobre daquele que só diz obrigado,
Não age, só observa e vive pedindo favor.

segunda-feira, 25 de abril de 2016

Não ousaria tocar em uma flor.


Com o esplendoroso surgir da alvorada,
Uma flor delicada em minha vida brotou.
Tão pura, tão bela, tão singela,
Um ser iluminado que Deus tocou.
Não quero magoá-la.
De qualquer forma machucá-la.
Meu jeito duro e difícil;
Insensível, incompreensível.
Temo em dirigir-lhe a palavra;
Muito menos olhá-la
Jamais, sequer tocá-la.
Não ouso me aproximar,
Nem permanecer diante de tal.
É a essência da natureza,
A real beleza, completa riqueza.
Ai! Se eu pudesse ao menos senti-la,
Um milionésimo de segundo, mas não...
Seu aroma, sua tez, seu calor...
Minha aproximação causar-lhe-ia pavor.
Apesar de ela não possuir espinhos,
Descortês, arrancar-lhe-ia de vez.
Pô-la-ia em meu pequeno jardim.
Perderia-me facilmente,
Em tentação iria cair minha mente.
Minhas mãos ousariam tocá-la;
Meus lábios beijá-la.
Meu coração iria bater tão forte,
Que o impacto machucaria-a.
Eu não iria provar o sabor do mel,
E sim o gosto amargo do fel.
Mal eu posso lhe fazer.
Afastar-me é o bem a saber.
Me dói em pensar nesta ação.
Nefasto para mim será:
Tanto lhe possuir,
Quanto de ti desistir.
Só me resta por ti rogar.
Suplicarei para sejas cada dia mais perfeita,
Mais ainda que já és, de certo.
És a admirável, encantadora, verdadeira;
Flor maior que já brotou neste universo.

domingo, 24 de abril de 2016

Anjo quase obscuro.



Hoje vi um cara estranho.
Se auto intitulava Anjo da Morte,
Não possuía nenhum rebanho,
E sua espada, sem fio, não fazia corte.

Era um cara sinistro sim e solitário.
Gostei de suas asas e trajes cinzentos.
Ele curtia ficar a sós no calvário,
Recitando longos mantras de lamentos.

Até que seu timbre de voz não me assustava,
Sua face sem expressão também não.
Parecia que um efeito sonoro o imitava,
Em lugar de seu rosto havia um borrão.

O cara era cômico e tinha um papo legal.
Articulava sobre a morte, a vida; céu e inferno.
Distinguia bem o carnaval do Natal,
E dizia que enquanto vivo só andava de terno.

Eu ri, pois o achei melhor agora do que em vida,
 Porque estes não valem uma xícara de café.
Geralmente os de terno têm uma vida bandida,
E são exímios ladrões ou negociantes da fé.

O pobre anjo concordou e riu também.
Lembrou de um humilde senhor carpinteiro.
Quando tentou instruir a todos da Terra e do além,
Dizendo que, para tudo, o amor vem primeiro.

O estranho anjo de cinza se despediu.
Educadamente me felicitou e foi-se embora.
Dentre muitos fui o único que para ele sorriu,
Deixando-o intrigado com nossa breve prosa.

O não-amor existe?





Tem gente perdendo a crença no amor.
Tem autores que declaram ele não mais haver.
Como um misto de sofrimento e dor, seja lá o que for.
Quase sempre tira até a vontade de viver.

Amor e dor? Seria um contrassenso!
Sim, para aqueles que nunca amaram.
Há os que já viveram algo intenso,
E ainda assim se machucaram.

O amor é! Ele é um estado.
Não foi criado, nunca terá fim.
Todos os dias deve ser procurado.
E sancionado por anjos querubins.

sexta-feira, 22 de abril de 2016

Ogum é São Jorge, São Jorge é Ogum.


Caminhando sob um estrelado céu
Vejo uma esplendorosa lua cheia
Parecendo uma noiva com grinalda e véu
Os meus caminhos ela clareia.

Ao lado dela há um Orixá e um santo padroeiro:
Com sua espada, o imponente Ogum,
E com seu alazão São Jorge Guerreiro.

No céu vivas cores se mesclam.
Irradia o forte vermelho da cor do sangue,
Outra cor é da chama, o azul-pavão.
Juntos tornam minha áurea brilhante.

Lute por mim oh santo guerreiro!
Me defenda grandioso Orixá!
Nas minhas preces são sempre os primeiros.
Pois vós nunca há de falhar.

Mestre das armas, cavalheiro nobre.
Batalhador, o verdadeiro forjador.
Fez ferramentas em aço e cobre,
Dizimou de seu povo o sofrimento e a  dor.

Lutou contra o império, em carne pereceu.
Mas sua alma é viva, emite raios de luz.
Não se curvou diante do ódio, o venceu.
Carregando seu eterno amor ao Mestre Jesus.

O fardo é leve?


Reconhecer que não sabes lidar consigo,
É um momento delicado e de um trabalho árduo.
Não adianta correres, sumires, buscares abrigo,
Pois é este teu grande e eterno fardo.

Não deixe que qualquer coisa lhe abata.
Isto será uma contínua transmutação.
Terás de, como um soldado, enfrentar combates,
Contudo, no fim, medalhas farás coleção.

Hoje o tempo nebuloso está.
Frio, chuva, trovões, total escuridão.
Mas amanhã terás um perfeito dia a contemplar,
Sob a luz do Sol junto a uma bela paixão.

terça-feira, 19 de abril de 2016

Cuidado! O coração.


Cuidado! Frágil ele é.
Aparentemente parece feito de pedra.
Só que ainda pulsa, emociona-se, tem fé.
Mas é como cristal, facilmente se quebra.

 Por outrem é fácil perder a noção.
Por uma paixão, deixar ser levado.
Do peito arrancar seu coração,
E doá-lo sem que ele seja notado.

Pode ser comparado às flores,
De tez macia, de rubras cores.

Pétalas de rosa, tão leves e sutis.
Se soprar, voam, como sonho infantis.

Apolítica

Um ato de violência política não revela apenas um crime de uma ação isolada. Ele expõe a fragilidade de nossas crenças políticas. Depois dos...