terça-feira, 11 de agosto de 2015

Que tal um poder?



Hoje eu ganhei um poder:
É só fechar meus olhos para no tempo voltar.
Irei corrigir o defeito, criar um espetacular efeito...
Para que, no atual presente, tudo fique perfeito,
Com isso, no futuro, poderei melhor te amar.

Hoje eu ganhei um poder:
Quero, à vida de todos, dar esperanças.
Como um santo, um mártir ou um belo artista.
Seja com um instrumento, caneta ou uma revista.
Serei lembrado desde o mais idoso até às crianças.

Hoje eu ganhei um poder:
Vou mudar a cor do céu, do mar e da Lua.
Da Física, irei desvendar todos os fenômenos.
Revelarei a cura para todos venenos.
Os pavores terão o peso de uma pena que flutua.

Hoje eu ganhei um poder:
Todo gosto amargo terá sabor de mel.
Toda injustiça será transmutada em amor.
Do mais duro sofrimento tirarei a dor.
Deixarei a Terra do jeitinho que é o Céu.

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Voltavime



Dos grandes montes esverdeados.
Da brisa que carinhosamente toca o rosto.
Do cheiro forte da terra úmida.

As ervas de todos os gostos,
A grama, o junco e o orvalho,
Nos tornam vivos, serenos e sábios.

O Sol chega em raios brancos e dourados.
Algumas nuvens sorriem num tom azulado.
Desenham um conto mágico no céu sem fim.
 
Sob ele, eu e você de mãos dadas,
Tão firmes quanto as rochas espalhadas,
Tão lindos quanto dois querubins.


Toda a magia multicor da natureza.
Todo o fascínio singular do Criador.
Estão, como a exatidão matemática,
Num suntuoso jardim, organizados com amor.

Árvores majestosas acenam.
Ciprestes, Salgueiros, Pinheiros e Figueiras,
Desenham todo o vale com suas cores,
Refletindo a luz de um majestoso Sol.
Soltam folhas leves e brilhantes.
  Esvoaçam pelo ar como purpurinas.
Iluminam e alegram até o inferno de Dante.

Um riacho corre tímido ao nosso lado,
Borbulhando gotículas de prata e cristal,
Banham toda a natureza ao redor.
Seu fundo transparece a pureza d'alma.
Nítidas, ao fundo, pedras variam a cor.
Adormecidas brilhando como estrelas,
Fazem-nos querer acariciá-las, tê-las.
Acordá-las de sonhos fantásticos,
Das mais belas histórias de amor.


Pássaros cantam todas as notas possíveis.
Fazem breves e encantadoras melodias,
Que ecoam nos confins desta terra.
Nos remetem à quimeras surreais.
Voam levemente, enfeitam o cenário.
Brincam no céu como felizes casais.

As flores agradecem em tons fortes, cintilantes.
Exalando um aroma sutilmente doce,
Quase que alucinante!
Cheiro de vida, cheiro de amor.
Penetram a alma de forma marcante.

O campo verde, o tom amarelo do Sol,
Junto ao puro azul celeste, contrastam.
Mas no piscar de olhos, na celeridade de um raio,
A paisagem fica cinzenta, cores se transformam.
Atrás de nós forma-se uma linda cortina,
Quão uma fina seda cinza clara.
Amedrontando qualquer ave de rapina.
Banha a todos nós com água de pureza rara.

A chuva cai torrente,
Deixando-nos muito contentes.
Pois elas cantam em nossos ombros,
Músicas belas em tons clementes.
Juntas, a chuva e a cachoeira,
Bailam córrego abaixo, numa divertida brincadeira.
De um fina serpente prateada, toda encharcada,
Torna-se uma volumosa corredeira.
Se abrindo entre nuvens cinzas, carregadas,
O  Sol reflete esse longo caminho de prata.

O astro rei se despede,
Todos se recolhem.
O silêncio é pacífico, reflexivo.
Tudo parece mais escuro, turvo.
Tons, do verde musgo ao marrom.
O vento continua suave, mas frio.

Sibilando nossos ouvidos um prazeroso som.

Sobre nós brilham no céu pequenos pontos de cristal,
Estrelas piscam para nós, em comunicação graciosa.
São formas de dizerem o quanto estão gratas,
Vendo nós dois juntos, apaixonados.
Sentem-se vivas e orgulhosas.


Sob nossos pés brilham as folhas e as gramas.
Misturam-se junto ao puro orvalho.
A torrente prateada percorre toda extensão,
E palavras amoráveis vai murmurando.
  Todos a sua frente, ela vai lavando.

Inclusive nossos sentimentos, dores e até a paixão.
E segue o riacho claramente dizendo: 

Adeus! Vos levarei em meu coração.

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

O anjo caído




Hoje eu falhei.
Sei que errei.

Coisa que não se rouba, roubei.
Nem isso faria um bandido, eu sei.

Não foi dinheiro ou bens.
Foi muito mais do que um nobre homem tem.

Assim como a pesada chuva que cai,
Meu duro coração se esvai.

Em meio às ensurdecedoras trovoadas,
Minha pobre consciência pesa toneladas.

A vontade de agora sumir,
Mescla-se com o tenro anseio de me punir.

Tamanha vergonha me arrebata de frente,
Quão a força de um violento raio estridente.

Sumiço, ilusão, remorso, punição,
Derramarei meu sangue em prol de minha evolução.

Vou me arrastar ao infinito,
Rumo ao meu perdão.
Só voltarei quando erudito,
Bem mais sereno. Um ancião.

Remissão, virtude,
Cura, salvação.
Como a felicidade de um adolescente,
Perante uma paixão.

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Infinitamente purgatório



A dor, se adentra em meu ser
(É difícil de dizer)
Profundamente, é capaz
De à claridade, escurecer
De à felicidade, perecer
Do doce aroma, apodrecer
De meu sorriso, o entristecer
Da vida, morrer
Não quero mais respirar a dor
Não quero mais o sentir o amor
Meu universo é pavor
Tristeza solidão e dor
Mergulhei no negro tempo infinito
Até minha ilusão foi perdida
Jogado no espaço estou
Sem nenhuma esperança de vida

sexta-feira, 31 de julho de 2015

Falha na página




Estive excluindo alguns comentários da página, devido a um erro do blog que duplica e até triplica o envio. Parece estranha a exclusão, mas é um "bug" no site. Com isso não irei apagar mais os duplicados. 

Apolítica

Um ato de violência política não revela apenas um crime de uma ação isolada. Ele expõe a fragilidade de nossas crenças políticas. Depois dos...