Rá rá rá...


Só eu quem acho graça?
Da fome, miséria e desgraça.
Da gasolina, do ônibus, do pão.
E no fim, meu time levantando a taça.


Sim, é engraçado sim:
O pobre dentro do aeroporto;
e daquele mar sem fim
de desempregados como loucos.


E o que dizer do favelado?
Perambulando pelos corredores
em busca da licenciatura ou bacharelado.
Pasmem, coitados, tentando ser doutores.


É para rir, não é?
Daquele que nada tem.
Seja um calçado no pé,
seja a grana para o trem.


Estou aqui rindo com o vizinho.
Do alto da varanda Gourmet.
Apreciando um bom vinho
felizmente, rindo de você.

Não se sintam ofendidos.
Vós sois igualmente fodidos.
Sentem cheiro de merda,
mesmo com nariz entupido.

Uns ganham mais,
outros ganham menos.
Porém ninguém é capaz,
se matam com mesmo veneno.



Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O minúsculo poder

Ou como se filosofa com uma agulha

É assim que tem que ser?