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Novos ciclos e nossas culturas permanentes

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O Brasil é múltiplo mesmo não é? É ímpar! Herança de infinidades culturais. Vejam só um pouco dessa diversidade tendo como referência os dias que se aproximam: o Réveillon, ou seja, o dia 31/12 e o dia 01/01 do outro ano. Réveillon: esta palavra francesa significa “despertar”, “acordar”, ou "nova etapa de vida" que se inicia, ou "um novo dia". Porém, antes, esta palavra se referia às festas que viravam a noite na França há muito tempo. Depois, passou a referir-se às festas de virada de ano, da realeza francesa pelo século 17. Embora a palavra seja francesa, esta grande festa a que ela se remete vem de muito antes do que se imagina. Povos de tempos muito remotos, também realizavam suas celebrações de passagem de ano - e até hoje países mantém suas tradições conforme seus antepassados, pois as comemorações de fim de ano são diversas e bem distintas mundo afora. A título de exemplo, tem-se registro de que há 2000 anos antes de Cristo, na Mesopotâmia, algo referente a u

Como eu vejo a Filosofia

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Ontem estive ouvindo Tchaikovsky – Valse Sentimentale. O YouTube rolou aleatoriamente alguns sons que costumo ouvir: Led zeppelin, Monarco, Queen, Paulinho da Viola, Van Halen, AC/DC, Jazz e musicas Barrocas. Porém, nesta lista de DJ metido a eclético, veio a calhar de tocar este senhor, russo, do século XIX – período romântico -, com esta sentimental obra supracitada. Enquanto ouvia-o, sentia que algo me impressionava: é que sons, para mim, são mais impactantes que imagens. Quase não reajo à imagem. Agora, em contrapartida, os sons já tornam diversos sentimentos em meu interior. Em seguida, já mais tarde, antes de deitar-me, fui ler. Livro filosófico, de cabeceira. Nietzsche. Leitura leve… Tranquila! Luz baixa, silêncio… Daquelas leituras que, ao invés de o corpo liberar hormônios que façam dormir, acabam produzindo adrenalina. Aquela normal vontade correr uma maratona, de ir a nado até Paquetá, só porque leu e conseguiu compreender um parágrafo do dito cujo com a clareza de água mine

Nietzsche e os conceitos de transvaloração dos valores e o além-homem

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Primeiramente, precisa-se saber sobre a transvaloração dos valores. Devemos nos perguntar que valores são esses. Nietzsche se refere aos antigos valores, que são dois. A começar pelo valor que teve início lá em Platão. Para este antigo filósofo grego, existem: - O mundo das ideias, dos padrões ideais, do belo, da perfeição, o mundo da realidade primeira não aqui no mundo que vivemos; - E o mundo dos sentidos, mutável, cópia do real, suscetível ao erro. Um mundo aparente, mundo no qual estamos inseridos. O outro valor criticado por Nietzsche, que ainda está vigente, junto com o mais antigo valor do Platão, é o mundo cristão religioso: - É o valor que prega que existe o céu que acolherá aqueles que seguem a Cristo, um ser transcendente; aí existe a ideia de benevolência; do justo, do belo, do perfeito, enfim, o paraíso cristão; vê-se um mundo ideal, um mundo em que no céu há Deus, como figura absoluta. - Já na terra, as coisas mundanas, a vida mundana, as imperfeições; o mundo terreno, p

O DIA EM UM SEGUNDO

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 Amanheceu, os raios do sol anunciam Os pássaros cantam, filhotes piam… Há um movimento natural nas coisas pela manhã E o pobre silêncio da madrugada anterior é amordaçado Tirânico e real novo dia Eis que ele surge e nos coage ao movimento, a seguir em frente, a viver Porém não é o que pretendo fazer Não preciso obedecê-lo É a escuridão, a madrugada, que me atentam Me deixam com calor, em graus, à beira dos “40” A mim elas se perpetuam Seja em vigília, seja em meus sonhos É uma vontade imensa que a intensa noite jamais termine Não porque ela é linda, acolhedora e maravilhosa (e o é de fato) mas porque eu estou preso a ela, me comprazo e daqui não saio Quando fecho os olhos e venho a dormir a vontade que o Sol percorra logo, em 1 segundo, toda minha cabeça, se esconda atrás da montanha para que de novo anoiteça e retornem o silêncio e a escuridão: duas coisas que me agradam Porque assim eu ganho a ausência do som e perco o que aos olhos estragam É o que mais gosto nas noites e consequen

Jean-Paul Sartre: a liberdade. Somos livres mesmo?

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Vou tentar ser breve no conceito filosófico de Jean-Paul Sartre, francês (1905 – 1980). Filósofo da corrente Existencialista, mas existencialismo ateu. Lembrando que para o filósofo francês, a existência de Deus, ou divindades não é ponto focal para sua filosofia. Sartre fala sobre a Liberdade. Seu pilar filosófico, naturalmente. A liberdade pertence a essência do humano, lhe é intrínseca. Não só somos livres, contudo, estamos condenados a isso. Condenados a sermos livres. Mas não é uma liberdade no senso-comum; não é essa a qual temos ciência, como de costume. Ou seja, fazer tudo o que der na telha quando as oportunidades nos batem à porta. Não é bem isso. Todavia, existem outras definições: liberdade é você não ser servo da sua mente, inclusive da vontade desenfreada de ser livre. Ou melhor, segundo Kant, liberdade é você sobrepor a razão às pulsões, não se tornando refém delas. Entretanto, outro caso, não podemos nos tornar refém da razão em detrimento das pulsões – assim falava Nie

A ESTRANGEIRA

Lembra-te, estrangeira, estavas comigo Eu também era todinho teu Saímos de um rústico abrigo Rumo a luz, para bem longe do breu “Olha o que temos à frente Uma bela e vasta campina Tão verde, de chão tão quente Pronta para deitarmos-na em cima” Eis que você se jogou na grama rasa Deitada com um olhar faceiro Como quem não quisesse nada Convidou-me a ser seu parceiro O campo tinha suas ondulações Ficamos tão bem acomodados A terra, dócil, pegou-nos no colo Porém para manter-nos acordados Não seria justo caírmos no sono Na verdade nem havia como ou porquê Estávamos ávidos demais não tinha como Queríamos muito a uma coisa só fazer Era algo como que programado: Olhávamos nos olhos sem piscar Com isso ficávamos arrepiados nossos rostos começavam a corar Você tocava suavemente meu rosto Minha mão contornava tua cintura Beijavamo-nos sem pressa, com gosto Com todo o cenário: arte, bela pintura Nossos corpos ardiam como magma Ofegantes parecíamos dois tornados Transpirávamos como a uma enxurra

Tudo bem?

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Você pode me ouvir? Eu sei que pode Quem melhor pode me ouvir que eu mesmo? Sei que tem horas que não se escuta nada Deixe a chuva cair O vento soprar Atente-se aqui ao que tenho a falar Vendo nossa flor murchar O que é força, relaxar: O desatino jaz Está acomodado Não nos deixa em paz Se sente coroado Aquele nosso sono pesado Só há parede para amparar: A angústia predadora Nos caça todo dia Das atitudes pecadoras dos corações que ela partia Precisas me ouvir, precisamos conversar Agora que você me ouviu É a tua hora de falar