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Como eu vejo a Filosofia

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Ontem estive ouvindo Tchaikovsky – Valse Sentimentale. O YouTube rolou aleatoriamente alguns sons que costumo ouvir: Led zeppelin, Monarco, Queen, Paulinho da Viola, Van Halen, AC/DC, Jazz e musicas Barrocas. Porém, nesta lista de DJ metido a eclético, veio a calhar de tocar este senhor, russo, do século XIX – período romântico -, com esta sentimental obra supracitada. Enquanto ouvia-o, sentia que algo me impressionava: é que sons, para mim, são mais impactantes que imagens. Quase não reajo à imagem. Agora, em contrapartida, os sons já tornam diversos sentimentos em meu interior. Em seguida, já mais tarde, antes de deitar-me, fui ler. Livro filosófico, de cabeceira. Nietzsche. Leitura leve… Tranquila! Luz baixa, silêncio… Daquelas leituras que, ao invés de o corpo liberar hormônios que façam dormir, acabam produzindo adrenalina. Aquela normal vontade correr uma maratona, de ir a nado até Paquetá, só porque leu e conseguiu compreender um parágrafo do dito cujo com a clareza de água mine

Nietzsche e os conceitos de transvaloração dos valores e o além-homem

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Primeiramente, precisa-se saber sobre a transvaloração dos valores. Devemos nos perguntar que valores são esses. Nietzsche se refere aos antigos valores, que são dois. A começar pelo valor que teve início lá em Platão. Para este antigo filósofo grego, existem: - O mundo das ideias, dos padrões ideais, do belo, da perfeição, o mundo da realidade primeira não aqui no mundo que vivemos; - E o mundo dos sentidos, mutável, cópia do real, suscetível ao erro. Um mundo aparente, mundo no qual estamos inseridos. O outro valor criticado por Nietzsche, que ainda está vigente, junto com o mais antigo valor do Platão, é o mundo cristão religioso: - É o valor que prega que existe o céu que acolherá aqueles que seguem a Cristo, um ser transcendente; aí existe a ideia de benevolência; do justo, do belo, do perfeito, enfim, o paraíso cristão; vê-se um mundo ideal, um mundo em que no céu há Deus, como figura absoluta. - Já na terra, as coisas mundanas, a vida mundana, as imperfeições; o mundo terreno, p

O DIA EM UM SEGUNDO

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 Amanheceu, os raios do sol anunciam Os pássaros cantam, filhotes piam… Há um movimento natural nas coisas pela manhã E o pobre silêncio da madrugada anterior é amordaçado Tirânico e real novo dia Eis que ele surge e nos coage ao movimento, a seguir em frente, a viver Porém não é o que pretendo fazer Não preciso obedecê-lo É a escuridão, a madrugada, que me atentam Me deixam com calor, em graus, à beira dos “40” A mim elas se perpetuam Seja em vigília, seja em meus sonhos É uma vontade imensa que a intensa noite jamais termine Não porque ela é linda, acolhedora e maravilhosa (e o é de fato) mas porque eu estou preso a ela, me comprazo e daqui não saio Quando fecho os olhos e venho a dormir a vontade que o Sol percorra logo, em 1 segundo, toda minha cabeça, se esconda atrás da montanha para que de novo anoiteça e retornem o silêncio e a escuridão: duas coisas que me agradam Porque assim eu ganho a ausência do som e perco o que aos olhos estragam É o que mais gosto nas noites e consequen

Jean-Paul Sartre: a liberdade. Somos livres mesmo?

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Vou tentar ser breve no conceito filosófico de Jean-Paul Sartre, francês (1905 – 1980). Filósofo da corrente Existencialista, mas existencialismo ateu. Lembrando que para o filósofo francês, a existência de Deus, ou divindades não é ponto focal para sua filosofia. Sartre fala sobre a Liberdade. Seu pilar filosófico, naturalmente. A liberdade pertence a essência do humano, lhe é intrínseca. Não só somos livres, contudo, estamos condenados a isso. Condenados a sermos livres. Mas não é uma liberdade no senso-comum; não é essa a qual temos ciência, como de costume. Ou seja, fazer tudo o que der na telha quando as oportunidades nos batem à porta. Não é bem isso. Todavia, existem outras definições: liberdade é você não ser servo da sua mente, inclusive da vontade desenfreada de ser livre. Ou melhor, segundo Kant, liberdade é você sobrepor a razão às pulsões, não se tornando refém delas. Entretanto, outro caso, não podemos nos tornar refém da razão em detrimento das pulsões – assim falava Nie

A ESTRANGEIRA

Lembra-te, estrangeira, estavas comigo Eu também era todinho teu Saímos de um rústico abrigo Rumo a luz, para bem longe do breu “Olha o que temos à frente Uma bela e vasta campina Tão verde, de chão tão quente Pronta para deitarmos-na em cima” Eis que você se jogou na grama rasa Deitada com um olhar faceiro Como quem não quisesse nada Convidou-me a ser seu parceiro O campo tinha suas ondulações Ficamos tão bem acomodados A terra, dócil, pegou-nos no colo Porém para manter-nos acordados Não seria justo caírmos no sono Na verdade nem havia como ou porquê Estávamos ávidos demais não tinha como Queríamos muito a uma coisa só fazer Era algo como que programado: Olhávamos nos olhos sem piscar Com isso ficávamos arrepiados nossos rostos começavam a corar Você tocava suavemente meu rosto Minha mão contornava tua cintura Beijavamo-nos sem pressa, com gosto Com todo o cenário: arte, bela pintura Nossos corpos ardiam como magma Ofegantes parecíamos dois tornados Transpirávamos como a uma enxurra

Tudo bem?

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Você pode me ouvir? Eu sei que pode Quem melhor pode me ouvir que eu mesmo? Sei que tem horas que não se escuta nada Deixe a chuva cair O vento soprar Atente-se aqui ao que tenho a falar Vendo nossa flor murchar O que é força, relaxar: O desatino jaz Está acomodado Não nos deixa em paz Se sente coroado Aquele nosso sono pesado Só há parede para amparar: A angústia predadora Nos caça todo dia Das atitudes pecadoras dos corações que ela partia Precisas me ouvir, precisamos conversar Agora que você me ouviu É a tua hora de falar

Cadê você?

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  Byung-Chul Han: “O celular é um instrumento de dominação. Age como um rosário” “Filósofo sul-coreano, uma das estrelas do pensamento atual, se aprofunda em sua cruzada contra os ‘smartphones’. Acredita que se transformaram em uma ferramenta de subjugação digital que cria viciados. Em uma entrevista exclusiva ao EL PAÍS, Han afirma que é preciso domar o capitalismo, humanizá-lo”. *** Já dizia David Hume, filósofo escocês do século 18: “O homem é um ser racional e, como tal, recebe da ciência seu adequado alimento e nutrição”. Porque o homem é, além de racional, ativo; afetivo, sociável. E Hume diz mais, “‘Satisfaz tua paixão pela ciência’, diz ela, ‘mas cuida para que essa seja uma ciência humana, com direta relevância para a prática e a vida social’”. As citações estão em sua obra, Investigação sobre o Entendimento Humano. UNESP. 2004. O contexto se refere às diversas ciências que estavam brotando no seu tempo, umas bem claras e objetivas – com o advento do iluminismo -, outras obscu