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Amor e anarquia 2

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  – Foi daí quando decidi que não ia acabar como você. Desde então toda minha vida tem girado em torno disso. Cada passo, cada pensamento, tudo o que eu faço é para você… – Eu sei disso, eu entendi. Eu sei disso… – Você desapareceu nos seus próprios pensamentos e em fantasias em vez de ficar comigo. Você achou mais importante ficar preocupado com a situação política do mundo do que ficar comigo. Como pode fazer isso? – Eu queria me rebelar, eu acho. Mas sabendo que podia fazer isso, fiquei preso em algum lugar no meio de tudo isso. – Eu nunca vou ser como você… – É… Eu também torço por isso. Eu ficaria muito chateado se você fosse como eu. Um diálogo da série “Amor e Anarquia”. Netflix. Nele, tal pai, tal filha, dialogam: suas rebeldias são da mesma estrada, porém de “mãos” opostas. Além do mais, mais uma lição, atentem-se: O que muito promete libertar, aprisiona. O que oferta muito progresso, limita ou regride. Vejam, geralmente os lados extremos das ideologias políticas partidárias s

A MORTE DO AMIGO FALSO DO SABER

 OLAVO DE CARVALHO MORREU! TRISTE… ESSA HORA CHEGA, NÃO É? NÃO HÁ COMO FUGIR. NEM DELA, MUITO MENOS DO ASSUNTO. DIZEM, ALGUNS FILÓSOFOS, A MORTE SER A MUSA DA FILOSOFIA. A MORTE DE OLAVO DE CARVALHO DEVE SER A MOCREIA, A ÂNSIA DE VÔMITO DE HADES. E QUE ESSE FATÍDICO MOMENTO CHEGUE, TAMBÉM, O QUANTO ANTES, A TODOS OS SEUS EX-ALUNOS E PROFESSORES FEITOS EM SUA ESCOLA; QUE MORRA A IGNORÂNCIA, A MÁ FÉ, O NEGACIONISMO, A ANTILOGIA E O MAU CARATISMO… POIS BEM, O BRASIL PERDE SEU MAIOR FILÓSOFO, MAS GANHA NOVOS ARES. NOVAS ESPERANÇAS. EM SE COMPARANDO À GRÉCIA CLÁSSICA, A MORTE DE OLAVO SERIA COMO SÓCRATES TOMANDO CICUTA SÓ QUE ÀS AVESSAS: UM MORREU E DEIXOU-NOS OS MELHORES E MAIORES ENSINAMENTOS. JÁ O OUTRO… MORREU! AGORA… QUANTO A VOCÊ, QUE AQUI ESTÁ, QUE RESISTE, PERSISTE, EIS UMA NOVA LIÇÃO: O MÍNIMO QUE VOCÊ PRECISA SABER PARA NÃO SER UM IDIOTA É NÃO SER VIÚVO(A) DE UM

Trechos e contextos

O que está em jogo na questão das identidades? […] uma situação concreta e do que está “em jogo” nessas contestadas definições de identidade e mudança, vamos tomar um exemplo que ilustra as consequências políticas da fragmentação ou “pluralização” de identidades. Em 1991, o então presidente americano, Bush, ansioso por restaurar uma maioria conservadora na Suprema Corte americana, encaminhou a indicação de Clarence Thomas, um juíz negro de visões políticas conservadoras. No julgamento de Bush, os eleitores brancos (que podiam ter preconceitos em relação a um juiz negro) provavelmente apoiaram Thomas porque ele era conservador em termos de legislação de igualdade de direitos, e os eleitores negros (que apoiam políticas liberais e questão de raça) apoiariam Thomas porque ele era negro. Em síntese, o presidente estava “jogando o jogo das identidades”. Durante as “audiências” em torno da indicação, no Senado, o juiz Thomas foi acusado de assédio sexual por uma mulher negra, Anita Hill, uma

33 anos depois – um número bem simbólico – Exu é vingado! Parabéns à G.R.E.S Acadêmicos do Grande Rio

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  Em 1989 – data marcante em comemoração dos 100 anos da República no Brasil -, a G.R.E.S Beija-Flor de Nilópolis fez um desfile revolucionário. Este desfile histórico, com o enredo “Ratos e urubus, larguem minha fantasia!”, falava sobre o lixo, críticas sociais, favelas, moradores de rua e tinha como seu principal – vamos dizer – protetor, Lebara, ligado a Exu. Por uma infelicidade, os jurados justificaram “palavras de outras línguas” e “incompreensibilidade” na letra do samba e tiraram nota da escola dizendo não haver contexto. A Beija-Flor amargurou o segundo lugar. Uma pena… Bastava saber que Candomblé lidava com isso e quem era Lebara e o seu significado (em yorubá). Ou seja, o refrão “Leba larô ô ô ô ô / Ébo lebará laiá laiá ô”, tirou o título da Escola naquele ano. Em contrapartida, a campeã, G.R.E.S. Imperatriz Leopoldinense trazia o “luxo e a nobreza” do Império e a passagem para a República; a abolição da escravidão sob a lei assinada pela princesa Isabel e uma nova vida de l

Trechos e contextos - Sujeitos.

Dentre três concepções de sujeito, há duas interessantes. A primeira, pode-se dizer do "sujeito cartesiano" - o advento do indivíduo no "centro do Universo". Grande parte da história da Filosofia Ocidental levou essa concepção de sujeito, que consiste em reflexões sobre seus poderes e capacidades depois de uma espécie de deslocamento de Deus do centro do Universo e de toda uma Filosofia, até então, pautada Nele. Sobre isso, partindo do sujeito que pensa e age por si, até a uma concepção de Deus, Descartes elaborou duas substâncias distintas. Pode-se dizer que são “matéria” e “mente”. Sobre a mente - adiantando muito o assunto -, o filósofo francês pôs o sujeito individual no centro das tomadas de decisões e capacidade para produzir, constituído por sua capacidade para raciocinar e pensar - o famoso "(eu) penso, logo existo". Desde então, esse vinha sendo o sujeito racional, pensante e consciente no centro do conhecimento. (HALL, Stuart. A identidade cultur

Soneto onde o vento parou na curva

Aos meus olhos ela se põe Como uma santa ao devoto Delicadeza que nela eu noto Além do mais que ela expõe Deveras pura é sua tez Me atenho à forma sinuosa Bela, porém, curva perigosa Acidento-me em minha timidez Gosto quando encara sem pudor Não és lá uma santa eu sei Contudo tem tamanho valor Em seu ardente olhar esbarrei Tudo em meu corpo é só calor Confesso, amor, logo me apaixonei

O Mal

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O Filme ”O Ritual” (2011) trata do percurso de um seminarista cético e decidido a abandonar sua vida como religioso na igreja católica. Durante este processo, seu superior o orienta a passar um período no Vaticano para estudar rituais de exorcismo - talvez com intuito de o jovem noviço reforçar sua crença. Nesse ínterim suas dúvidas e questionamentos só aumentam, porque é nítido o ceticismo ante a teologia, sobre a questão do bem e do mal e, enfim, a descrença em Deus, quando nada de novo acontece nestes dias. Eis que surgem alguns acontecimentos, que é a grande virada no filme, que faz o jovem seminarista ganhar uma forte crença por conta de um caso intrigante de exorcismo: não uma crença em Deus e Seus milagres - primeiramente -, mas no mal e suas artimanhas. Então, surge uma questão lógica: primeiramente, seu ceticismo o deixava no mesmo lugar: não tinha fé no mal, nem em Deus; ademais, sua descrença em Deus não era condição para crer que o diabo existisse. Todavia, uma vez que ele