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Onde estamos?

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Enfim, ao inferno cheguei Tudo aqui me é familiar logo percebi e estando cá Não muito me abismei: Do famoso lugar de onde vim Igualmente aqui tudo é afim Eis o inferno, portanto Onde se há discursos fraternos amigos sinceros, mas muitos prantos É um explorando o outro Esteja de trapo, uniforme ou de terno A maldade está nos quatro cantos Visando apenas o próprio bem o acúmulo de riquezas é a meta Não é daqui que as facções vêm nem os profetas, nem os poetas Ou qualquer sociedade secreta Pois as coisas aqui são abertas Tudo às claras, transparentes, brancas De “boa intenção” têm tantas Ludibria-se a quem aqui manda Todos roubam, são corruptos Aliciam, desvirtuam, são sujos Por qualquer coisa matam Há também aqueles “isentões” Pregam a paz, geram revoltas Mas tudo por alguns milhões Sejam de "likes", grana, "visualizações" Estes motivam findar o sistema Até que seria muito legal Imagine! Ao inferno dar um fim? Só que não, não será assim Outros o assumirão de f

Uma conversa com David Holme

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Edimburgo, Escócia. Reino da Grã-Bretanha, 1744. Passava seu tempo um senhor, sentado em um grande banco de madeira, elegantemente, apreciando um vasto campo perfeitamente ornamentado com algumas flores que destoavam no cenário verde e frondosas árvores ao fundo. Além de toda essa ordem, beleza e sincronia da natureza, havia, de um jovem, a destreza e que, afoitamente, passava resmungando em língua gaélica, algo um tanto preocupante - contrastando a natureza do belo lugar -, e que ganhou atenção do nobre senhor. E ele puxou assunto: Olá - disse o senhor. Oi - respondeu o jovem embaraçado. O que lhe aflige? Podemos conversar? O jovem se sentou. Se jogou, melhor dizendo. Batendo suas pesadas costas no encosto de madeira maciça que servia de banco para os dignitários do castelo local. Dizia ele, como que dando sequência ao seu pensamento: Temo minha mulher estar grávida. Mas não é a gravidez nem muito menos nosso futuro filho. Quanto a mim, prestes

Conheça-te

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Um jovem guerreiro estava muito mal Ele não sabia a fonte do seu problema Coisas turvas como um lamaçal Correu à janela do castelo com um tema A vista era de uma lua quarto crescente , linda Iluminando parcialmente tudo à sua volta Ofuscada por tenra nuvem e resistente Majestosa, imóvel, imóvel eternamente Como se disponível para seus lamentos À Lua, não adiantou resmungar Então, o jovem, pôs-se a, com um grilo, uma conversa tentar Mas antes, a si mesmo questionou: "A certeza é uma condição para o conhecimento?" O grilo achando que a pergunta lhe era direcionada, respondeu: "Há muito existiu um homem Ele tinha certeza de ao menos uma coisa…" Curioso, o cavaleiro, ao grilo retorquiu: "quem seria esta pessoa?" Ignorando sua pergunta continuou o inseto: "a lua nos ilumina, correto? Porém, ela não tem certeza disso E a luz que de si emana, não é sua Esta lhe é emprestada Uma realeza sem luz própri

A fúria dos Titãs

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Do alto da montanha presencio Tempestade ao norte e ao sul Sua eletricidade me causa arrepio Nuvens densas sob o céu azul Estas, açoitadas por dois Titãs com chicotes de prata em chamas Iluminam-se, deveras espantadas Caóticas contendas luzentes que o céu cruzam subitamente Incomensuráveis estouros ecoam Violentos, à barreira do som transcendem Gotas de suor respingam do céu São milhões delas cintilantes O monte fica qual uma noiva sob véu Devido aos esforços dos gigantes Talvez sejam doces lágrimas Pois em suas histórias de mil páginas Deuses guerreiam por aqueles que oram e no lugar dos mortais, Eles choram Assim a Terra treme e todo meu corpo É uma força muito impressionante Eu, mero mortal, sentir a fúria dos gigantes

Onde fica o cemitério?

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Rock and Roll, músicas obscuras, sinistras, gênero musical peculiar. Death Metal, Black Metal, Grind Core, Gothic Metal e etc… Uma bela adolescente, rotulada como "roqueira gótica", inteligente, intelectual; com ar rebelde, mas bem caprichosa; boa vivant, uma mulher independente... Esta jovem moça curtia - além das músicas citadas - livros de grandes escritores existencialistas, os de terror também e filmes do gênero. Além do mais, era costumeiro passar a noite em cemitérios com amigos roqueiros em alguns fins de semana. Ela não possuía medo algum enquanto no cemitério ou medo de o que poderia surgir como sobrenatural, sombrio e etc. Afinal seu hobby era lidar com esses assuntos, seja na música, no cinema ou literatura. Tornou-se hábito.  Então, passaram-se alguns anos. Eis, numa dessas belas noites no cemitério ela avistou algo disforme, de aparência horrenda no pé do cruzeiro das almas. O ser não refletia luz alguma, muito menos dotado sua própria (natural e

Trovoada sem estrondo

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É no silêncio que minha voz entoa Retumbantemente afora ecoa Advindas da mais pura fonte Pensamentos, não mais que lamentos tormentos, quaisquer ócios do dia Traduzem-se em música, poesia Fatos de outrora, enevoados rompem ansiosamente tais barreiras Voando como venenosos dardos abrem-me à fronte uma clareira Momentos dolorosos, tristes que no inconsciente dormem mas despertam em minha vigília Advertindo-me à noção do ser humano E por ser humano, a dor compartilho Dói, contudo… O que seria da alegria não fosse a dor? Do perfume sem a flor? Ou da noite sem o dia? Nada é tão desesperador Vivem: o infeliz, o injusto e o sádico  Todos em perfeita harmonia

Então...

Quando eu me sinto assim Vontade me dá de ficar bem: As vezes para longe ir Ou não falar com ninguém Ir tão longe onde finda o infinito Ficar mudo como um retórico Ser aquele feio mais bonito E o lendário ser sem histórico Quando assim me sinto  Nada é menor que meu recinto A pressão é deveras aviltante Aos sentidos excita os cinco Tudo se repete nesta vida Como um fugaz retorno, enfim É bom é ruim desde a partida É ruim é bom até seu fim