Hoje eu menti
À uma escultura, não me declarei. Não fui capaz de dizer, eu sei, o quanto ela é bonita, estática! Espirituosa, maravilhosa, estética. Devido a essa incapacidade eu menti. A mim mesmo, enganei. Disse então em tom de ilusão: Não me declarei por um motivo; um motivo fútil, bobo, sem noção. Tramei uma escultura bruta; indigna de qualquer exposição. E passei a acreditar nesta burla. Que pecado! A loucura mora ao lado (ou dentro). Não, melhor dizendo: A loucura sou eu! Me ludibriar, e achar salutar... A que ponto cheguei? Por que fingir? Por que mentir? Declarar-se é saudável, é viver! Neste mundo espúrio, revolucionário é ser autêntico. Porém hoje, só hoje, eu menti. Há veracidade em minha confissão, pelo menos. Mas a confusão, tenho em mente. Amanhã mentirei novamente? Serei sincero? Não há uma resposta lúcida agora, mas não mentir, espero.