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O pobre livro do saber

Hoje a capa de um livro se apresenta mais interessante Seu verdadeiro conteúdo jaz, esquecido na estante Não há mais inspiradores versos Perderam-se seus valores Valores esses que estão inversos em páginas frias, ausentes de cores Não é saudosismo E nem um desgosto com presente Também não se anseia o iluminismo Quiçá o absolutismo novamente Expressar-se é o ponto chave Contudo isolado da razão Instintos traduzem a novidade Pai de uma melhor opinião Pensar penoso é Interpretar é desumano Quem pensa ganha a fé Quem tem fé vive reclamando A filosofia morreu! Questionamentos mais, não há Tem-se um livro aberto ao breu Sem páginas para folhear

A reviravolta do agora

O tempo urge... Quereis ainda ser os conformados? Os indivíduos controlados? É tempo de revolta! De se virar a mesa Da ida sem volta Transmutar valores Tornar o padrão em caos É hora de pecar, senhoras e senhores! Não deveis agradar a ninguém Quiçá prestar contas, penhores Nem na hora da vossa morte, amém Se lhes devem? Não os pagueis Se lhes tomarem? Os roubareis Não deem ouvidos aos seus ideais Vos acusam de viverem às escuras Mas não sabem, pobres mortais Vivem cegos sob a luz da usura À tinta no papel, monogamia Na distração da lei, é orgia Viveis! Do jeito que quereis vós Não rendeis homenagens aos céus Não te apegais a uma santa muleta Desfaçais dos apertados nós! A vida é aqui, agora A Terra é onde pisais Deixais Deus de fora Pois serdes ainda animais Deus é infinito Imortal Sem fim, nem início Atemporal O que conheceis além de vosso tempo? O que sabeis da eternidade? Nada disso vos cabe Estais com

Um, descomplicado, mundo

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GONZALES, Rolan. Mundo Surreal 2008. Vamos criar um mundo? Ou melhor, um planeta? O que podemos instituir em um segundo? Quantas cores usaremos na paleta? O ar, o fogo, o mar Terra, água… Não importa a ordem O que primeiro criar? Não importa o sentido Basta apenas sonhar Como a primeira vez de um arco-íris da inédita palavra dita do inesquecível primeiro beijo... Deixe este mundo eclodir Deixe o que há de mais belo brilhar Sinta o doce aroma no ar Seguremos as mãos da natureza Assim eliminando toda a tristeza Explícito é o anseio do novo mundo brotar Ouça o silêncio; sinta a fragrância Aprecie as cores, o verde em abundância O cinza, o preto, o branco também. À ausência de som, adicionaremos tons Maiores, menores; sustenidos, bemóis Intervalos consonantes, dissonantes Alguns lentos como raios, outros rápidos como caracóis A gravidade não será necessária Nosso planeta será somente um adereço Iremos voar junto ao mar Caminhando, às nuvens tocar Moldá-las, desenhá-las como quiser

Levado para bem longe

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Caminhando pela grama empoçada após a chuva Ao longe se ouve trovoadas É fim de tarde e o céu está quase escuro No horizonte o sol se põe lentamente Ele pinta uma faixa do céu na cor rosa-alaranjado É uma linda imagem Até a cor azul bem escura, vem o céu degradando Os raios iluminam um destino a trilhar São só calmarias, não tocam o solo Não estouram, não fazem assustar A estrada não tem fim A tempestade se movimenta Dos passos certos e rumo definido O sonho acabou de nascer Novos ares exalando jasmim Um belo jardim que há de florescer se afasta, ao longe se vai Não olha para trás, não se lamenta Somente o que fica é o coração latente De um ser simples, daquele que chora Que se emociona e vive esmeradamente Prefere contemplar à natureza a viver da riqueza Não julga, não dá motivos É o mais completo indivíduo Não sente dor ou incerteza A estrada se estende A noite cai A pessoa andarilha vai… A pé, seguindo a tempestade de out

Resenha: O Idiota

O ocidente e o oriente se mantém tão distante, que, parece que esse “outro lado” é um outro mundo. Não só a distância quilométrica os separam, mas também a filosofia, religião, a cultura em si, e etc. A Rússia é um país que atinge esses “dois polos”: Ásia e a Europa. O ocidente e o oriente mesclados. Sua cidade mais populosa é Moscou. No mais, ao extremo oriente, a cultura já muda bastante, – a sibéria, a fronteira com Cazaquistão, a Mongólia e a China, são exemplos. Para os ocidentais, lá, tudo parece remoto, inóspito, frio, cinza, monótono. Mas não… Pelo menos, os autores russos, deixam qualquer leitor com as mãos suando e o coração quente. E um deles é, um dos mais importantes, senão o maior escritor e romancista de todos os tempos, Fiódor Dostoiévski (1821 – 1881). Racionalismo, niilismo, miséria, violência, transtornos mentais, humilhação, sadismo, livre arbítrio e suicídio, são temas quais os personagens deste autor enfrentam em seus livros. Existencialismo e, sempre tr

A orquestra do Maestro Silêncio

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Um casebre em um paraíso. Mais ninguém. Nenhum bípede. Exceto eu e uma abelha. Ah, havia o Sol. Era o que mais se contava de "tecnológico", irradiando intensamente sua luz, e junto com um gerador de energia elétrica, para as frias noites. Um lugar isolado. Não só verde e azul, havia também o branco diante dos meus olhos. E tudo muito gelado. Mata, árvores, um céu infinito e um lago... Neve ao longe no topo das montanhas, que enormes, imponentes, se erguiam a frente. Algumas nuvens cobriam suas pontas, mas tão gigantescas, tão volumosas, que deveria se inventar um novo nome para aquele tipo de branco, tão puro, uma nova cor.  A Patagônia chilena é realmente incrível, é mágica, surreal! Tudo lá é de tal maneira, porque não há as mãos dos homens, não há nem sequer algo que o ser humano tenha pensado ali e criado. Mesmo que existisse tal quimera, não há nada no lindo lugar com a força ou o pensamento humano. Nada que o homem tenha feito naquela paisagem, naquela naturez

Um dia, um fantasma

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(Ilustração do filme "Os Caça-Fantasmas III" para servir de contrapeso) Um dia qualquer eu peguei no sono Sono profundo De repente me abre uma imagem:  Eu me olhando, me encarando no espelho do banheiro Seria um sonho?  Que medonho!  Seria sim um pesadelo… Fiquei poucos segundo me olhando  Então uma transformação foi começando Tão depressa que de pronto me assustou Eu passei de um belo rosto jovem a um rosto velho Assustador demais! Cadavérico...  Rugas, tão profundas, iam talhando-me  Meu rosto, nova expressão foi tomando Em apavoro, eu fugi da frente do espelho E me afastando, a partir dali, começou algo a fazer sentido Eu não pisava o chão, não caminhava,  Ou, pelo desespero no momento, eu deveria estar correndo, mas não…  Levemente eu me deslocava Tão sutil que como se eu não me saísse do lugar Mas a tudo eu podia alcançar Olhei onde deveriam estar minhas mãos  Não conseguia vê-las  Meus pés… Nada, somente o chão  Só via o que de material e