Diálogo com a chuva
Numa bela noite eu rogo uma companhia. Eu estou só e quero conversar. Eis que a chuva me dá o ar da graça. Eu sinto que ela quer se comunicar. Primeiro ela chega e toca a terra de mansinho. Vem graciosa, sem alterar o tom de sua voz. No meu ouvido sussurra baixinho, Feéricas frases, formosas como rosas e girassóis. A chuva, alegre, arruma um meio melhor de se comunicar. Ela usa as folhas de uma linda amendoeira. Que, verde, leve e vivas nas alturas, Deixa cada gota cristalina se chocar. A cada pingo surge uma palavra. Ora fica aquele silêncio, ora vem uma enxurrada. Às vezes as gotas sincronizam-se. Mas de uma tal forma que... Parece uma linda sinfonia, Entoando a mais perfeita melodia, Que meu pobre coração já sentiu. Eu as ouço e compreendo-as perfeitamente. (Com a amendoeira intermediando a conversa). A chuva diz: "Calma, menino! Não tenha pressa. Estou aqui, pois gosto de ti". Quero responder, mas não consi