terça-feira, 12 de abril de 2016

O samba do poeta

É como matar a sede
Água pura cristalina da fonte
Ela não é a "lady"
E sim a lua-cheia despontando no horizonte

É aquela que me ilumina
Mesmo nas noites escuras
O sorriso que fascina
Dotada de beleza e ternura

Linda fica quando curiosa
Mesmo quando está brava
Sua voz em meus ouvidos é maravilhosa
A Dona dos rios, das doces águas

Tenra, de fácil riso
É para mim uma guerreira
Teus passos são precisos
Inabalável com a uma figueira

Na passarela ela é rainha
Do início ao fim distribuindo emoção
A sua Escola um samba por ti faria
Exaltando-a mais até que o próprio pavilhão

É a mais linda da terra da garoa
Do Rio, do Brasil, do Universo
Não caberia poemas de Fernando Pessoa
Nem qualquer escritor com seus versos

A mais doce criação
Deus a tratou com muito carinho
Pôs-na diretamente eu meu coração
Esse pobre rapaz desalinho

segunda-feira, 11 de abril de 2016

Quem é você? Já parou para pensar?

Anos se passaram e eu não sei quem sou.
Pois quando me encontro, já mudei de novo.
Nessa busca constante a paz uma vez reinou, 
E os tiranos uma vez temeram o povo.

Sinceramente... Ô mundo chato!
Tudo o que realmente queremos nos fere.
O desejo proibido não é sensato.
Caímos em tentação, logo sentimos na pele.

Mil EU se revezam bem ligeiro.
Neste momento estou sendo o EU 999.
Pobre EU! Sabe que há anseio outra vez pelo primeiro.
Este alegremente desejando que tudo se renove.

Deixo as pessoas confusas, coitadas.
Mas é tudo bem normal e justo.
É que eu vivo o agora e também vidas passadas.
E quando se dão conta, levam um susto.

Nessa briga de ingênua dualidade,
Nem tudo de mim sai perdendo, ou ganhando.
Nem a infame mentira, ou a pura verdade.
Será que perco com a sinceridade e ganho enganando?

Não devo me assustar com isso.
Preciso respeitar, saber de fato.
A ruindade jogar no lixo,
A bondade emoldurá-la num quadro.

A dualidade se torna uma coisa só:
É como um resultado de uma soma.
Pode ser também dois cadarços num nó.
Ou uma pobre alma num corpo em coma.

Ao pó posso dividir minha vida, minha matéria.
Mas ainda assim meu espírito é só um.
Não sou dois, nem três ou qualquer quimera.
Sou um ser pensante, livre e comum.

Será que me reencontrei?
Consegui me identificar? Feliz assim viverei? Ou terei mais uma vez de mudar?

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Diálogo com a chuva


Numa bela noite eu rogo uma companhia.
Eu estou só e quero conversar.
Eis que a chuva me dá o ar da graça.
Eu sinto que ela quer se comunicar.

Primeiro ela chega e toca a terra de mansinho.
Vem graciosa, sem alterar o tom de sua voz.
No meu ouvido sussurra baixinho,
Feéricas frases, formosas como rosas e girassóis.

A chuva, alegre, arruma um meio melhor de se comunicar.
Ela usa as folhas de uma linda amendoeira.
Que, verde, leve e vivas nas alturas,
Deixa cada gota cristalina se chocar.

A cada pingo surge uma palavra.
Ora fica aquele silêncio, ora vem uma enxurrada.

Às vezes as gotas sincronizam-se.
Mas de uma tal forma que...
Parece uma linda sinfonia,
Entoando a mais perfeita melodia,
Que meu pobre coração já sentiu.

Eu as ouço e compreendo-as perfeitamente.
(Com a amendoeira intermediando a conversa).
A chuva diz: "Calma, menino! Não tenha pressa.
Estou aqui, pois gosto de ti".

Quero responder, mas não consigo.
Tenho medo de ela não me entender,
Ou meu vocabulário ser mal traduzido.
Eis, uma noite de chuva que nunca vou esquecer.

Infelizmente, silêncio total: ela se foi.
A saudade já aperta, de fome farei greve.
Sorrateira, chegou se dizer 'oi',
Arisca, partiu sem dizer 'até breve'.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

A estrela


Olho para o céu, estrelas cintilam.
É uma linda noite...
A Lua se esconde, mas por onde eu olho,
Vejo brilhar, no infinito, o teu fascinante olhar.

Sinto vontade de percorrer esse firmamento.
Contar as estrelas de perto,
Com você descobrir novas moradas,
E encantar todo o universo.

Para mim, essa noite não terá fim.
O tempo irá parar, mas nada irá morrer.
Não interessa o medo que sentiremos.
Não importa o quão escuro será.
Eternamente nós dois viveremos.
Sem espaço-tempo ou um evento qualquer.
Levando Einstein e Newton ao erro.

Nós dois, apenas eu e você.
Temos tudo, os astros, estrelas, o cosmo.

Para mim nada importa,
Nem o que diz o mapa astral.
Sou aquele que abre e fecha as portas.
Afinal, agora eu sou o zelador do espaço sideral.

Na verdade, tudo isso é lindo.
Mágico, surreal!
Não é um sonho ou alucinação.
E acontece toda vez que eu olho para você.

Mas todo esse universo, não basta sem ti.
Não me importa um monte de planetas.
Galáxias, sistemas solares...

Você é a única!
Com teu brilho 
apenas, me contento.
Quero teu sorriso e teu colo.
Como é perfeito o teu acalento.

Tu és o ar que eu preciso.
A água que mata a minha sede.
O calor que me consome.
O doce beijo de uma debutante.

Tu és tudo!
És mais que o brilho das estrelas.
A felicidade completa,
A que me conquista de todas as maneiras.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Mãe cujos filhos são como peixes


Mãe, grande Mãe,
Acima do bem e do mal.
Rainha do mar.
Ingênua, serena e calma.
Mas, quando se enfurece,
Suas ondas vêm da alma.
A Terra toda estremece.
Um espetáculo ímpar
são seus cabelos,
longos e esplendorosos. 
Crescem sem parar.
Vaidade, sedução e encanto:
Sereia que, a noite, em alto mar,
Entoa os mais belos cantos
Aos pescadores atrai-lhes a atenção.
Leva-os ao fascínio e perdição.
Em bela noite escura, 
Negra como África
O luar, como escultura,
Na mais completa solidão,
Num lindo gesto materno,
Ela os acolhe em seu seio.
Dando lhes carinho e atenção.
É o ser mais belo que Deus tem em sua criação.
Dia dois de Fevereiro, dia de Iemanjá!
Dia dos filhos, em devoção e fé,
Lançarem flores no mar.
Num rito sagrado, da Umbanda e Candomblé,
Todos remando na mesma maré,
Clamam a proteção, para o mal os afastar,
Salve Odoyá!



quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

O novo ciclo


Agora um novo Sol há de brilhar.
É a vez da paz, da esperança.
E também teremos ótimas noites de luar.
Voltaremos a sorrir como criança.

Logo uma bela noite há de cair,
O medo não irá nos atormentar.
De pesadelos iremos falir,
Pois temos nossas vidas para amar.

Sonhar é manter viva a esperança,
E com esperança, força teremos.
Da força faremos uma alavanca,
Perante o mal sempre vencermos.

Olhe para o céu, aprecie sua cor.
Com as suas nuvens, encante-se.
Liberte-se de qualquer dor.
Erga-se, levante-se.

Há um caminho reto a seguir,
Belo, florido e arborizado.
A vida é bela deixe a ternura fluir,
Como num mundo lindo e encantado.


segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Para todo o sempre...


Não grite, sussurre.
Não xingue, elogie.
Não ofenda, cante.
Não destrua, aprecie.

Excesso de fúria, raiva, tudo de ruim...
Com esse descontrole teremos um péssimo fim.

É uma luta contra um inimigo invisível.
É remar contra uma tormenta invencível.

Perda de tempo, de amor e de sentimentos.
Toda a paz é jogada fora, junto a excrementos.

Não tem mais volta, tudo aquilo que é dito e feito.
Mas temos oportunidade de reparar os defeitos.

Vamos nos banhar de amor, limpar nossa aura.
Vamos aprender hoje, para amanhã darmos aula.

É salutar, este nobre sentimento.
É a melhor sensação para nossa vida mundana.
Não dói, nem sangra, vale cada momento.
É tão sublime quanto alcançar ao nirvana.

Sejamos fortes,
Porém pacíficos.
Evitemos o combate,
E assim a prematura morte.

Estendamos as mãos, mas para um abraço.
Deixemos de brigar por espaços.

Falaremos coisas sobre o amor e paz.
E assim, felizes, viveremos muito mais.

ATUALIZAÇÃO BETA v.5.7.0: AGORA MEUS ELETRODOMÉSTICOS SÃO PÓS-ESTRUTURALISTAS

Dizem, os pós-estruturalistas , que a linguagem constrói a realidade. Isso é ótimo, exceto nos dias em que eu preferiria que minha realidade...