sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Pura como a névoa




Ri Ro Ewa,
A névoa a me tocar.
Ri Ro Ewa,
Venha me acalentar.

Sua sensibilidade sutil é notável.
Indiscreta, dócil e de encantadora beleza.
As mãos de uma menina adorável,
Me tocam e me alucina a cabeça.

Dona de si, ninguém lhe diz não.
Falastrona, ela é quem dita as regras.
Deixa-me uns metros fora do chão.
Junto a ela não temo nem às trevas.

Possui o vigor da acalorada juventude,
Alegria, carisma e ternura.
Com ela meu amor encontra a plenitude.
Seu sorriso afasta-me da nefasta amargura.

Passaria eternidade ouvindo sua voz de menina,
Suas tenras palavras no meu corpo a vagar.Quando você canta à Lua ilumina,Me faz também menino, louco para te amar.

Ri Ro Ewa,
A névoa a me tocar.
Ri Ro Ewa,
Venha me acalentar.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

O sabor do mel




Com os versos em Iorubá,
Ela surge na linda canção.
Que no meu peito faz germinar,
Notas de uma ardente paixão.

Seus tenros olhos cor de mel,
Trazem-me grandes esperanças.
Me fazem bailar no azul do céu,
Junto as mais belas lembranças.

Me faz sorrir, me faz amar,
Esse seu jeito doce não me regra.
Sua beleza faz-me me afogar,
Nas águas doces desse corpo da pele negra.

Meu coração palpita de emoção.
De ti sinto exalar a mais pura energia.
Por você eu roubaria Plutão,
Colocava-o num anel e lhe daria.

Tens o corpo quente e delicado.
A pele macia, perfumada.
Do branco, a paz; da riqueza o dourado,
Fazem de ti, minha Deusa adorada.

Seu feitiço é levar o amor.
Quero me sentir por ti amado.
Lutarei contra tudo com ardor,
E farei de tudo para ser enfeitiçado.

Quero apenas lhe dizer:
Minha baixinha amada,
Foi muito bom te conhecer.
E quero ter você em minha caminhada.





A dor da alma



O grito da alma mais silenciosa,
Externa-se da forma mais misteriosa.
Vigorosa.
Que nem mesmo a mãe,
De todos os sons já produzidos,
Suportaria tal efeito.
Se fosse assim, jazeria no leito,
Mesmo em seu estado mais perfeito.
Tal sonoridade, de forma majestosa,
Preencheria todos os espaços dessa esfera rochosa.
A dor da solidão.
É como a imensidão, sem dimensão,
Do turbilhão de estrelas, de Luas e de Sóis.
Desse céu infinito, que por acaso termina,
Debaixo dos meus lençóis.
Este que entende meus prantos 
Que se ensurdece tanto,
E até esquece o tema de minha dor.
As vezes preciso acender um letreiro,
Na fronha de meu travesseiro indicando:
"Hoje não está dando, meu senhor!"
A dor que me consome.
Que se embebeda de minha acidez.
Toda vez que eu, em plena lucidez, penso em vocês.
As lagrimas dançam ao som da valsa sombria.
Enquanto que, na luz do dia, meu olhos se fecham.
E já não possuem força para lutar.
Em meio a tanta zombaria.
Que me atormenta como uma pesada artilharia.
Queria eu assim:
Desdobrar a física; burlá-la.
A morte, a mim não mais sorrir.
Com ela brincar, me divertir. 
Queria eu assim...
Ir sozinho, quietinho,
Montado numa estrela cadente,
Daqui à próxima galáxia em um dia. 
Sumir!
Ir de encontro ao meu astro regente.
Nos dias da noite. Das noites, o dia.
Assim eu iria, debaixo de açoites, 
Percorrendo, todavia, 
O espaço infinito, 
(Este que Deus fez em seis dias).
De repente me comprazeria, 
Ah! Como real é o meu desejo:
Enquanto vocês dão suas risadas,
Longe sigo sereno em minha caminhada.
Sim, riam.
Não de alegria, mas de falsidade eu diria.
Na proporção de vossos escárnios,
A distância se me alonga de qualquer companhia.

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Sol, céu, nuvem cor de mel.



Da minha janela aprecio o céu.
Não é o mesmo que costumo ver.
Um azul raro com nuvens em tons de mel,
Mesclam-se e trazem-me a paz que eu queria ter.

Ao fundo vejo uma verde e imponente montanha.
Desejo profundamente estar em seu topo.
Apreciar toda maravilhosa paisagem.
E tocar o céu como num sonho louco.

A cigarra canta.
Seu longo timbre me encanta.
Me faz lembrar que um dia já fui criança.
Quando eu desenhava no chão um Sol sorridente.
Para afastar a chuva e os trovões.
Que me faziam trincar os dentes.

A noite cai.
O dia sai de cena.
Lentamente se esvai.
Deixando minha mente mais serena.

O silencio brota.
Tudo muito tranquilo.
Como num suntuoso cemitério.
Onde alguns param para descansar.

Ouço um ordenado ruído.
É de um grilo falante.
Que comigo deseja se comunicar.
E eu não o ignoro.

A ele desabafo, choro.
Sem medo, nem pesar.
Lamentos e tristezas,
Que todo se humano tem para contar.

No céu agora há escuridão.
Pontos cintilantes aparecem.
Uma imensa bola de prata faz um clarão.
Iluminando somente àqueles que merecem.

O grilo se calou.
As estrelas e a Lua foram-se embora.
Lembranças do dia que raiou.
Que voltará a brilhar em uma hora.

Apolítica

Um ato de violência política não revela apenas um crime de uma ação isolada. Ele expõe a fragilidade de nossas crenças políticas. Depois dos...