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A ESTRANGEIRA

Lembra-te, estrangeira, estavas comigo Eu também era todinho teu Saímos de um rústico abrigo Rumo a luz, para bem longe do breu “Olha o que temos à frente Uma bela e vasta campina Tão verde, de chão tão quente Pronta para deitarmos-na em cima” Eis que você se jogou na grama rasa Deitada com um olhar faceiro Como quem não quisesse nada Convidou-me a ser seu parceiro O campo tinha suas ondulações Ficamos tão bem acomodados A terra, dócil, pegou-nos no colo Porém para manter-nos acordados Não seria justo caírmos no sono Na verdade nem havia como ou porquê Estávamos ávidos demais não tinha como Queríamos muito a uma coisa só fazer Era algo como que programado: Olhávamos nos olhos sem piscar Com isso ficávamos arrepiados nossos rostos começavam a corar Você tocava suavemente meu rosto Minha mão contornava tua cintura Beijavamo-nos sem pressa, com gosto Com todo o cenário: arte, bela pintura Nossos corpos ardiam como magma Ofegantes parecíamos dois tornados Transpirávamos como a uma enxurra

Tudo bem?

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Você pode me ouvir? Eu sei que pode Quem melhor pode me ouvir que eu mesmo? Sei que tem horas que não se escuta nada Deixe a chuva cair O vento soprar Atente-se aqui ao que tenho a falar Vendo nossa flor murchar O que é força, relaxar: O desatino jaz Está acomodado Não nos deixa em paz Se sente coroado Aquele nosso sono pesado Só há parede para amparar: A angústia predadora Nos caça todo dia Das atitudes pecadoras dos corações que ela partia Precisas me ouvir, precisamos conversar Agora que você me ouviu É a tua hora de falar

Cadê você?

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  Byung-Chul Han: “O celular é um instrumento de dominação. Age como um rosário” “Filósofo sul-coreano, uma das estrelas do pensamento atual, se aprofunda em sua cruzada contra os ‘smartphones’. Acredita que se transformaram em uma ferramenta de subjugação digital que cria viciados. Em uma entrevista exclusiva ao EL PAÍS, Han afirma que é preciso domar o capitalismo, humanizá-lo”. *** Já dizia David Hume, filósofo escocês do século 18: “O homem é um ser racional e, como tal, recebe da ciência seu adequado alimento e nutrição”. Porque o homem é, além de racional, ativo; afetivo, sociável. E Hume diz mais, “‘Satisfaz tua paixão pela ciência’, diz ela, ‘mas cuida para que essa seja uma ciência humana, com direta relevância para a prática e a vida social’”. As citações estão em sua obra, Investigação sobre o Entendimento Humano. UNESP. 2004. O contexto se refere às diversas ciências que estavam brotando no seu tempo, umas bem claras e objetivas – com o advento do iluminismo -, outras obscu

PK, o filme

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  Hoje lhes trago o filme da excelente produção indiana, de Bollywood, “PK” (2014). Este gostoso e divertido filme foi dirigido por Rajkumar Hirani e escrito por Hirani e Abhijat Joshi. Além de divertido, bem animado – como de costume bollywoodiano, ter musical também – o filme é de cunho altamente filosófico, principalmente sobre questionamentos sobre Deus, Filosofia da Religião, da Linguagem e… sobre nós mesmos, inseridos nos contextos supracitados. O filme trata de um alienígena que veio estudar a Terra, mas aqui fica preso porque seu comunicador foi roubado e vendido a um guru salafrário. A partir daí, solto “no mundo”, o “Tonto” – como passa a ser chamado na Índia – experimenta muitos aspectos da humanidade, incluindo toda a nossa cultura e costumes – nisso aí, há críticas, bem como, situações muito ilárias. Em sua “estada” aqui, ele acaba conhecendo algumas pessoas bacanas, entre elas a repórter Janani Sahni. Pois bem, sobre a chegada desse extraterrestre o filme propõe questiona

Amor e anarquia

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É… Divertida, descontraída e engraçada. A série europeia é passada em Estocolmo (Suécia) e, embora tenha alguns dos mesmos “blá blá blás” previsíveis das comédias românticas, em linhas gerais, esta possui um encanto suficiente, a sui generis. É capaz de surpreender aos apaixonados pelo gênero. Não tem muito apelo erótico (pelo menos não achei rs), bem como não é muito moralista, ou politicamente correto. Os capítulos são curtos, caem muito bem e deixam gostinho de… quero mais!  Eis o que se verá em Amor e Anarquia: “Uma consultora casada e um jovem da área de TI se desafiam em um jogo que questiona as normas morais e que leva a consequências indesejadas” (e um tanto cômicas). 93% gostaram desse programa de TV na Netflix. Em breve segunda temporada

Amor e anarquia 2

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  – Foi daí quando decidi que não ia acabar como você. Desde então toda minha vida tem girado em torno disso. Cada passo, cada pensamento, tudo o que eu faço é para você… – Eu sei disso, eu entendi. Eu sei disso… – Você desapareceu nos seus próprios pensamentos e em fantasias em vez de ficar comigo. Você achou mais importante ficar preocupado com a situação política do mundo do que ficar comigo. Como pode fazer isso? – Eu queria me rebelar, eu acho. Mas sabendo que podia fazer isso, fiquei preso em algum lugar no meio de tudo isso. – Eu nunca vou ser como você… – É… Eu também torço por isso. Eu ficaria muito chateado se você fosse como eu. Um diálogo da série “Amor e Anarquia”. Netflix. Nele, tal pai, tal filha, dialogam: suas rebeldias são da mesma estrada, porém de “mãos” opostas. Além do mais, mais uma lição, atentem-se: O que muito promete libertar, aprisiona. O que oferta muito progresso, limita ou regride. Vejam, geralmente os lados extremos das ideologias políticas partidárias s

A MORTE DO AMIGO FALSO DO SABER

 OLAVO DE CARVALHO MORREU! TRISTE… ESSA HORA CHEGA, NÃO É? NÃO HÁ COMO FUGIR. NEM DELA, MUITO MENOS DO ASSUNTO. DIZEM, ALGUNS FILÓSOFOS, A MORTE SER A MUSA DA FILOSOFIA. A MORTE DE OLAVO DE CARVALHO DEVE SER A MOCREIA, A ÂNSIA DE VÔMITO DE HADES. E QUE ESSE FATÍDICO MOMENTO CHEGUE, TAMBÉM, O QUANTO ANTES, A TODOS OS SEUS EX-ALUNOS E PROFESSORES FEITOS EM SUA ESCOLA; QUE MORRA A IGNORÂNCIA, A MÁ FÉ, O NEGACIONISMO, A ANTILOGIA E O MAU CARATISMO… POIS BEM, O BRASIL PERDE SEU MAIOR FILÓSOFO, MAS GANHA NOVOS ARES. NOVAS ESPERANÇAS. EM SE COMPARANDO À GRÉCIA CLÁSSICA, A MORTE DE OLAVO SERIA COMO SÓCRATES TOMANDO CICUTA SÓ QUE ÀS AVESSAS: UM MORREU E DEIXOU-NOS OS MELHORES E MAIORES ENSINAMENTOS. JÁ O OUTRO… MORREU! AGORA… QUANTO A VOCÊ, QUE AQUI ESTÁ, QUE RESISTE, PERSISTE, EIS UMA NOVA LIÇÃO: O MÍNIMO QUE VOCÊ PRECISA SABER PARA NÃO SER UM IDIOTA É NÃO SER VIÚVO(A) DE UM