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Vencer um debate - Há limites neste jogo?

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Minha visão pessimista sobre certas coisas da vida me ensina que, por exemplo, em um debate, dois expositores tendem a NÃO buscar a verdade absoluta objetiva, mas sim, simplesmente, vencê-lo - de qualquer forma. Ingênuo é aquele que acredita que ambos os expositores, que estão disputando um cargo de autoridade máxima, venham com argumentos justos e sinceros um para com outro e, além disso, para com todos os presentes/ espectadores/ platéia etc...  Hoje tem debate político na televisão. É um momento histórico e delicado para o nosso país. Há dois dos mais populares e idolatrados políticos do Brasil. Teremos um debate épico - comparando ao futebol: um clássico! Dois políticos natos; dois oradores - a sui generis - muito retóricos e, consequentemente, muito convincentes. Cada qual convenceu suas bases, que são suficientes para levá-los aos mais altos cargos públicos que esse país oferece: tanto de um lado, quanto de outro - antagônicos entre si - têm votos suficientes para tal. Pessoalmen

Palumba

Em seu jeito standards de se expressar Variando entre subtone e convencional Ora um baixinho soar, ora um alto pesar Numa fria noite um sax falava comigo O tempo parou devido ao seu monólogo Parecia ela o único ente a respirar Suas doces palavras, como que melodias Faziam-se compreendidas antes de terminar Sua tenra expressão, seu olhar hipnótico Seu jogo de sedução sempre me derrotava Acabei sendo seu interlocutor mais ilógico Da proza deliciosa que nunca terminava Uma corrente entre nós me prendia Instrumento que eu não lograva soltar Queria meu lábio tocar sua boquilha e no mesmo tom e língua com ela falar  

PORRE Nº 2.520 - SEM A CICUTA, É CLARO!

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ENQUANTO ESTOU AQUI PENSANDO QUE A PARTIR DE AGORA SÓ DIREI COISAS EM TEMPO VERBAL DO PASSADO, DO PRETÉRITO PERFEITO - PORQUE ASSIM SÓ DIREI COISAS QUE EU SEI, JUSTAMENTE POIS JÁ VIVI TAIS COISAS, JÁ VI, LIDEI COM ELAS E, COM ISSO, SEI O QUE ACONTECEU TENDO PROPRIEDADE PARA FALAR -, NESSE EXATO MOMENTO, SEM MAIS, NEM MENOS, SURGE SÓCRATES, O FILÓSOFO GREGO.  ESTRANHAMENTE ELE ME CUMPRIMENTA. A PARTIR DAÍ, TUDO O QUE EU HAVIA PLANEJADO, SOBRE SOMENTE DIZER COISAS NO VERBO PASSADO, CAIU POR TERRA, PORQUE ELE ESTÁ PRESENTE: - OLÁ! POR ONDE ANDASTE, MEU JOVEM? - CARAMBA! SERÁ QUE VOLTEI NO TEMPO - PENSEI - OLÁ, SÓCRATES. SÓ ANDEI E, POR ONDE ANDEI, FOI NO TEMPO PASSADO. - E POR QUE NÃO EU, UM HOMEM DE MILHARES DE ANOS, VIR PARAR AQUI NO TEU TEMPO? - ACABOU, ELE, COM MINHA ALUCINAÇÃO DA VOLTA AO PASSADO. - É O QUE DIZEM QUANDO UMA PESSOA ESTÁ À FRENTE AO SEU TEMPO - RESUMNGUEI.  - NÃO ENTENDI. APESAR DE TER SIDO UMA RESPOSTA EXEMPLARMENTE LACÔNICA. - DEIXA DE SER IRÔNICO! ESTÁS BEM ENGRAÇAD

QUE CAPITÃO?

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Baseado em uma história real, o filme franco-germânico-polonês, “O Capitão”, levanta algumas discussões acerca de um dos períodos mais horrendos da história e questiona, também, os limites da crueldade humana. Além do mais, este impactante filme retrata Abril de 1945, duas semanas antes de terminar a Segunda Guerra Mundial e, através desse pano de fundo, ocorrem os fatos do “Capitão” Willi Herold - interpretado pelo ator Max Hubacher - que relatarei adiante.  Sob direção de Robert Schwentke, o filme apresenta o drama de um soldado de baixa patente (Willi Herold), que está desertando da linha de frente do exército alemão, assustado com o terror da guerra e com a iminente derrota da Alemanha. Aliado à possibilidade de ser capturado e responder com a vida pelo crime de deserção - afinal, deserção é um dos piores “crimes” que se pode acontecer em uma batalha, para um exército - Herold foge desesperadamente, assustado até com sua própria sombra, desconfiando até das folhas que se desprendem

PORRE Nº 2.020

[Texto editado] O QUE MAIS DE CATASTRÓFICO DEVEMOS PASSAR COMO CIDADÃOS? QUAIS  MAIS HUMILHAÇÕES E DESRESPEITOS DEVEMOS ENCARAR? ALÉM DE TUDO O QUE JÁ ACONTECEU CONOSCO NESSES ÚLTIMOS 8 ANOS, SERÁ QUE NADA DAQUILO PELO QUE PASSAMOS NÃO NOS SERVIU COMO LIÇÃO? E AQUELE INCENTIVO À REVOLTA? EITA! E O GIGANTE QUE HAVIA ACORDADO? CADÊ? DESDE DESEMPREGOS AOS MILHÕES AO LONGO DESSES ANOS; PREÇOS DE COISAS BÁSICAS - COMO ALIMENTOS - ABSURDAMENTE CAROS; TODO TIPO DE VIOLÊNCIA; CENTENAS DE MILHARES DE ÓBITOS (CONTANDO SÓ COM A PANDEMIA DO COVID-19);  CORRUPÇÕES DIVERSAS, EM PLENO PICO E TOTAL DEVASTAÇÃO DO VÍRUS: ROUBOS NA CONSTRUÇÃO DE HOSPITAIS DE CAMPANHA, ROUBOS DE CILINDROS DE OXIGÊNIO, PESSOAS “FURANDO FILA” PARA TOMAR VACINA; INVESTIMENTO ZERO NO SETOR DE SAÚDE, PRECARIZAÇÃO DE INFRAESTRUTURAS NO SETOR, ROUBOS E FALCATRUAS NOS CONTRATOS EM CIMA DAS DEMANDAS DA SAÚDE PÚBLICA... NINGUÉM FAZ NADA? GENTE, ISSO TUDO QUE ACONTECE HOJE É GRAVÍSSIMO! TUDO ISSO É DEMASIADAMENTE DESUMANO! É O CÚMU

O alimento invisível no banquete da felicidade

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O africano Santo Agostinho de Hipona (354 - 430), bispo, filósofo, no dia 13 de Novembro do ano de 386 - dia de seu aniversário -, cisma de fazer uma espécie de banquete, na verdade um simpósio. Ele insiste que as pessoas devem, não só alimentar o corpo, como também a alma. Dessa forma, ele oferece comida aos seus convidados e também Filosofia. Seus convidados são, além de sua mãe - Santa Mônica -, o seu irmão, filho e primos. No decorrer das degustações, em dado momento, Santo Agostinho pergunta algo como “todos queremos ser felizes?”. Pergunta óbvia. Isso parece até imanente a qualquer ser vivente. Visto que quem já é feliz busca sempre um pouquinho mais; os infelizes, sabendo que são assim, buscam de alguma forma sair dessa situação.  Outra pergunta sucede, então, daí: será feliz quem tem o que quer? Eis uma pergunta quase que axiomática, porém, há um fio muito racional que pode passar por este poro como resposta, que é: depende muito do que a pessoa deseja. Há um juízo de valor nes

O Rio de Janeiro continua...

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Outro dia achei aqui em casa uma carta dos Médicos Sem Fronteiras (MSF), datada de 2017, relatando um problema gravíssimo na região do “Triângulo Norte da América Central”, que é composto por El Salvador, Honduras e Guatemala. Na carta a ONG relatava que oferecia cuidados médicos e de saúde mental a dezenas de milhares de migrantes e refugiados daquela região. A coisa era tão grave nesses lugares que as pessoas estavam emigrando para o México e até Estados Unidos, devido a violência extrema a qual estavam submetidas. Ainda hoje essas regiões são as mais violentas do mundo, redutos das mais pavorosa gangue: “Mara Salvatrucha” ou “MS-13”.  Com isso remeti-me à situação no Rio de Janeiro e pensei: por que as violências ou as condições, às vezes, desumanas nas favelas - algumas quais até conheço -, não compelem as pessoas para fora desses lugares? Por que não se vê um êxodo nesses lugares violentíssimos - diga-se de passagem - aqui no Rio? Ou uma revolta, sei lá... No entanto, fui um pouco