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Filosofem

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O coração ainda pulsa Parece vivo estar Na cabeça toda culpa De esta vida deixar Não é a dor que dói Nem é a indigestão É o que o ócio constrói ao caminhar na contramão Venha tempestade Cubra toda a vista, vossa majestade Altivez sinistra Dona da maldade Vontade bem quista

Don't Cry

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Não chore hoje Deixe isso para amanhã E quando chegar o amanhã Fale “não chore hoje” Não tem gosto, mas tem cheiro Após o desejo, desespero Cai a penumbra, perdição Agora vem o fel, aflição O cheiro se foi, o gosto fica Uma potência sinistra O sentido se multiplica e com ele uma luz à vista A luz pisca, deitada estás Uma límpida cama que voa Pessoas com máscaras correm atrás "Prometa Zina? Puxe-a pela proa" O corredor vai afunilando As fortes luzes vão piscando descompassadas, apagando-se do jeito que vais entregando-se Aquele cheiro reaparece A vontade também Mas é tarde - me parece Já estás chorando no além

Porrezinho 3. São Paulo, a Inglaterra no Brasil.

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O engraçado e incoerente essa imprensa, a oposição e os atingidos (antipetistas, demais eleitores, essa porra toda de olavismo e, também, os anti "marxismo cultural" [até mesmo os petistas em relação ao PT]). Pois bem, ninguém nunca percebeu que em São Paulo há esse mesmo rodízio, cópia quase que perfeita da dinastia no Reino Unido? Louco isso! Não se ouve um pio de ninguém. Parece até que não existe PSDB na cabeças em quase (quase mesmo) todas as eleições. Vejamos os governos paulista: em 1994, foi eleito Mário Covas (PSDB) e reeleito em 1998; Covas morreu em 2001 (saudoso Mário Covas!) e assumiu seu vice, Geraldo Alckmin (PSDB). Na sequência, o então vice Alckmin, se candidata e se elege… Tá, já estou cansado e sem paciência. O PSDB está no poder há 24 anos e sem prazo para o substituírem. O último tucano eleito foi João Dória (2018 - Gov. do Estado) e Bruno Covas, do PSDB, óbvio, que assumiu a prefeitura do próprio Dória pqp... em 2017.  Será que você vai me xingar se eu d

Porrezinho 2. Hoje tem Fla x Flu!

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Que belo exemplo sempre tivemos sobre as peripécias políticas das redes de televisão brasileira, heim? Não me refiro sobre a política do meio político, não. Mas o modo “fazer política” das emissoras e, consequentemente, pirraça. Tem emissora que não sabe perder; se acha acima do bem e do mal. Lembram da questão do futebol em plena pandemia? Sobre o campeonato do RJ? Faltou a Rede protestar com armas em punho; Campeonato Paulista, uma semana depois, foi só elogio e saudades; posteriormente o campeonato brasileiro, foi só alegria. Mas... Estranho!? Do campeonato carioca até o campeonato brasileiro - um mês depois, mais ou menos -, o número de infectados aumentou absurdamente e também os óbitos, consequentemente... O “normal” seria condenar ainda mais, qualquer evento desse porte. Bizarro! Por exemplo: se, desde o campeonato do RJ os números do COVID-19 estivessem diminuindo, então poderia-se entender tanta animosidade pela volta do esporte. Porém não foi isso que aconteceu durante a pand

Nietzsche, o imor[t]al

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Cada período tem sua particularidade. Cada geração se transforma, se adapta; tudo flui e ganha forma no agora, no agora, no agora... A cada tempo, seja como numa fração de segundos, seja a cada mil anos, pensamentos já firmados outrora, vão brotando novamente, ora aqui, ora ali, servindo a diversos propósitos. Isso acontece quando lemos livros de pensadores, até mesmo os antiguíssimos escritos dos gregos do século quinto antes de Cristo, por exemplo, e conseguimos encaixar seus pensamentos perfeitamente no hoje, no agora, sem erros, sem ter que aparar arestas, significá-lo perfeitamente.  Sobre isso, mais ou menos, Descartes já afirmava, no Discurso do Método, que "a leitura de todos os bons livros é como uma conversa com as pessoas mais ilustres dos séculos passados [...] uma conversa refletida na qual eles só nos revelam seus melhores pensamentos". Então, aproveitando-se deles - como se numa fórmula matemática -, seria como se aplicássemos, hoje, suas sabedorias mais antiga

Porre Nº 8: Corote.

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Pensando novamente no Brasil de hoje, o que mais me surpreende, em meio a uma pandemia, não é o vírus - que na verdade é uma realidade com a qual coabitamos -, mas certas atitudes de certos seres humanos. Estou um tanto moralista, sim. Eu tentei refletir um posível “foda-se à vida” em meio a uma pandemia: a consciência pesou. A razão se sobrepôs às pulsões, à alguns desejos, vamos dizer, quase que incontroláveis. Realmente… Não consegui largar o "dane-se" e fazer o que me desse na “telha”. (Vou deixar claro, desde já, que isso é puramente fundamentado na minha opinião. Portanto é debatível, questionável tudo o que exponho aqui. Além de eu não estar querendo transformar isso em verdade máxima e, pior ainda, sobrepor-me às opiniões diversas que existem por ai). Continuando, olhando para fora agora e fazendo julgamentos pertinentes, não muito recente, notei algumas retóricas relativizando o que está acontecendo agora, com discursos "morre gente todo dia", "b

O brasileiro pode se superar e viver uma democracia racial?

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Senado e Câmara aprovaram Lei Áurea em 5 dias. Fonte: Agência Senado Pensando no Brasil de hoje fui remetido a um conceito de Gilberto Freyre chamado de “democracia racial”, na obra "Casa-Grande & Senzala". Isso fez-me refletir rapidamente sobre um ponto: por que não foi superado o regime escravista além de outros preconceitos advindos do período colonial no Brasil? Haveria um motivo, ao menos, para essa superação? Pode-se até dizer que sim, mas há uns entraves nisso aí. Primeiramente, esta é uma questão complexa e que não se pode responder simploriamente. Porém com o pouco que se possui de lembrança e conhecimento histórico dá para traçar um esboço como resposta e até mesmo introduzir mais questionamentos.  Contudo, em segundo lugar, como se pode ver, um país tão diversificado etnicamente: pretos, brancos, nordestinos, nortistas, diversos povos indígenas, região centro, sul, sudeste… Território gigantesco, país continental e cada qual com suas peculiaridad