Há cercas, arames farpados,
Esse perculso lado a lado
Uma ancora, forte raiz
Um peso que não condiz
A ladeira molhada
A laje vigiada
É o morro todo
Não é chuva
São tristes lágrimas
O trabalhador
A molecada
Dona de casa
É paçoca, ou cocada?
Coca da vovó?
Ou apenas pó?
O que vende mais:
O bananada ou sacolé?
Qualé?
O luxo aqui carece
Digna é a nossa labuta
Era dia, agora anoitece
Era recatada agora é puta
Tem-se dignidade
O respeito à divindade
Pobre, contudo bem feliz
Em busca dessa tal liberdade
Beber e não ser alcoólatra
Ser religioso e não ficar fanático
Não se torne refém
Nem de si mesmo
Nem de ninguém
Livre-se de tudo
Ate de seu pensamento
Tente em nada pensar
(Fácil não será)
E perceba o livramento
No alto do morro estás
O ponto mais alto
Pássaros
Nuvens
Deus
Acima Dele talvez a liberdade
Talvez o fanatismo
(Não se sabe)
De repente a vontade
De repente o abismo
Melhor da laje descer
Na ladeira correr
Voar baixo
Pois queda alta leva a morrer
Isso não seria voar
Nem sonhos libertar
Correntes para si trazer
Ancoras, raízes
Arames, cercas
Desprazer
Desgraça
Pobreza
Tristeza
Enfim
Liberte-se
Viva até o fim
Seja o senhor de ti
Voe sem asas
Corra sem pernas
O pensamento livre é
Viaje nessa estrada eterna
segunda-feira, 5 de dezembro de 2016
sexta-feira, 2 de dezembro de 2016
Os caminhos...
Eu não
falo com Deus
É Ele
quem fala comigo
Mostra a
mim os religiosos e ateus
Também o
pão e o abrigo
Não ando
com Deus
É Ele
que anda comigo
Exibe-me
o caminho dos fariseus
Também o
perdão e o castigo
Buda, Deus,
Oxalá, Zambi, Alá...
Amém,
axé, Namastê, Por nós orai
Não
deixemos nosso amor falhar
Pois todos
os caminhos levam ao Pai
domingo, 27 de novembro de 2016
As vezes, eu.
Grandes nuvens carregadas:
Este é o meu pensamento
Chuva, muito vento, trovoada
Cada gota um arrependimento
Um peso enorme cai do céu
Porém limpo, pequeno e transparente
Me cobre como um pesado véu
Pingos me ferem conscientemente
O passado não volta mais
Também parar lá não queria
O que fiz a mim, aos meus, aos
animais
São coisas que novamente não faria
Eu não sou Santo
Diabo também não
Para eles apenas canto
Sacro, profano ou pagão
Isso não me atormenta
Também não me deixa feliz
Sou mesmo “oito ou oitenta”
Sou réu, sou juiz
Sei das minhas penas
Sei dos meus méritos
Pago o que devo apenas
Se me devem não faço inquérito
O hoje é o meu eterno amanhã
Se eu pudesse nem dormia
Ficava deitado no divã
Brincando com a psicologia
O que passou, passou
E do futuro não quero saber
Hoje sou o que sou
Estou aqui para todos ver
quarta-feira, 23 de novembro de 2016
É... Madrugada.
E àquela madrugada que acordei
As cordas do meu violão ainda vibravam
Talvez por que com você eu sonhei
Ou se mãos invisíveis o tocaram
Um aroma de gardênia inconfundível
Uma brisa solta a passar por mim
Meu corpo estava bem sensível
Vi meu quarto como um lindo jardim
Minhas dúvidas me ensinam
Mostrar sabedoria demais só subtrai
Quanto mais observo mais leve fico
Dizer que sou sábio demais o corpo cai
Penso o mal, o som se distorce
Penso o bem, violinos se despem
Maus pensamentos, até às flores contorcem
Aos bons sentimentos, à natureza obedece
Quero atraí-la; essa hora, longe estás
Penso voar; até a ti ir atrás
Não me importo com o caminho a percorrer
Do sonho que sonhei, acordar não quero mais
terça-feira, 22 de novembro de 2016
Malum
A SOCIEDADE DOENTE ESTÁ.
DECADENTE, INDECENTE, NÃO QUER PARAR...
O DESCONTROLADO USO DO FAMOSO "RIVOTRIL",
EQUIPARA-SE AO DO "MELHORAL INFANTIL";
EM QUANTIDADE, ÀS MAIS DIVERSAS NECESSIDADES.
É VERDADE!
A SOCIEDADE PERECE.
JÁ ERA MANO!
DEITA AI E ADORMECE.
NÃO QUEIRA NUNCA MAIS ACORDAR.
NEM O SOL HÁ MAIS DE RAIAR.
VIVEREMOS EM COMPLETA ESCURIDÃO.
UNS DE BERMUDA, OUTROS DE TERNO;
MAS DE MÃOS DADAS, NA MAIS PERFEITA UNIÃO,
CANTAREMOS HINOS NO INFERNO.
segunda-feira, 21 de novembro de 2016
Quem é o inimigo?
O ser humano necessita de um culpado
Temos que condenar um coitado
Tem que haver um culpado para tudo
no mundo
A quem vamos pegar? O playboy ou o
vagabundo?
Essa é a nova e viciante droga
“Pega um pra Cristo” e joga na roda
É como uma necessidade
Como se fosse um ato de caridade
“Preciso culpar algum coitadinho”
“Alguém tem de pagar! Quero justiça!”
“O meu achocolatado veio sem
canudinho”
“Tem-se que culpar alguém, mesmo com
injustiça”
“Gente, vamos culpar alguém!”
“Isso não pode ficar assim”
“Quero justiça também”
“Mesmo que para você seja ruim”
Dessa forma as coisas vão evoluindo
Inocentes tornar-se-ão culpados
Satisfazendo prazeres, de porcos fingidos
Da elite, carregada de sentimento
amaldiçoado
Seria a alta sociedade a culpada?
A elite, os verdadeiros criminosos?
Vivendo nos condomínio, escoltados
Comemorando linchamentos odiosos
Qual bandido tu defendes?
O de farda, de terno ou de chinelo?
Aquele que lhe bate ou que lhe prende?
O do cifrão, ou o da “foice e o
martelo”?
Tem aquele que fala bonito, e o que
fala errado
Há o que rouba rindo, e o que rouba calado
"Eu defendo
aquele que me convém"
"Quem me é apraz e me interessa"
A consciência de classe está muito
além
E continuamos a creditar em quem nos
despreza
Nosso maior inimigo é o próprio
estado?
Na verdade quem dá as
cartas?
Sabe-se que o pobre trabalhador é o coitado
Inocente, morre como baratas
segunda-feira, 14 de novembro de 2016
...E como um raio que corta os céus: o arquétipo feminino da guerra.
Brilha
lá no Orum,
Uma luz
que nos fomenta,
Seus ventos
tocam um por um,
Nos acompanham
nas tristes tormentas;
Cuida também
daqueles que já se foram,
Conhece os
caminhos obscuros,
Resgata aqueles que imploram,
Livra-os também do infortúnio;
Resgata aqueles que imploram,
Livra-os também do infortúnio;
Ela é a
própria tempestade,
Que sucede os ventos quentes.
Que sucede os ventos quentes.
Nunca
deixa nada pela metade,
Vive intensamente paixões ardentes;
Vive intensamente paixões ardentes;
Desejada por mitológicos guerreiros;
Simples mortais a louvam com clamor.
Se desdobra, vira águia e até cordeiro,
Ela é a menina dos olhos do Criador;
Simples mortais a louvam com clamor.
Se desdobra, vira águia e até cordeiro,
Ela é a menina dos olhos do Criador;
Mas também guerreira é,
Brande sua espada com ira.
Sensual, uma linda mulher,
Rara, é forte e bela como uma safira;
Onde estivermos, escutaremos sua saudação:
Entoá-la com respeito e admiração, é lei.
Impactante como uma forte explosão,
Tão majestoso soa, quando se brada “Eparrey”;
Brande sua espada com ira.
Sensual, uma linda mulher,
Rara, é forte e bela como uma safira;
Onde estivermos, escutaremos sua saudação:
Entoá-la com respeito e admiração, é lei.
Impactante como uma forte explosão,
Tão majestoso soa, quando se brada “Eparrey”;
Raio, trovão, a tempestade;
Santa Barbara, Iansã, Oyá.
Rainha que nunca perde a majestade,
A mais linda guerreira yabá.
Santa Barbara, Iansã, Oyá.
Rainha que nunca perde a majestade,
A mais linda guerreira yabá.
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