Postagens

Para fora de Peloponeso

Imagem
Comigo não se preocupe Deixe-me trilhar sozinho Por favor me desculpe Sou o dono do meu mundinho Olha... Não estou apaixonado E também não estou querendo me matar Apenas escrevo como num ditado Com prazer, sem esforço, sem me cansar Sabiamente i rei atravessar os rios da vida Seja a pé ou a nado; muito ou pouco Não me siga, meu querido, minha querida Pois não quero ficar ouvindo  você é louco! Quem caminha aprecia melhor Quem se apressa, só vê o pior Me esforço muito para não correr A fim de não ver sangue, e sim suor

O "ítolo", o "mítolo", o presidente do Brasil

Imagem
“As coisas honestas, bem como os seres humanos honestos, não carregam nas mãos [...] as próprias razões. É indecoroso mostrar todos os cinco dedos. Tem pouco valor aquilo que antes tem de ser provado”. Crepúsculo dos Ídolos, NIETZSCHE, Friedrich.

A APOLOGIA DE SÓCRATES

Imagem
A APOLOGIA DE SÓCRATES (399 a.C) - POR PLATÃO. A APOLOGIA DE SÓCRATES (399 a.C) - PLATÃO MELETO: Caro Sócrates, a casa e sua? SÓCRATES: Não. MELETO: Mas o sr. tinha interesse em adquirir? SÓCRATES: Não. MELETO: Mas visitou? SÓCRATES: Sim. MELETO: Por quê? SÓCRATES: Porque queriam me vender. MELETO: Mas o sr. comprou? SÓCRATES: Não. MELETO: Mas a casa é sua? SÓCRATES: Não. MELETO: Mas porque visitou? SÓCRATES: Porque queriam me vender. MELETO: Mas o sr. não comprou? SÓCRATES: Não. MELETO: Mas… O documento tem uma rasura SÓCRATES: quem rasurou? MELETO: não sei.... SÓCRATES: então como eu vou saber também? MELETO: Tem um documento aqui que fala da casa… SÓCRATES: Tá assinado por quem? MELETO: Hmm... A assinatura tá em branco... SÓCRATES: Então o senhor pode guardar por gentileza! MELETO: O sr. não sabia dos desvios do Parthenon? SÓCRATES: Ninguém sabia dos desvios do Parthenon. Nem eu, nem a imprensa, nem o senhor, nem o governo, nem os aristocratas e nem o exército.

Porre nº... Ah sei lá, deve ser o 5

Imagem
“O grande isolamento é cercar-se daqueles que pensam igual a você.” Hannah Arendt. Começo com um pensamento de uma grande filósofa que, nos dias de hoje, dentro do mundo virtual e, fora dele, se encaixa perfeitamente. Primeiramente, há uma tarefa de "pôr os pingos nos is", OU SEJE, separar o CONHECIMENTO de OPINIÃO. Segundo, a necessidade que se tem de pingar, é deveras urgente. Por falar em pingos, hoje há uma enxurrada de opiniões na internet, e consequentemente nas ruas, em tudo que é lugar que, por mais que seja comum, remete algo ao pensamento: onde está a verdade nisso tudo? Ou, quiçá, algo no mínimo coerente. De onde vem a fonte de todo esse "conhecimento"? Parece que há apenas uma inteligência por trás disso tudo. Um ser, ou um grupo pequeno de seres (terráqueos, diga-se de passagem) que propagam saberes a sui generis  por aí. Os que vivem entorno desses sábios são afetados, isso é certo. Porém  não se pensa diferente da fonte. E o que é pior, não

Insano e salvo

Da escuridão de minh’alma Brilha uma gota de sincero cristal Como no céu, cintila D’Alva, E o orvalho que brota ao natural Em meio ao silêncio, o breu Eu sou o centro do universo A Lua a me banhar do céu Um paraíso! Mas eu o reverso Tudo é tão verde, de fato Montanhas, cachoeiras, Até o fumo, as ruas, o mato As lágrimas e minhas doideiras Caminhos de terra As trilhas esguias Flores de primavera E eu no pior dos dias? Sim, é um triste dia: A ave que voou para eternidade o amigo que deixou a alegria Sim, aqui jaz a serenidade

Soneto onde o tempo parou na curva

Aos meus olhos ela se põe Como uma santa ao devoto Delicadeza que nela eu noto Além do mais que ela expõe Deveras pura é sua tez Me atenho à forma sinuosa Bela, porém, curva perigosa Acidento-me em minha timidez Gosto quando encara sem pudor Não és lá uma santa eu sei Contudo tem tamanho valor Em seu ardente olhar esbarrei Tudo em meu corpo é só calor Confesso, querida: logo me apaixonei

Sempre o mal vence?

O mal dos séculos O grande mal A hipocrisia de perto É a verdadeira moral Os limites da razão demasiados, declinados Do caos tira-se um padrão Julgam-se educados Coitados! Ajuizados! Idiotas! Hipócritas! Inventaram o céu Mas antes o inferno Na verdade são réus Os bandidos de terno O argueiro em seus olhos, de nada impede A trave no do irmão, sua vida se mede O que há de pior ante a falsidade? Com isso, o que pode ser verdade? Moralismo, Julgamento, Hipocrisia, Preconceito, Ódio... Haverá, um dia, jeito? Conto os ponteiros no relógio A eternidade que levará Até o dia em que reinará a paz, a tão utópica paz Que há muito jaz Seja no sepulcro ou em nossos corações