Com o esplendoroso surgir da alvorada, Uma flor delicada em minha vida brotou. Tão pura, tão bela, tão singela, Um ser iluminado que Deus tocou. Não quero magoá-la. De qualquer forma machucá-la. Meu jeito duro e difícil; Insensível, incompreensível. Temo em dirigir-lhe a palavra; Muito menos olhá-la Jamais, sequer tocá-la. Não ouso me aproximar, Nem permanecer diante de tal. É a essência da natureza, A real beleza, completa riqueza. Ai! Se eu pudesse ao menos senti-la, Um milionésimo de segundo, mas não... Seu aroma, sua tez, seu calor... Minha aproximação causar-lhe-ia pavor. Apesar de ela não possuir espinhos, Descortês, arrancar-lhe-ia de vez. Pô-la-ia em meu pequeno jardim. Perderia-me facilmente, Em tentação iria cair minha mente. Minhas mãos ousariam tocá-la; Meus lábios beijá-la. Meu coração iria bater tão forte, Que o impacto machucaria-a. Eu não iria provar o sabor do mel, E sim o gosto amargo do fel. Mal eu posso