A múmia
Parado, imóvel, quase que sem respirar. Apenas pisco. Eu consigo! Pareço estar sereno, tranquilo. Só pareço estar. O que se move em mim não é material. É puramente sentimental. O pensamento rapidamente voa, Eternamente ecoa, Se expande como um grito, Um lamento desde o antigo Egito. Temo a solidão, mas tenho ciência dela. Nenhuma droga pode vencê-la, nem mesmo uma donzela. Imóvel continuo, mais a ânsia me domina. Quanto mais penso, me apavoro mais. Ouço coisas absurdas, nada me anima. Vejo o tempo correr para trás. Estou retrocedendo, não consigo parar. Sou uma louca voz que não quer se calar. Minha fala me machuca, perturba. Seguindo assim irei falecer. Não consigo à minha mente calar, Só posso esperar acontecer. Desse caos não sentirei saudades. Vou sumir, viver na escuridão. Isso não é um desejo, é necessidade. Sumir desse planeta, dessa podridão. Ninguém jamais irá me ver, ouvir falar. Vou voar para be