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Infantaria

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Carrego o bem. Carrego o mal. Mal não me faz. Nem bem também. Apenas sou. Estou. Vivo! E agindo assim, vou. É um modo de se ir além. Quebrando barreiras. Ir além das fronteiras. Retirar-se das trincheiras. É viajar pelo tempo. Desenhar o negro espaço. Ou mergulhar no azul do oceano, Serenamente em seu acalento. É estar brincando com as estrelas. Que se refletem no espelho d’água. Onde vejo a vida marinha, Nadando como numa brilhante galáxia. Mas em qualquer momento, Livre de qualquer sentimento, Venho me abismar na lama. No solo pútrido, mais nojento. Onde qualquer ser jamais sonharia. Onde qualquer ser, à dor preferiria. E ntrar nas trevas negras abissais, De s ua própria e pura consciência. Esse sou eu. Serei eu. Irei eu. Hoje e até quando e onde eu quiser.

Fé e medo extremos

Por causa do vento forte que lá fora faz. As folhas de uma imponente amendoeira se agitam, se rebelam, me tiram a paz. Fazem sempre o mesmo movimento,  Num fúnebre cenário em tons cinzentos. Isso me dá calafrios, arrepios! Mas não é do frio que faz, e sim do medo mordaz. Na parede do meu quarto se projeta uma sombra sinistra. Me cubro, tenho medo de encará-la. É como dar de frente com uma tropa Nazista. Prefiro ter mil pesadelos, entrar em desespero. A ter de fantasiar todo meu trauma, em preto e branco, numa tela de concreto. Minha cama é um cativeiro, no qual eu sou o carrasco de mim mesmo. Me prendendo em pensamentos, desejos e angustias. Fazendo 1 minuto levar 365 dias para se completar. Fazendo meu cérebro perecer, apodrecer. De tanto pensar, pensar... Penar. Daqui pra lá e de lá pra cá, sem o sono sequer à minha porta tocar. Barulhos repetitivos que chegam ao meus ouvidos como uma assombrosa orquestra sinfônica. Não me deixam rezar, orar, sei lá... Nessas horas tudo o que vier

Dia cinza, dia em paz

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Eu gosto de dias cinzentos, Chuva, trovoadas, vento... Reclusão, quietude, solidão, Sigo fugindo de todos pela contra-mão. Do silêncio, ouvir. Os ruídos, não mais escutar. Faz-me refletir, relaxar, Consigo até sorrir, me animar. Esses dias tão monótonos, Ora pacíficos, ora contundentes. Crio meus  diálogos  próprios, Misturo o frio com o quente . Aos olhos trazer belas escritas: De S hakespeare , Jung à Tolkien , Aos ouvidos belas melodias: Bach , Tocata e Fuga ; e Mozart , Réquiem . Olho para dentro de meu ser, Vejo um vasto e colorido universo. Voando conheço as belas estrelas, Mas volto ao mar azul e lá fico submerso. A morte é senão um alívio do corpo, Vou onde quiser, nada a me impedir. Na vastidão grito como um louco, Não vejo problemas em coexistir.

Se eu soubesse...

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O silêncio ensurdece. O barulho enlouquece. De amor a alma carece. Mais uma vida que perece. Tudo isso só acontece, Com aqueles que se esquecem, De olhar para si, s implesmente , Quando seu mundo enlouquece.  A dor volta quando anoitece. Os prantos ganham vida, crescem. É aqui onde tudo acontece, Todos gabam suas próprias preces, Bonitas palavras e belas vestes, Faceiramente nesta falsa quermesse.

Não, obrigado!

Não sou obrigado: Nem a agradecer, E nem a ser agradecido. Queria, a tudo esquecer, E também ser esquecido. Não sou obrigado: A seguir teus passos. A pensar como você. Livre de qualquer laço, ou estar a mercê. Não sou obrigado: A ouvir o que tu ouves. A concordar com tuas iras. Nem um ser que se louve. Nem que narre mentiras. Obrigado: Eu agradeço tua gentileza, Teu carinho e bondade. És digno da nobreza, Sempre seguirei tua amizade. Obrigado: Eu sou um ser pensante. Que preza o próximo, À harmonia, sou consoante, Pela paz me dedico ao máximo. Obrigado: Do amor e caridade, sou nato. Rico como a primavera, Sou feliz! Por ti sou grato, Por tudo, por toda era.

Imóvel Escuridão

Não consigo mais sorrir, E também, chorar. A vida se foi em vão, Sem tempo para amar. O que eu posso fazer? Me acovardar e me esconder? Seguir em frente, e simplesmente, Olhar pra frente e deixar tudo pra lá. Hoje eu machuquei, magoei, feri. Amanhã vou chorar, lamentar, me redimir. Sofrerei justamente aquilo que causei. Mas será que com os erros aprenderei? Eis a analogia do bumerangue: Da mesma forma e intensidade... Lentamente, ele vai, e volta.  Quando atinge, tira sangue. Causa a vítima uma terrível revolta. O tempo não passa. Minha cabeça, presa está. Sou um pássaro numa pequena gaiola, Sem poder bater asas e nem cantar.  Olho para o céu e nada vejo. A escuridão me domina, apavora. Minha vida anda como um caranguejo, No vasto inferno que me domina agora.

Uma velha história

Conversando com uma amigo de longas datas, ouvi sua velha história e pelo que percebi o tempo não passou para ele: "Tá Silvio, eu confesso... - Continuou ele - estou carente. Sozinho, sinto falta de uma companhia, do calor do corpo, da delicadeza feminina, do carinho de uma mulher. Sinto falta. Já tem um bom tempo que eu não sei o que é um bom beijo. Eu até que tentei, mas não me deram oportunidade e também não gostaram de mim. Seja fisicamente ou intelectualmente sei la...  Quando saio a noite, por exemplo, eu vejo muitas mulheres bonitas, belas, mas só vejo. Não ouso em perturbá-la ou ficar "xavecando" ninguém por que as pessoas estão em certos lugares para diversão, geralmente já estão acompanhadas etc... Não há nem uma troca de olhares segura a ponto de eu me sentir a vontade para chamá-la para uma conversa. Nada! Ai numa bela noite, no Rock In Rio, show da Rihanna, eu vi uma mulher tão linda, mas tão linda que eu me encantei. Acho que fui enfeitiçado. A