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E mesmo que eu ande...

Hoje eu andei pelo vale da morte Não haviam só mortos, mas vivos também Pessoas jogadas à própria sorte Rostos tranquilos e um solene desdém As pessoas regozijavam-se Nem se preocupavam Havia comércio, vai-vem dos moradores Ruas, passavam alguns automóveis No entorno daquela grande vala, Mais acima, grama alta, animais e árvores E por todo lado, corpos Vivos e mortos Era um belo dia de Sol Céu azul, poucas nuvens Impecavelmente brancas O lugar era simples com construções e moradias organizadas Muitas pessoas com roupas e outras uniformizadas Nada amistosas, se pudessem também me matavam Minha alma, objeto de negócio Moeda de troca Triste realidade Dos ofícios, o ócio No centro do pavoroso bairro Abaixo do nível das ruas Eis o comprido córrego ornado de azulejos brancos   cruzava toda aquela região Separando em duas: De um lado céu, do outro inferno; sim e não; luz e escuridão; vivos e mortos Escadas também azulejadas,

A religião é placebo

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Toda  e qualquer forma de religião, - que na verdade foram criadas pelos humanos - agem de forma inerte, ou seja, sem princípios ativos. Não fazem bem, nem mal. Quem acha que sente isso, quem faz algum julgamento da vida que se vive, é o próprio indivíduo. Religião é nada além de "pensamento positivo" e oração.  Sim, tudo bem! Há excelentes resultados: pessoas que são curadas de grandes males, outras que largam as drogas, se arrependem de crimes, se aceitam e que são inseridas na sociedade com total auto-estima. Do Latin, "placere", ou seja "agradar". O que vos escrevo, é um tipo de coisa requer que o paciente não saiba que está sendo medicado com algo inútil, ou seja, o nada. Ele precisa ser enganado, para ser curado de uma certa forma, pelo menos psicologicamente. Se ele vier a saber que, por exemplo, um comprimido que ele consome diariamente é um monte de açúcar processado e prensado, nunca iria acontecer qualquer cura, tendo ciência de q

Os sonhos cantados

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Era uma bela e ensolarada manhã. O Sol estava presente, mas não fazia muito calor e era uma manhã de primavera. Então, nesse belo cenário, duas aves já anunciavam o início de um longo dia. Eram dois belos pássaros e eles estavam no topo de uma frondosa amendoeira. Então, um pardal e um bem-te-vi conversavam: Que belo Sol, que céu azul - comentou o pardal. Sim, pretendo ainda hoje chegar lá naquela montanha - completou o bem-te-vi, olhando ao longe. É um pouco distante, mas voando com calma dá para chegar lá antes do Sol se pôr. Com certeza. Logo estarei batendo minhas asas... Para ti é mais fácil, uma vez que não possuis filhotes e nem uma companheira. E por falar nisso, como vão seus filhos? - perguntou o bem-te-vi. Estão lindos. Já estão voando alto, já são independentes e eu já sou vovô. Parabéns! E você tem mais planos? Muito além de planos, eu tenho sonhos. E você meu caro bem-te-vi, quais teus sonhos? Olha... Não sei. Mas como assim? - quest

O eterno novo

Hoje eu morri Eu estava tão bem morto e… Nasci de novo Estava tão bem vivo e… Morri. Mas agora mais novo A eterna rotina se repete Ora velho, ora mais jovem Mas a morte e a vida não me esquecem Mal dá tempo de sorrir Basta me deitar e dizer: morri E o peso de toda uma vida, horas depois, ao se levantar? É de chorar! Encarar todo um dia exigente Para mais tarde morrer novamente Nascer, morrer… Essa brincadeira com meu ser num “eterno idêntico” Porém novo a cada dia, numa expressa temporalidade A eternidade é marcada por eras, acontecimentos, prazeres ou lamentos, também  vazios, ou “nadas”; já a vida é separada por uma noite bem dormida ou uma manhã mal acordada. A gente morre ou dorme? Acorda ou ressuscita? O que é na verdade a vida nesse ‘eterno novo’ e o nosso despertar na eterna rotina?

Que raios é Marxismo? Por M. Flaquer

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Afinal o que é o Marxismo? Para compreender o que é o marxismo, é primeiro preciso compreender o que é a dialética e o que é o materialismo. Dialética é, filosoficamente falando, o movimento. O movimento da matéria (por exemplo o movimento do mundo, do universo, dos átomos), enfim, algo, qualquer coisa, só existe por conta do movimento.  O que é então essa dialética? É a dúbia forma, de essência contraditória, com as quais as coisas se apresentam. Ou seja, significa que tudo o que existe possuí uma forma difusa, dupla, contraditória e uma essência que pode vir a ser igualmente dúbia/difusa ou contraditória. Como, por exemplo, a luz. A luz é dúbia em forma, ela se apresenta como onda e como particula, ao mesmo tempo. E, em sua essência, podemos dizer que ela é o contrário da escuridão. Darwin, considera os peixes de acordo com a dialética: alguns dos animais que viviam na água não eram peixes e alguns dos peixes tinham pernas, mas, na verdade, isso era somente a gênese de to

É o que convém

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1 Um carro, com maior equipamento sonoro, passa tocando música, no último volume; 2 Essa música é de um gênero muito popular; 3 Eu só aprecio música erudita, ou sacra. Julgo poluição sonora, o episódeo com o automóvel. --- 4 Os vizinhos gritam e xingam, quando o seu time ganha; 5 Esse time é muito popular no país; 6 Eu mal acompanho futebol. Simpatizo por um time interior, mal tem torcida. Julgo inconvenientes/ estúpidos, os meus vizinhos, no que diz respeito ao futebol. --- 7 Oração da família, antes de fazer a refeição e/ou antes de ir dormir; 8 Essa religião é a maior do ocidente; 9 Eu sou pagão. Julgo antiéticos, os familiares. F altam com respeito ao próximo. --- 10 Um grupo agride, vocifera, condena, violenta, quando lê/ assiste a algum comentário político-filosófico que não segue sua ideologia; 11 A oposição a esse grupo é muito expressiva, muito antiga e está espalhada mundo afora; 12 Eu odeio política, acho que o mundo seria liberto de grand

Vamos, vamos, corre!!!!

O expresso, rápido, a jato, instantâneo, agora, na hora, já... São palavras que soam tão bem, não é? Esperar, aguardar, devagar, lento (pejorativamente chamado de lerdo) e calma, já soam incômodo. Não se tem tempo para cozinhar uma boa comida na panela (já se faz comida em 3 minutos), imagine ESPERAR um grande amor? (pior que há app’s para ACELERAR esse processo rs); o que ESPERAR do próximo, se HOJE, tudo é EXPRESSO, é FUGAZ? PONTUALIDADE faz bem, é prazeroso. Mas... Para que RELÓGIO, se a pessoa for livre? Um encontro, ATRASO? Compromisso? Cada MINUTO vale ouro, não é? É mais uma questão de respeito ao próximo, para que este não fique ESPERANDO a sua chegada. Mas ao ESPERAR, a pessoa pode fazer, pensar, outras coisas… Por que não? Estamos inseridos numa sociedade, numa cultura, em que tudo é resolvido pelo dinheiro (isso é mais do que óbvio, sempre foi assim). Realmente, TEMPO é dinheiro. Mas pense naquele que é desprovido dessa gana, que está longe desse grande mal que é o me