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Porre nº... Ah sei lá, deve ser o 5

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“O grande isolamento é cercar-se daqueles que pensam igual a você.” Hannah Arendt. Começo com um pensamento de uma grande filósofa que, nos dias de hoje, dentro do mundo virtual e, fora dele, se encaixa perfeitamente. Primeiramente, há uma tarefa de "pôr os pingos nos is", OU SEJE, separar o CONHECIMENTO de OPINIÃO. Segundo, a necessidade que se tem de pingar, é deveras urgente. Por falar em pingos, hoje há uma enxurrada de opiniões na internet, e consequentemente nas ruas, em tudo que é lugar que, por mais que seja comum, remete algo ao pensamento: onde está a verdade nisso tudo? Ou, quiçá, algo no mínimo coerente. De onde vem a fonte de todo esse "conhecimento"? Parece que há apenas uma inteligência por trás disso tudo. Um ser, ou um grupo pequeno de seres (terráqueos, diga-se de passagem) que propagam saberes a sui generis  por aí. Os que vivem entorno desses sábios são afetados, isso é certo. Porém  não se pensa diferente da fonte. E o que é pior, não

Insano e salvo

Da escuridão de minh’alma Brilha uma gota de sincero cristal Como no céu, cintila D’Alva, E o orvalho que brota ao natural Em meio ao silêncio, o breu Eu sou o centro do universo A Lua a me banhar do céu Um paraíso! Mas eu o reverso Tudo é tão verde, de fato Montanhas, cachoeiras, Até o fumo, as ruas, o mato As lágrimas e minhas doideiras Caminhos de terra As trilhas esguias Flores de primavera E eu no pior dos dias? Sim, é um triste dia: A ave que voou para eternidade o amigo que deixou a alegria Sim, aqui jaz a serenidade

Soneto onde o tempo parou na curva

Aos meus olhos ela se põe Como uma santa ao devoto Delicadeza que nela eu noto Além do mais que ela expõe Deveras pura é sua tez Me atenho à forma sinuosa Bela, porém, curva perigosa Acidento-me em minha timidez Gosto quando encara sem pudor Não és lá uma santa eu sei Contudo tem tamanho valor Em seu ardente olhar esbarrei Tudo em meu corpo é só calor Confesso, querida: logo me apaixonei

Sempre o mal vence?

O mal dos séculos O grande mal A hipocrisia de perto É a verdadeira moral Os limites da razão demasiados, declinados Do caos tira-se um padrão Julgam-se educados Coitados! Ajuizados! Idiotas! Hipócritas! Inventaram o céu Mas antes o inferno Na verdade são réus Os bandidos de terno O argueiro em seus olhos, de nada impede A trave no do irmão, sua vida se mede O que há de pior ante a falsidade? Com isso, o que pode ser verdade? Moralismo, Julgamento, Hipocrisia, Preconceito, Ódio... Haverá, um dia, jeito? Conto os ponteiros no relógio A eternidade que levará Até o dia em que reinará a paz, a tão utópica paz Que há muito jaz Seja no sepulcro ou em nossos corações

O Samba é foda

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O Samba é foda! Até em tempos difíceis. Contudo povo abre a roda, é a celebração dos ilês. O Carnaval, as Escolas, os Sambas de Enredos... Sentimo-nos como crianças com novos brinquedos. Hoje uma irmã disse assim: "Me sinto uma passista vadia. Sem endereço fixo. No desfile, uma luz que irradia, de alegria e tristeza, um misto. Ora sambando aqui, acolá… Várias paixões, vários amores. O cavaco que faz chorar bem no ritmo dos tambores." O Samba é foda! Ele faz desabrochar. Dá vida, eleva. Esnoba. Porém sem esculachar. O samba é inteligente, é pura atitude. Ancestrais de um continente, Marca da negritude. De Áfricas, Brasis... Diversas nações, religiões. Cultura viva, latente. Comadre, o samba é foda! Espetáculo feito para a gente, mas que a outros, incomoda. (Com Sinome Santos)

SE EU MORRER

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NÃO CHOREM POR MIM. ENFIEM SEUS LAMENTOS NAS SUAS EXTREMIDADES RETAIS! NÃO FAÇAM DESPEDIDAS, NÃO LAMENTEM MINUTOS, HORAS, OU QUALQUER MOMENTO. SE EU MORRER, MORRI! ACABOU, TCHAU! DEU A HORA! É ASSIM... BASTA ESTAR VIVO E BASTA ESTAR NESTA MERDA DE PAÍS, DE CIDADE, DE SOCIEDADE, DE MUNDO.  AQUI: EIS O INFERNO. NÃO SE SURPREENDAM. NÃO SE LAMENTEM. É ASSIM MESMO. BASTA ESTAR VIVO. BASTA ESTAR VIVENDO NESTE LUGAR INSALUBRE, DOENTIO. ONDE QUE O HOMEM É O LOBO DO HOMEM; ONDE A VINGANÇA É LOUVÁVEL, COMO SE FOSSE JUSTO; E O EXTERMÍNIO É CONFUNDIDO COM "SELEÇÃO NATURAL".  NÃO CHOREM POR MIM, EU NÃO MEREÇO. CHOREM POR SI PRÓPRIOS. CHOREM POR SUAS DERROTAS E SUAS PERDAS. PERDAS DE VALORES E JUSTIÇAS. PERDAS DE IDENTIDADES E DE LARES. CHOREM PELA FOME, PELA CHACINA E PELOS INDEFESOS. CHOREM POR EMPREGOS E POR MELHORES SALÁRIOS. ME ESQUEÇAM. NÃO SOU PORRA NENHUMA NESTA MERDA DE SOCIEDADE. NÃO FIZ MAIS POR MERECER UMA VIDA ESCROTA E BANAL, COMO A DE TODOS VÓS. NÃO CHOR

A paz que sucede a guerra

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“Não! Não era vermelha a sua vestimenta!”, “Não pode ser… Era sangue!”, “O príncipe, lutando?” - esses eram os burburinhos dos cidadãos local, que, em fuga, avistavam um alvoroço ao longe. Subindo um monte que cercava a cidade, os moradores se refugiavam para fora dos muros da cidade. O monte, rico em vegetação, também servia abrigo para estes casos. Era bastante provido de alimento. Abaixo deles, ao longe, ocorria uma batalha sangrenta. Tingido de vermelho, continuava o jovem guerreiro e, príncipe, a lutar em defesa de seu povo, de sua nação. Portava um escudo de madeira maciça; nas bordas havia um belo acabamento de prata bruta, muito bem polida, contornando o objeto de defesa na arte militar da época; no centro, inclusive, uma espécie de brasão brilhava feito a luz do Sol. Sua espada era simples, como o próprio portador, apesar de príncipe. Jovem, de alta estatura, tez negra, olhos serenos, porém carregados de fúria, ou seja, o sangue corria em seus olhos naquele momento, u