O lado escuro da Lua para mim se voltou. Pétalas se despedaçam; rosas ficam nuas. Na pele, marcas; algo me cortou. Mesmo assim minha pobre vida continua. O silêncio me afoga agora. Não posso reclamar, só aceitar. Minha vida não é de se jogar fora, Mas minha atitude é de lastimar. Muito já caminhei, sobre esta terra nefasta. Já corri, busquei; já fugi, perambulei. O implacável tempo não passa, Do meu inferno em particular, rei eu me tornei. Não passo um dia que eu não pense em vingança. É inglório tal sentimento, eu sei. Mas não vão tirar de mim a lembrança. Dos belos dias em que sonhei. Eram desejos simples que todo homem tem. Amar, ser amado, cuidar e ser lembrado. Mas me apunhalaram, me lançaram além. Tão longe de tudo, no escuro estou fadado. O vento sopra forte, uiva aos meus ouvidos. Folhas secas voam; galhos violentamente quebram. O ceu está cinzento, muito medo eu sinto. É um longo campo vazio, onde muitos