Quem é você? Já parou para pensar?

Anos se passaram e eu não sei quem sou.
Pois quando me encontro, já mudei de novo.
Nessa busca constante a paz uma vez reinou, 
E os tiranos uma vez temeram o povo.

Sinceramente... Ô mundo chato!
Tudo o que realmente queremos nos fere.
O desejo proibido não é sensato.
Caímos em tentação, logo sentimos na pele.

Mil EU se revezam bem ligeiro.
Neste momento estou sendo o EU 999.
Pobre EU! Sabe que há anseio outra vez pelo primeiro.
Este alegremente desejando que tudo se renove.

Deixo as pessoas confusas, coitadas.
Mas é tudo bem normal e justo.
É que eu vivo o agora e também vidas passadas.
E quando se dão conta, levam um susto.

Nessa briga de ingênua dualidade,
Nem tudo de mim sai perdendo, ou ganhando.
Nem a infame mentira, ou a pura verdade.
Será que perco com a sinceridade e ganho enganando?

Não devo me assustar com isso.
Preciso respeitar, saber de fato.
A ruindade jogar no lixo,
A bondade emoldurá-la num quadro.

A dualidade se torna uma coisa só:
É como um resultado de uma soma.
Pode ser também dois cadarços num nó.
Ou uma pobre alma num corpo em coma.

Ao pó posso dividir minha vida, minha matéria.
Mas ainda assim meu espírito é só um.
Não sou dois, nem três ou qualquer quimera.
Sou um ser pensante, livre e comum.

Será que me reencontrei?
Consegui me identificar? Feliz assim viverei? Ou terei mais uma vez de mudar?

Comentários

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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    Respostas
    1. Um poema como comentário. Muito lindo. Obrigado Isa.

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    2. Nossa! esse me tocou. Estamos juntos nessa jornada.

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    3. Brilhante poema! Creio que tudo que é reduzido, é uma perda. Acredito que feliz é o homem que vive e descobre as multiplicidades da vida e o que elas podem lhe proporcionar, mas, mais feliz ainda os que sabem lidar com estas, livres de preconceitos e apedrejamentos midiáticos dos padrões sociais.
      I.A.

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  2. AO ENCONTRO DO "EU"... PQ NÃO!! SHOW..

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